quarta-feira, 31 de outubro de 2007

USA: Sindicato de funcionários públicos dá apoio a Hillary

JOHN WHITESIDES - REUTERS

Agencia Estado

WASHINGTION - A pré-candidata Hillary Clinton, favorita para receber a indicação do Partido Democrata à Presidência dos EUA, recebeu na quarta-feira o apoio da Federação Americana de Empregados Estaduais, de Condados e Municipais (AFSCME), um sindicato de funcionários públicos muito ativo politicamente, que prometeu se mobilizar por sua candidatura.

O apoio desse grupo de 1,4 milhão de filiados era um dos mais disputados entre os pré-candidatos democratas. O sindicato prometeu uma operação "sem precedentes" para levar eleitores às urnas para votar em Hillary nas primárias do Estado de Iowa, o primeiro a fazer a escolha.

"Acho que vocês entenderão que vão todos para Iowa", brincou o sindicalista Gerald McEntee a cerca de cem colegas reunidos para o anúncio.

A dois meses da primária de Iowa, a senadora mantém uma sólida vantagem nas pesquisas. Na terça-feira, ela foi duramente atacada pelos adversários num debate em Filadélfia.

Hillary vestiu luvas de boxe no evento da AFSCME e prometeu lutar pelas famílias trabalhadoras na eleição de novembro de 2008.

"Alguns de vocês devem ter visto o debate de ontem à noite: seis caras contra Hillary, e eu chamaria de luta justa --esta é uma mulher forte", disse McEntee.

Há alguns meses, ele afirmava que o sindicato estava dividido e talvez não apoiasse nenhum candidato democrata. Mas ele afirmou que a direção entrou em contato com cerca de 45 mil filiados e que Hillary foi a escolha "esmagadora". Na quarta-feira, segundo McEntee, o aval à candidata teve a aprovação de 72 por cento do conselho executivo do sindicato.

Cidade Limpa?

*Antonio Donato

A manutenção, pela Prefeitura paulistana, dos contratos de coleta de lixo e o arquivamento, pelo Conselho Superior do Ministério Público do Estado (MPE), da investigação que apurava eventual superfaturamento de preços na licitação que escolheu em 2004 as empresas que prestam esse serviço em regime de Concessão na cidade comprovam que a então gestão da Prefeita Marta Suplicy à frente da administração municipal de São Paulo agiu no episódio com lisura e tendo em vista apenas o interesse público.

Não podemos, contudo, deixar de enfatizar o caráter puramente político-eleitoral que envolveu todo esse processo, já que agora o atual governo municipal tenta apresentar a manutenção dos contratos não como um reconhecimento à plena legalidade deles, mas com uma ação que estaria redundando em economia de recursos para os cofres públicos, o que não corresponde à natureza dos fatos. Senão, vejamos!

A citada redução de custos prevista no acordo feito agora entre a Prefeitura e as duas empresas prestadores do serviço, da ordem de 17,31%, sobre um contrato de custo total de R$ 9,8 bilhões em 20 anos, foi justamente o índice sugerido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da USP, quando o órgão, na gestão do então prefeito e atual governador paulista José Serra, contratou o órgão, sem licitação, a um custo de R$ 945 mil, para recalcular os valores dos trabalhos de coleta.

Naquela oportunidade, a Fipe concluiu que os valores estavam todos corretos, mas que, se o início de determinados serviços previstos nos contratos fossem atrasados ou reduzidos, os pagamentos mensais poderiam ser 17,31% menores. E quais seriam esses serviços não prestados à população paulistana dentro dos prazos contratuais previstos? Entre outros, a ampla implantação da coleta seletiva (que gera ganhos ambientais e produzem trabalho e renda), a coleta em favelas e locais de difícil acesso (que além do ganho ambiental contribuí com a geração de empregos formais em cada região), a construção de dois aterros sanitários (já que os atuais estão fechados) e de duas usinas de compostagem entre outros. Resumindo, essa foi a “mágica” conjurada pela atual administração municipal, reduziu custos esticando prazos para a prestação de serviços essenciais à saúde pública da população, ou seja a redução de investimentos na cidade é inversamente proporcional ao imenso prejuízo ambiental e social provocado.

O mais grave, contudo, é que, apesar de tal procedimento ter sido sugerido pela Fipe em 2005, o então prefeito José Serra continuou obcecado pela idéia de romper os contratos, chegando a entrar na justiça com esse objetivo e reduzindo, unilateralmente, a partir de outubro de 2005, em 30% os pagamentos mensais que deveriam ser efetuados às empresas prestadoras, o que acabou gerando uma dívida com as concessionárias. E, como qualquer criança com conhecimentos rudimentares de matemática sabe, endividar-se nada tem a ver com economizar.

A Prefeitura levou exatos dois anos para finalmente adotar a sugestão que lhe foi dada, pela Fipe, em outubro de 2005, qual seja, acatar a legalidade dos contratos (reconhecida também pelo Ministério Público) e atrasar a realização de serviços essenciais para reduzir o custo dos pagamentos mensais às companhias encarregadas do setor. Só que essa demora toda acarretou também um ônus adicional para o município de R$ 139 milhões, decorrentes das dívidas acumuladas com as empresas pela redução unilateral praticada pela administração paulistana desde 2005, cifra que será paga, conforme informações divulgadas pela imprensa a respeito do acordo fechado entre a Prefeitura e as prestadoras, em 10 prestações, até o final da gestão do atual prefeito Gilberto Kassab.

É, portanto, imprescindível que, além da conduta correta adotada pela administração municipal petista que formalizou os contratos em questão, fique patente que o projeto que começou a ser implementado na área da limpeza urbana da cidade de São Paulo, a partir de 2001, inaugurou um novo e moderno conceito desses serviços, em termos de seu nível técnico e da democratização dos benefícios prestados à população como um todo, em um dos maiores centros urbanos do mundo. Modelo este que ao mesmo tempo atende as demandas de serviços da cidade e contribui com aspectos sociais relevantes como a geração de trabalho e renda. Tentar comprometer sua qualidade, através de manobras puramente eleitoreiras, é colocar em risco, em última instância, a saúde de uma população que o poder público tem a responsabilidade de preservar.

Uma verdadeira cidade limpa, exige uma consistente política ambiental. Essa foi a direção seguida na elaboração do modelo de limpeza urbana implantado na gestão passada. Mesmo tardio, o reconhecimento da transparência e da lisura do processo realizado por Marta Suplicy à frente da administração municipal de São Paulo, acabou mostrando de que lado se encontrava o verdadeiro interesse público.

*Antonio Donato, Vereador pelo PT. Foi Secretário das Subprefeituras na gestão Marta Suplicy (2003).

Maria Callas canta "Una Voce Poco Fa"

da opera IL BARBIERE DI SAVIGLIA, de Rossini. Recital de Hamburgo 1959.

Novembre chaud en France

SNCF. Six des huit fédérations syndicales de cheminots (CGT, Sud Rail, UNSA, FO, CFTC, CFE-CGC) ont appelé à une grève reconductible contre la réforme des régimes spéciaux de retraite à partir du mardi 13 novembre à 20 heures. La Fgaac (conducteurs autonomes), qui représente un tiers des conducteurs de trains) ne se joindra pas au mouvement, et la CFDT réserve sa réponse.

EDF-GDF.
Deux syndicats (FO-Energie et la CGT-Energie), majoritaires dans le secteur, appellent à la grève le 14 novembre contre la réforme des régimes spéciaux. Trois autres fédérations (CFDT, CFTC et CFE-CGC) se prononceront mardi 6 novembre. Elles ont fixé un "ultimatum" au 5 novembre pour que le gouvernement revoie "sa copie".

Fonctionnaires. Sept fédérations syndicales de fonctionnaires appellent à la grève et à une journée d'action le 20 novembre contre les réductions d'effectifs et pour les salaires.

Education. les cinq fédérations de l'éducation – FAEN, FERC-CGT, FSU, SGEN-CFDT, UNSA-Education – ont appelé à la grève le 20 novembre pour "dénoncer la politique gouvernementale des 11 200 suppressions de postes" dans l'éducation. Le syndicat étudiant UNEF et l'Union nationale lycéenne (UNL) ont appelé également étudiants et lycéens à participer à la mobilisation du 20 novembre.

Poste et télécommunications. Cinq fédérations syndicales (CGT, CFDT, Sud, FO et CFTC) ont appelé les salariés de La Poste et de France Télécom à la grève le 20 novembre, pour l'emploi, le pouvoir d'achat, le service public, les conditions de travail et contre les restructurations.

Justice. Le Syndicat de la magistrature (SM) et trois principaux syndicats de fonctionnaires de justice (USAJ, CGT, CFDT) ont appelé à une journée de grève nationale, avec manifestation à Paris, le 29 novembre contre la réforme de la carte judiciaire.

Six syndicats de la SNCF appellent à la grève, ceux de la RATP attendent des "réponses"

Six des huit fédérations syndicales de la SNCF ont appelé, mercredi 31 octobre, à une grève reconductible contre la réforme des régimes spéciaux de retraite à partir du mardi 13 novembre à 20 heures. Deux syndicats du secteur de l'énergie EDF/GDF – FO et la CGT – ont également appelé à la grève le 13 novembre, "le même jour que les cheminots".

Les sept syndicats de la RATP ont, pour leur part, décidé de ne pas se joindre dans l'immédiat à ce mouvement mais demandent au gouvernement de revoir sa réforme des régimes spéciaux de retraite. "Les syndicats de la RATP attendent des réponses précises du gouvernement en début de semaine prochaine", a annoncé en fin de journée un communiqué commun rédigé à l'issue d'une réunion des sept organisations. Si le gouvernement ne revoit pas sa copie, "les organisations syndicales s'engagent à créer les conditions d'une action plus longue dans un acte unitaire et interprofessionnel".

LA DIRECTION DE LA SNCF VEUT "APPORTER DES SOLUTIONS ADAPTÉES"

A la SNCF, la CFTC, la CGT, SUD-Rail, l'UNSA (autonomes), FO et la CFE-CGC ont appelé à la "grève nationale illimitée, reconductible par durée de vingt-quatre heures" à partir du mardi 13 novembre 20 heures. La Fgaac (conducteurs autonomes) a cependant indiqué qu'elle ne se joindrait pas au mouvement. Elle avait déjà créé la surprise au lendemain du jeudi 18 octobre, en se désolidarisant des autres syndicats après avoir obtenu satisfaction sur ses revendications. La CFDT-Cheminots, elle, décidera de sa réponse le 6 novembre.

La direction de la SNCF a répondu à cet appel en affichant sa"volonté" d'"apporter des solutions adaptées et négociées aux différentes questions soulevées par l'évolution des règles du régime". Un "cadrage concret" de ces négociations sera adressé dans les prochains jours aux syndicats. Ils porteront sur "l'aménagement des fins de carrière", les "évolutions salariales et de carrière", les "conditions de travail et [la] prise en compte des contraintes métiers", les "compléments de retraite" et l'"amélioration des couvertures prévoyance et des droits familiaux ou conjugaux", précise la direction.

Le Monde

Liberdade da imprensa

Observatório da Imprensa



O padre e os moços - Carlos Brickmann para o Observatório da Imprensa

Circo da Notícia - Coluna de 30 de outubro

Imaginemos, apenas para argumentar, que o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Menor de São Paulo, tenha contado a verdade inteira no caso de extorsão de que foi vítima. Imaginemos que as denúncias feitas pelos acusados de extorsão sejam mentiras inventadas apenas para que se defendam do crime.

Neste caso, mesmo que os meios de comunicação dêem o mais amplo espaço possível ao sacerdote extorquido e divulguem à exaustão as provas de que os acusados mentiram, a imagem pública do padre Júlio Lancelotti estará ferida. Sempre haverá os que leram as denúncias e assistiram às acusações e não a decisão final, os que ouviram dizer, os que acham que alguma coisa feia deve ter ocorrido.

O caso do sacerdote católico não é o único: a avalanche de denúncias torna impossível, para o consumidor de notícias, a elaboração de uma análise equilibrada dos fatos. Pior: em busca de prestígio, de holofotes, de promoção profissional, há autoridades que usam deliberadamente a imprensa para demonizar os alvos que escolheram. Não lhes importa que, ao final de tudo, demonstre-se que não havia culpa e que as acusações tinham sido injustas: o réu terá sido condenado pelo tribunal da opinião pública. E ai do juiz que, de acordo com as provas, ousar absolver alguém: será o pizzaiolo, o promotor dos criminosos.

Que fazer? A imprensa não pode fazer muita coisa: se as autoridades apresentam uma testemunha (mesmo que as histórias que narra depois se comprovem falsas), não pode esconder o fato. E, ao publicá-lo, contribui para que a reputação de uma pessoa que pode ser inocente seja destroçada.

Talvez a solução esteja em costumes estrangeiros que poderiam ser importados. Na Suíça, por exemplo, o processo penal corre em segredo – não se divulga sequer que há um processo contra alguém. Concluído o julgamento, se o réu for condenado, é divulgado então o processo inteiro.

É a melhor solução? Talvez sim, talvez não: é um caso a discutir, inclusive entre nós, jornalistas. O que não se pode é manter a situação atual, em que a reputação de um cidadão, não importa o seu passado, pode ser destruída por declarações, mesmo incorretas, de uma autoridade. Ou por depoimentos de bandidos.

Anonimato

A história contada pelo padre Júlio Lancelotti é difícil de aceitar. Não é impossível que ele tenha dado sabe-se lá quantas dezenas ou centenas de milhares de reais a alguns indivíduos, apenas pela esperança de que enxergassem a Verdade. Mas algumas das histórias que levantaram contra ele também são pouco palatáveis: por exemplo, uma mulher, anônima, que disse ter trabalhado com o padre e que o acusa de pedofilia. O depoimento foi imediatamente divulgado – mas, logo depois, a Polícia informou que não sabia ainda se a referida senhora tinha efetivamente trabalhado na ONG do padre.

Assim não dá: uma acusação dessa gravidade, num caso já de si explosivo, só pode ser espalhada se alguns pressupostos de que poderia ser verídica tivessem sido verificados. Mas não se sabe sequer se trabalhou onde disse ter trabalhado.

Salvadores do Universo

O caso do padre Júlio Lancelotti já é complicado se um dos lados for absolutamente inocente e seus acusadores totalmente mentirosos. Mas essa situação definidíssima normalmente não acontece – e aí pioram muito os dilemas dos veículos de comunicação. Os repórteres tendem a acreditar nas autoridades; e nem sempre as autoridades merecem esse crédito (aliás, os velhos e bons manuais de Jornalismo recomendavam não confiar em ninguém, especialmente nas autoridades).

Num caso recente, repórteres de grandes veículos declararam candidamente que não precisavam “ouvir o outro lado” porque as informações de que dispunham vinham de fontes oficiais, em que confiavam cegamente. Bom, poucas vezes houve tantas fontes oficiais coincidindo nas informações quanto no caso do assassinato de Vladimir Herzog pela ditadura militar: todas garantiam que ele havia se suicidado. E daí? Confiar em “fontes oficiais” dá menos trabalho. E os acusados devem mesmo ter feito alguma, ou não estariam nesta situação.

Citando o deputado Ibsen Pinheiro – ele, vítima de situação semelhante, em que foi linchado pela imprensa – difícil não é lidar com jornalistas mal intencionados (se bem que o problema também exista). Difícil é lidar com jornalistas bem intencionados, que acham que estão salvando o mundo.

A hora do foca

E há, ainda, o problema econômico: para gastar menos, alguns portais de Internet colocam estagiários no comando do noticiário. Eles, que nem chegaram ainda a ser focas, põem a informação no ar, sem checagem, sem chefia. A questão não é apenas a informação falsa: a garotada está fazendo estágio exatamente para aprender. Se não há quem os ensine, como aprenderão alguma coisa?

Demorou II: Gestão Kassab faz justiça a Marta, fecha acordo e vai manter contratos do lixo

A FIPE, instituto contratado pela administração Serra - Kassab da prefeitura de São Paulo para avaliar os contratos de lixo feitos pelo governo Marta Suplicy, concluiu que os valores contratados estavam corretos.

Segundo a Folha de São Paulo de hoje: "A Fipe foi contratada pela prefeitura -por R$ 945 milhões sem licitação-, em março de 2005 (a cifra deve ser um erro da Folha, não podem ter pago tanto), para refazer o cálculo do custo dos serviços prestados pelas empresas responsáveis pela coleta de lixo.
Serra pretendia usar o resultado do levantamento para demonstrar que os contratos estavam superfaturados.
Ainda na campanha eleitoral, em 2004, Serra disse que havia indícios de corrupção na licitação para a contratação das duas empresas que fariam a coleta de lixo por 20 anos a um custo total de R$ 9,8 bilhões.
Já no início de sua gestão, Serra determinou que a prefeitura desistisse dos recursos judiciais que impediam o cancelamento dos dois contratos e preparasse uma nova licitação.
A Fipe concluiu que os valores dos contratos estavam corretos"

Segundo a Folha, como o contrato tinha sido suspenso e as empresas liberadas de fazer os investimentos previstos durante esses três anos, a FIPE concluiu que elas deverão receber 17,31% a menos do previsto e foram autorizadas pela Prefeitura a adiar ainda mais os investimentos na implementação de coleta seletiva de lixo, na coleta em favelas e na construção de usina de compostagem.

O seja, a FIPE e a Prefeitura reconhecem que os contratos tinham preços corretos e que a campanha de insinuações, calunias e mentiras contra Marta Suplicy tinha um objetivo político: sujar a imagem dela e de sua administração. A mídia, que tão generoso espaço deu para essa campanha suja, vai dizer agora alguma coisa sobre isto?

O desconto acertado compensa os serviços adiados que exigiam investimento das empresas e que não foram feitos até agora, como a construção de novos aterros. Ao mesmo tempo, fica de novo adiada a coleta de lixo nas favelas, a coleta seletiva e a usina de compostagem, o seja quem continua pagando pela ruptura dos contratos é a população de São Paulo, em particular a mais pobre.

Luis Favre

Demorou I: Kassab e MP Estadual fazem justiça a Marta Suplicy

SP recua e refaz contrato do lixo

Consórcios aceitam receber só parte dos atrasados e Prefeitura prorroga prazo para obras

Eduardo Reina - O Estado de São Paulo

A Prefeitura de São Paulo recuou da idéia de rescindir contratos e fez um acordo com as empresas de coleta de lixo para reformar o contrato de R$ 10 bilhões - e duração de 20 anos - firmado em 2003, durante a gestão de Marta Suplicy (PT). O novo contrato assinado ontem pela administração e pelos consórcios EcoUrbis e Loga demorou nove meses para ser acertado. Pelo documento, a Loga receberá valores atrasados de R$ 68 milhões e a EcoUrbis, de R$ 71 milhões. Tudo será parcelado em dez prestações sem juros, até o fim da gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM).

Esses valores são referentes ao que a Prefeitura deixou de pagar às empresas desde fevereiro de 2005, logo após a posse do prefeito José Serra (PSDB). Os valores não repassados somam R$ 180 milhões para a EcoUrbis e R$ 190 milhões para a Loga. Também ficou definida nova tarifa mensal. A administração abre mão da realização imediata de alguns itens do contrato e as empresas cedem ao não receber o montante total da dívida existente.

'Nós tivemos de engolir. Três anos se passaram e, quando não se pode ter o melhor, fica-se com o que se pode receber', afirmou Luiz Gonzaga Pereira, presidente da Loga. Já o presidente da EcoUrbis, Ricardo Arcar, disse que 'não é exatamente o ideal, mas o acordo foi importante no sentido do restabelecimento da execução normal do contrato'. 'Por isso, aceitamos a forma com que a secretaria conduziu a negociação.'

Em agosto, os dois consórcios protocolaram na Secretaria de Serviços e Obras proposta de redução tarifária. O contrato original previa cerca de R$ 25 milhões mensais, mas desde 2005 a Prefeitura vem pagando R$ 17 milhões. A partir de agora, a EcoUrbis receberá R$ 21,6 milhões e a Loga R$ 20,6 milhões.

Juntamente com os novos valores, a Prefeitura aceitou adiar alguns investimentos previstos. Cláusulas de base como implementação de coleta seletiva de lixo, coleta em favelas e construção de usina de compostagem terão prazo de conclusão prorrogados. Está mantida a necessidade de investimento em um novo aterro sanitário para acomodar as 15 toneladas diárias de lixo produzidas na cidade, uma vez que os aterros atuais - Bandeirantes e São João - estão com capacidade esgotada. Também será colocado GPS (rastreador) em todos os 250 caminhões de coleta que atuam no território de São Paulo. 'Esse acordo é um meio termo para o que eles (empresas) querem e o que a gente quer', disse uma fonte da Prefeitura.

O acordo leva o nome de Termo de Ajuste Ambiental e tem revisão prevista para 2009, quinto ano de vigência do contrato original. Nessa ocasião, serão rediscutidos valores e metas, conforme prevê o documento inicial. Apesar da reforma contratual, a administração Kassab não abriu mão da ação que está no Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, que pede a anulação do contrato de 2003. O processo foi iniciado em 2005, pelo secretário de Negócio Jurídicos do Município Luiz Antonio Marrey, a pedido do ex-prefeito Serra. Pelo acordo fechado ontem, se o TJ decidir pelo cancelamento do contrato de 2003, o atual documento também ficará cancelado. A previsão é de que a tramitação dessa ação no tribunal demore pelo menos mais cinco anos.



MPE arquiva investigação sobre contratos de Marta

O Estado de São Paulo

O Conselho Superior do Ministério Público do Estado (MPE) decidiu pelo arquivamento do procedimento investigativo que apurava eventual superfaturamento de preços na licitação que escolheu em 2003 as empresas que prestam serviço de coleta de lixo na capital. A concorrência foi realizada no final da gestão da prefeita Marta Suplicy (PT). Os conselheiros se reuniram no dia 7 de agosto e deliberaram pelo arquivamento da ação, aberta pela Promotoria de Justiça e Cidadania. Eles acompanharam o promotor Eduardo Rheingantz, que em 31 de maio já havia promovido o fim do procedimento.

Foi considerado que “não há nos autos nenhum fato determinado, ou mesmo a mais remota suspeita, que indique a ocorrência de eventual superfaturamento da concorrência nº 19/SSO/2003”, escreveu o promotor em sua decisão. Leia mais aqui

O jornal O Estado de São Paulo continua a se fingir de morto

O jornal O Estado de São Paulo continua a se fingir de morto. Três dias atrás, conforme mostramos neste blog, um artigo de pagina inteira fazia apologia da "idéia" do Secretário de Assistência Social de Kassab, Floriano Pesaro, de criar o programa "Bolsa-Aluguel". O Secretário disse que a "idéia" lhe veio em Nova York, onde ele ainda se encontra. A peça "jornalística" omitia que esse programa existia, criado pela Marta Suplicy, e foi fechado pelo próprio secretário.

No mesmo dia da publicação do artigo laudatório mostrei com arquivos de diversos jornais a manipulação do secretário de Kassab. Ao dia seguinte idem (ver aqui no blog Refrescando a memória do Estadão e Administração Kassab, com ajuda do Estadão, vai até New York para descobrir o que a Marta já fez).

Até hoje, o Estadão não disse uma palavra, não publicou nenhuma carta e não fez nenhuma retificação.

Cometer erros, todo mundo comete. No jornalismo tem até uma palavra, "barriga", para designar esses erros. Não reconhecer esses erros faz parte do mau jornalismo. Aquele jornalismo que confunde informação com propaganda.

Para refrescar a memória do jornal paulista sobre o "Bolsa-Aluguel" reproduzo a seguir artigo do próprio Estadão com data 17 de março 2007.

Luis Favre

O Estado de São Paulo

Sem-teto seguem acampados em frente ao prédio da CDHU no centro de SP

Uma das reivindicações dos sem-teto é a inclusão no programa Bolsa Aluguel

Há 17 dias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-teto da Região Central (MTST-RC) e do Movimento de Defesa à Moradia (MDM) estão acampados em frente ao Edifício Cidade I, onde fica a sede da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), na altura do nº 176 da Rua Boa Vista, no centro da capital paulista.

No total são 160 pessoas, mas o protesto, nos últimos dias, vem sendo realizado na base do revezamento durante a madrugada. Eram 3 horas desta terça-feira e havia um grupo com cerca de 30 acampados, entre estes várias crianças. Todos exigem da CDHU - subordinada à Secretaria Estadual de Habitação - a disponibilização imediata de alojamentos para as famílias, que foram retiradas de prédios por elas invadidos nas região da Consolação (centro), Mooca (leste) e Butantã (oeste).

Os sem-teto afirmaram que, por volta da 0h30 desta madrugada, policiais militares e funcionários da Prefeitura teriam tentado retirá-los de lá e alguns objetos foram levados. Não houve confronto. Outra reivindicação dos sem-teto é a inclusão deles no programa Bolsa Aluguel - benefício concedido a famílias residentes em imóveis onde já existe intervenção de outros projetos habitacionais.


O programa é custeado pela Secretaria Municipal de Habitação (SMH) e cada contemplado recebe um subsídio de R$ 200 até R$ 300 durante 30 meses. Atualmente, 1.500 famílias recebem o auxílio e a Secretaria informou que não há previsão orçamentária para mais inclusões. A prefeitura frisou que não ampliará o número de beneficiários do Bolsa Aluguel este ano.

Cristina Kirchner: 'Um país como a Alemanha'



O GLOBO ENTREVISTA CRISTINA KIRCHNER

BUENOS AIRES.

Cristina Kirchner confessou, em sua primeira entrevista após ser eleita presidente, que sonha em transformar a Argentina num modelo de país exportador como a Alemanha, que gere uma economia mais competitiva, e disse que, nessa próxima etapa, com ela no poder, será fundamental a relação do país com o mundo. Numa entrevista a Joaquín Morales Solá, transmitida anteontem à noite no programa “Desde”, do canal Todo Noticias, a presidente eleita afirmou que o combate à insegurança se faz com um modelo econômico que gere empregos e antecipou que sua primeira medida será “o combate à pobreza”.

Joaquín Morales Solá Para La Nación - O GLOBO: Quais serão as principais medidas de seu governo?

CRISTINA KIRCHNER: Combate à pobreza. Aprofundar o combate ao desemprego, educação, saúde e todas as questões que têm a ver com melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e nos dar maior competitividade.

Os países mais competitivos têm sistemas de saúde e educação, um regime de produção social que pode dar conta da qualidade competitiva.

É isso o que falta à Argentina.

 Com qual país gostaria que a Argentina se parecesse? CRISTINA: Isso é antipático porque podemos ser muito bons se nos parecemos conosco mesmo. Temos um país com altíssimo nível de recursos humanos. Gostaria que fôssemos um país exportador como a Alemanha, com altíssimo grau de tecnologia, que é o que distingue. Creio que devemos fazer grandes coisas, sobretudo em agricultura e informática.

Estamos fazendo.

Qual será a sua política contra a inflação?

CRISTINA: Primeiro seria caracterizar exatamente o problema. Se acreditarmos que estamos diante da hiperinflação, estaremos errados. Houve uma supervalorização do tema, própria de um período eleitoral. Em matéria de inflação, estamos entre os 7% e 11% previstos para este ano no orçamento. O Fundo Monetário Internacional prevê 12,6%. Se há na oposição quem diga que estamos em 25%, isso não é sério. De qualquer forma, o governo enviou uma delegação aos Estados Unidos. Ninguém porá em dúvida a metodologia da primeira economia do mundo.

Já pensou na política de segurança? A capital terá sua polícia?

CRISTINA: O presidente, numa reunião com o governador eleito, Mauricio Macri, acertou que haverá uma lei para que a cidade de Buenos Aires tenha a sua polícia.

Os recursos não dependem do presidente.

Eu não concebo a segurança como um plano sem ter a ver com o modelo econômico vigente.

Planejar um projeto de segurança com um modelo econômico que tenha taxa de desemprego de dois dígitos é impossível.

Que avaliação faz da eleição?

CRISTINA: Esses 45% são muito importantes.

Foram um reconhecimento, mas não a mim. Creio que foram um reconhecimento à gestão do presidente Kirchner. Tampouco me sinto longe. Fui parte do projeto, mas ele foi a nau-capitânea.

A senhora ficou decepcionada com o voto dos centros urbanos?

CRISTINA: Creio que um centro urbano, por excelência, é Mendoza. É uma cidade com classe média muito forte. Ganhamos lá com vantagem.

Há classe média também em Gran Tucumán, onde vencemos, e em toda a área que circunda a capital.

Como será a sua relação com a imprensa?

CRISTINA: Se voltar a ser meio de comunicação e não de oposição, será perfeita.

E quais devem ser os países amigos?

CRISTINA: Todos. Não quero que tenhamos inimigos. Amigos íntimos? Temos que priorizar nosso lugar na América Latina, ampliar o Mercosul e o tema energia. A equação energética da América Latina é fundamental.

Que papel terá o presidente?

CRISTINA: É um animal político, que ama profundamente a política, seu país, e tem um grande compromisso com a Argentina. Sempre quis ser o melhor. O melhor advogado, o melhor governador. Está em sua natureza. Se entra numa corrida, quer ganhar. Eu também. É uma atitude diante da vida.

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'Bola e turismo: tudo a ver'

Foto: Ivo Gonzales / Agencia O Globo



Marta Suplicy *

O Estado de São Paulo

A Copa do Mundo pode trazer excelentes resultados para o turismo do Brasil, alavancando nosso país a uma melhor posição no ranking do turismo internacional. Os impactos econômicos e sociais do mega-evento se darão antes, durante e depois do seu acontecimento. A Alemanha, por exemplo, teve um crescimento de 2,3% em seu PIB por causa da Copa em 2006. Sem dúvida, o sucesso desse evento no Brasil depende de uma organização impecável no âmbito da infra-estrutura esportiva. Mas a participação do setor do turismo é o complemento necessário para o êxito da cobertura jornalística e do conforto dos torcedores. Para tudo isso acontecer, temos de planejar desde já. E, para tanto, o Ministério do Turismo contratou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para levantar todas as necessidades de intervenção.

O estudo da FGV se iniciará assim que houver a confirmação pela Fifa das sedes e subsedes. E o detalhamento guiará, com precisão, os investimentos prioritários, ordenará onde, como e quanto aplicar, para obtermos bons resultados no atendimento das demandas, bem como na destinação de tudo o que ficar para nós, além do espetáculo.

Com este estudo, saberemos quais são os recursos que teremos de gerar e quais as prioridades para investimento em cada cidade. Por exemplo, se Brasília for escolhida como sede, Goiânia poderá ser subsede. Também será necessário um atendimento mais qualificado nos estabelecimentos comerciais, bares e restaurantes. Sinalização turística, receptivos em aeroportos e apoio em outros meios de transporte são mais elementos que têm importância e fazem parte da estratégia de ação que precisa ser planejada sempre de acordo com as necessidades de cada um dos destinos selecionados.

Não pensamos cada localidade como uma simples sede ou subsede. Cada região é um destino para o Ministério do Turismo. Tem potencial irradiador de desenvolvimento econômico e social. Pensamos assim desde a concepção do atual Plano Nacional do Turismo (2007-2010), que já aponta para a prioridade de qualificarmos 65 destinos com padrão de qualidade internacional. E o que é o destino? É um roteiro dinâmico, integrado, inteligente e que faz, por exemplo, com que uma pessoa em férias no Maranhão, também vá ao Piauí e ao Ceará. É uma visão de que o Brasil é rico em diversidade, cultura, patrimônio histórico e tem potencial para atrair turistas estrangeiros e encantar, cada vez mais, os brasileiros.

Queremos ver a bola rolando em 2014, porque, além de realizar o sonho de receber povos dos cinco continentes numa confraternização sem igual, temos certeza que isso significará promoção da imagem do país, oportunidades de empregos, de aumento de renda e de inclusão social e mais condições de competitividade no mercado mundial. Estou numa torcida enorme, que se soma a dos demais brasileiros e brasileiras, para que 2014 seja um show de bola em todos os sentidos.

* Marta Suplicy é ministra do Turismo

Copa do Mundo de futebol tem estimativa de receita de US$ 10 bi

Brasil se cobre de verde e amarelo para Copa de 2014 Maracana










Economistas internacionais dizem que Mundial será benéfico ao País

João Caminoto, LONDRES

O Estado de São Paulo

Ao ser sede da Copa do Mundo de 2014, o Brasil poderá estimular sua economia por meio de volumosos investimentos oficiais e privados, domésticos e estrangeiros, em diversos setores, como o de construção, tecnologia, e serviços, que serão acompanhados pela geração de dezenas de milhares de empregos, causando um impacto positivo que persistirá durante muitos anos. Além disso, segundo analistas ouvidos pelo Estado, ao promover o evento mais importante da agenda esportiva global - a final da última Copa na Alemanha foi acompanhada por dois bilhões de telespectadores -, o Brasil terá uma oportunidade histórica de fortalecer sua imagem de “potência emergente”, exibindo avanços concretos na solução de seus problemas seculares.

O torneio, se bem sucedido, poderá até ajudar a reduzir ainda mais o risco Brasil, principalmente em aspectos como o da infra-estrutura e segurança pública, que ainda incomodam muito os investidores estrangeiros. “Sem dúvida, a Copa do Mundo é uma vitrine fabulosa, poderá revelar o Brasil para aqueles que ainda o desconhecem no mundo”, disse o chefe do departamento de risco da consultoria britânica Economist Intelligence Unit, John Bowler. “Se o País promover o evento com competência, poderá tirar lucros no longo prazo.”

Não existem números precisos sobre os benefícios econômicos de se organizar uma Copa do Mundo. Os dados que circulam entre analistas são freqüentemente questionados. O PIB da Alemanha teria aumentado em 0,5% por causa do evento em 2006. O governo alemão avalia que os efeitos positivos continuarão emergindo durante muitos anos. O país europeu gastou cerca de US$ 1 bilhão na construção ou renovação de sete estádios, mas apenas os cinco milhões de torcedores que compareceram aos jogos geraram um faturamento de US$ 3,7 bilhões.

Em 2002, o governo japonês foi muito criticado por ter arcado, em meio a uma recessão, com boa parte dos US$ 5 bilhões de gastos com infra-estrutura para montar o torneio, que organizou ao lado da Coréia do Sul. Mas estima-se que a Copa pode ter adicionado 0,6% ao PIB japonês, e 2,2% ao sul-coreano.

No caso da África do Sul, que abrigará a próxima Copa, em 2010, o volume direto adicional ao PIB é estimado em cerca de US$ 3,5 bilhões. Cerca de US$ 1,2 bilhão deve ir para os cofres do governo em forma de impostos extras. Pelo menos 170 mil novos empregos deverão ser criados. Cerca de 2,7 milhões de torcedores - sul-africanos e estrangeiros - devem comparecer aos estádios, resultando em faturamento de US$ 2,1 bilhões.

Para a Copa no Brasil, já há estimativas de uma receita direta entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões. Para o economista Clint Waltz, da Universidade Troy, dos Estados Unidos, os benefícios de ser sede de um evento dessa magnitude não podem ser menosprezados. “Os impactos para a economia são tanto diretos como indiretos.”


NÚMEROS FABULOSOS

0,5% foi o aumento

no PIB da Alemanha com a realização da Copa de 2006

US$ 3,7 bilhões
foi o faturamento dos alemães com a presença de 5 milhões de torcedores no evento

170 mil empregos
devem ser criados na África do Sul com a Copa de 2010

2,7 milhões
de torcedores devem ir aos estádios na África do Sul

terça-feira, 30 de outubro de 2007

"O patria mia" da opera Aida de Verdi cantado por Leontyne Price

"Une Coupe du monde au Brésil, c'est comme aller en pèlerinage à La Mecque, à Saint-Jacques-de-Compostelle ou à Jérusalem"

La Fédération internationale de football (FIFA) a officiellement confié l'organisation de la Coupe du monde de football 2014 au Brésil, lors d'une réunion de son comité exécutif, mardi 30 octobre, à Zurich, en Suisse. En vertu de principe de rotation (qui va désormais être abandonné), c'était au tour de l'Amérique du Sud d'organiser l'événement, et la confédération sud-américaine (Conmebol) n'avait pas présenté d'autre candidat. Le Brésil était donc sûr d'être désigné depuis que sa candidature avait reçu l'aval de la délégation technique de la FIFA, mi-octobre.


Quintuple champion du monde, le Brésil n'a accueilli l'événement qu'une seule fois, en 1950, et sera le premier pays d'Amérique du Sud à accueillir le Mondial depuis l'Argentine en 1978. Seul pays à s'être qualifié pour toutes les Coupes du monde (18) et seul pays à avoir emporté cinq fois le trophée, il succèdera à l'Afrique du Sud, qui doit organiser l'épreuve en 2010.

"COMME UN PÈLERINAGE À LA MECQUE"

"Une Coupe du monde au Brésil, c'est comme aller en pèlerinage à La Mecque, à Saint-Jacques-de-Compostelle ou à Jérusalem. Pour un footballeur, la Coupe du monde au Brésil, voilà ce qui la représente le mieux. C'est formidable", s'est réjoui Michel Platini, membre du comité exécutif de la FIFA et également président de l'UEFA.

Le président de la Confédération brésilienne Ricardo Teixeira a indiqué, lors de la présentation du dossier mardi, qu'il s'agissait d'une "grande joie et une conquête historique pour le pays et le peuple brésilien." M. Teixeira a aussi insisté sur "l'impact tant au niveau social qu'économique", puisque "la Coupe du monde laissera un héritage permanent", notamment avec des améliorations annoncées dans le domaine du transport, de la santé, des égouts et de l'épuration des eaux, ainsi que dans la sécurité.

Le dossier de candidature prévoit notamment la rénovation du mythique stade du Maracana, où avait eu lieu la finale du Mondial en 1950 et la construction de stades dans le nord du pays, région moins développée que le sud. Les recettes de billetterie ont été budgétées à 390 millions de dollars, pour 3 millions de billets. Mais il faudra certainement des tarifs différenciés pour les étrangers et les Brésiliens, très nombreux à vivre dans la pauvreté, alors qu'ils sont le principal moteur de la passion du football qui anime le pays.

Governo Lula amplia financiamento com recurso do FGTS para classe média

ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

O Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) decidiu flexibilizar as regras e liberar o financiamento com recursos dos fundos para os trabalhadores que ganham mais de R$ 4.900 e possuam conta vinculada. Essa regra terá início em janeiro de 2008 e, além disso, o limite do valor do imóvel para os cotistas foi ampliado para R$ 350 mil, sendo que o empréstimo pode chegar a R$ 245 mil.

O objetivo da decisão, tomada hoje em reunião do conselho, é beneficiar parte dos titulares dessas contas vinculadas que antes não eram atendidos por outros financiamentos com recursos do FGTS, voltados para habitação popular. Os limites anteriores eram renda de até R$ 4.900 e valor máximo do imóvel de R$ 130 mil.

Nessa nova linha, o conselho disponibilizou R$ 1 bilhão para o ano que vem, com taxa de juros de 8,66% ao ano e prazo de pagamento em até 360 meses (30 anos), prazo máximo dos empréstimos feitos por meio da Caixa Econômica Federal.

Para ter acesso a esse financiamento, o trabalhador deve ter contribuído no mínimo três anos sob o regime do FGTS e saldo na conta vinculada de no mínimo 10% do valor de avaliação do imóvel. Como nos demais financiamentos, esse trabalhador não pode ser proprietário de imóvel residencial no município que reside e nem deter financiamento no SFH (Sistema Financeiro de Habitação) em qualquer cidade do país.

Neste ano, o conselho já havia decidido conceder um desconto de meio ponto percentual na taxa de juros para os cotistas que comprassem um imóvel com recursos do FGTS. A medida, que também terá início em janeiro, não será aplicada à nova faixa de empréstimo criada hoje.

Nas demais linhas de financiamento, que incluem também os trabalhadores que não possuem conta junto ao FGTS, as faixas de financiamento permanecem as mesmas. O limite aprovado para a habitação popular no orçamento de 2008 é de R$ 5,4 bilhões.

O orçamento total do FGTS em 2008 será de R$ 11,64 bilhões, contra os R$ 11,2 bilhões aprovados para este ano.

Juros mais baixos

A taxa de juros com recursos do FGTS são menores do que aquelas do SFH, que têm como fonte de recursos os depósitos em poupança. Nesses empréstimos, os juros podem chegar a 12% ao ano mais a TR (taxa referencial).

O conselho curador tomou a decisão de flexibilizar as regras em um momento em que o fundo tem um saldo elevado. Hoje, se todos os trabalhadores zerarem suas contas, o superávit será superior a R$ 20 bilhões.

O saldo elevado motivou o governo a criar neste ano o FI-FGTS (Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Esse fundo terá ao menos R$ 5 bilhões do patrimônio líquido do FGTS que será aplicado em obras de infra-estrutura. Está previsto ainda que em cerca de dois anos os trabalhadores possam aplicar até 10% do saldo de sua conta vinculada nesse fundo.

CPI QUER INVESTIGAR DIFERENÇA DE TARIFA NO PEDÁGIO


O deputado estadual em São Paulo, Rui Falcão (PT), propõe a instalação de uma CPI para investigar os pedágios no Estado (clique aqui). Ele precisa de 32 assinaturas e já conseguiu 23.

Rui Falcão disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta terça-feira, dia 30, que um dos objetivos da CPI é investigar a diferença entre as tarifas dos pedágios de São Paulo e das rodovias federais, que foram leiloadas no início de outubro (clique aqui para ouvir o áudio).

“Eu quero investigar a razão da disparidade dos contratos atuais e das tarifas atuais de pedágio diante das tarifas que serão fixadas nas rodovias federais. E, com isso, eu estaria, na verdade, ajudando o Governo Serra, que vai leiloar cinco rodovias estaduais e provavelmente pedagiar o Rodoanel, a ter tarifas mais acessíveis aqui em São Paulo”, disse Rui Falcão.

O deputado Rui Falcão destacou que os pedágios das rodovias paulistas são entre seis e sete vezes mais caros que os pedágios das rodovias federais. Para ir de São Paulo a Belo Horizonte, por exemplo, o motorista paga R$ 8,00 de pedágio. De São Paulo a Ribeirão Preto, o pedágio custa R$ 36,00.

Rui Falcão disse que a CPI também deve investigar a prorrogação dos contratos com as concessionárias de pedágio. Segundo ele, os contratos foram prorrogados na metade da vigência do contrato atual.

Leia a íntegra da entrevista com Rui Falcão:

Paulo Henrique Amorim – Deputado, o que o senhor quer discutir com essa CPI?

Rui Falcão – Duas coisas. Primeiro, a explicação da prorrogação dos contratos das atuais concessões rodoviárias. Por que, antes da metade do prazo de conclusão, o Governo Alckmin / Lembo, no apagar das luzes, prorroga os contratos das concessionárias alegando desequilíbrio econômico e financeiro a favor das empreiteiras? Pelos resultados que a gente vê, elas tiveram lucros assombrosos. Então essa explicação não me convence. Segundo, eu quero investigar a razão da disparidade dos contratos atuais e das tarifas atuais de pedágios diante das tarifas que serão fixadas nas rodovias federais. E, com isso, eu estaria, na verdade, ajudando o governo atual, o Governo Serra, que vai leiloar cinco rodovias estaduais e provavelmente pedagiar o Rodoanel, a ter tarifas mais acessíveis aqui em São Paulo. E quem sabe até podendo rever os contratos extorsivos que estão em vigor nas rodovias já pedagiadas. Então esse é o objetivo da CPI, Paulo Henrique.

Paulo Henrique Amorim – Qual é a diferença entre o pedágio que será cobrado nas rodovias que serão exploradas agora pelo grupo OHL espanhol e o pedágio cobrado hoje em São Paulo?

Rui Falcão – Bom, quase de seis a sete vezes, dependendo do trecho. A OHL está oferecendo um pedágio de até R$ 1,00 por quilômetro. Aqui em São Paulo nós temos uma disparidade de quase seis vezes. Para você ter uma idéia, a rodovia federal que liga são Paulo a Belo Horizonte, são cerca de 600 quilômetros, terá pedágios no valor total de R$ 8,00, enquanto a estrada paulista que liga São Paulo a Ribeirão Preto, que é a metade do trajeto, administrada pela própria OHL, tem pedágios que o usuário a desembolsar R$ 36,00. Então esse é um exemplo...

Paulo Henrique Amorim – Quer dizer que sair de São Paulo para Belo Horizonte custa R$ 6,00 e para ir de São Paulo para Ribeirão custa R$ 36?

Rui Falcão – Não, R$ 8,00 contra R$ 36,00.

Paulo Henrique Amorim – R$ 8,00 contra R$ 36,00.

Rui Falcão – Exato.

Paulo Henrique Amorim – Quase cinco vezes.

Rui Falcão – Não, e pela mesma empresa. E com uma diferença que as rodovias de São Paulo, quando foram pedagiadas, já eram as melhores estradas do país. E as rodovias federais, com anos de abandono de sucessivos governos, estão, na sua grande maioria, deterioradas. Então o investimento para manutenção é muito maior do que aquele que foi feito aqui em São Paulo.

Paulo Henrique Amorim – Quantos deputados já assinaram o seu pedido de CPI e quantos precisa?

Rui Falcão – (Tenho) 23 e precisa 32. Mas, na verdade, eu vou começar a coleta de assinaturas para valer hoje. Porque sexta e segunda são dias de pouca freqüência aqui, então eu me concentrei na bancada do PT, do PSOL e de um deputado do PV, o Major Olímpio. E hoje eu vou procurar as lideranças dos outros partidos, inclusive mostrando o meu ânimo, que não é um ânimo de politicagem ou de desgaste, mas de contribuir para que a gente possa reduzir a tarifa de pedágio em São Paulo. Porque é bom para o contribuinte que usa as estradas, é bom para quem paga indiretamente a tarifa nos preços das mercadorias e é bom para quem transporta produção ou para aqueles que produzem também e fazem a distribuição através de caminhões nas nossas estradas.

Low Buzz May Give Mice Better Bones and Less Fat

The New York Times

Clinton T. Rubin knows full well that his recent results are surprising — that no one has been more taken aback than he. And he cautions that it is far too soon to leap to conclusions about humans. But still, he says, what if ... ?


FAT Abdominal scans of two mice show subcutaneous fat (gray) and visceral fat (red). The vibrated mouse, right, has less of both.

And no wonder, other scientists say. Dr. Rubin, director of the Center for Biotechnology at the State University of New York at Stony Brook, is reporting that in mice, a simple treatment that does not involve drugs appears to be directing cells to turn into bone instead of fat.

All he does is put mice on a platform that buzzes at such a low frequency that some people cannot even feel it. The mice stand there for 15 minutes a day, five days a week. Afterward, they have 27 percent less fat than mice that did not stand on the platform — and correspondingly more bone.

“I was the biggest skeptic in the world,” Dr. Rubin said. “And I sit here and say, ‘This can’t possibly be happening.’ I feel like the credibility of my scientific career is sitting on a razor’s edge between ‘Wow, this is really cool,’ and ‘These people are nuts.’”

The responses to his work bear out that feeling. While some scientists are enthusiastic, others are skeptical.

The mice may be less fat after standing on the platform, these researchers say, but they are not convinced of the explanation — that fat precursor cells are turning into bone.

Even so, the National Institutes of Health is sufficiently intrigued to investigate the effect in a large clinical trial in elderly people, said Joan A. McGowan, a division director at the National Institute of Arthritis and Musculoskeletal and Skin Diseases.

Dr. McGowan notes that Dr. Rubin is a respected scientist and that her institute has helped pay for his research for the past 20 years, but she does caution against jumping to conclusions.

More...

Is This the End of News?

Even a guy burned by one failed Internet start-up can't resist the idea that this latest technology—like Linotype, TV, and cable before it—could remake the news. So here goes Newser.com, the author's attempt to rescue a common narrative of public life.

by Michael Wolff - Vanity Fair - October 2007

In every newsperson, not just Rupert Murdoch, there's the dream of owning a newspaper—my paper. This retro dream is why, for the past six months, every Wednesday morning, I've been on a conference call about the subject of software design and digital engineering as it relates to the news. Although the discussion is specifically about how to make the news exciting (come on, guys, if it bleeds it ledes), it is often as tedious an hour as any I remember from high-school math. I've been able, however, using the mute button, to shower during these calls.

Illustration by Barry Blitt.

The call gathers its participants from Chicago, Boston, Silicon Valley, and New York. On the one side are the newspeople—including, along with me, former New York–magazine editor Caroline Miller, former managing editor of the St. Paul Pioneer Press Ken Doctor, and various writers and reporters I've dragooned—and on the other side, the software engineers and their marketing counterparts from a technology company called Highbeam Research, which owns one of the largest news databases in the world (50 million articles). Highbeam has kindly agreed to put up the seed money to let us start our news … what? Not paper, not show, not screen, not portal (nobody says that anymore)—a news something in digital form. More...

Copa de 2014 deve atrair 500 mil turistas estrangeiros ao País

A delegação brasileira com o Presidente Lula em Zurique. Brasil sede da Copa em 2014


Brasília (30/10) - A ministra do Turismo, Marta Suplicy, que faz parte da comitiva do presidente Lula, em Zurique, na Suíça, para acompanhar o anúncio da realização da Copa de 2014, se pronunciou sobre a escolha do Brasil: "O evento, com certeza, é uma excelente oportunidade para o Brasil se projetar ainda mais no exterior, bem como para estimular o crescimento econômico, inclusive com mais viagens pelo próprio país”, disse a ministra.

Marta Suplicy afirma que: "Para construir o sucesso, além de trabalhar por uma organização impecável na infra-estrutura esportiva, vamos ter de planejar desde já as ações e investimentos em tudo que se relaciona a recepcionar mais pessoas. Pensar em rede hoteleira renovada, para atender torcedores, jornalistas, atletas e dirigentes, em todas as sedes e subsedes do evento; mais qualidade no atendimento dos estabelecimentos comerciais, bares e restaurantes. Também planejar e colocar sinalização turística, fazer receptivos em aeroportos e apoio em outros meios de transporte. E, fundamentalmente, capacitar nosso pessoal que trabalha em toda a cadeia produtiva do turismo".

Para planificar essas ações, o Ministério do Turismo está contratando um estudo com a Fundação Getúlio Vargas para levantar todas as necessidades de intervenção para a Copa. Fonte Portal do Minist'erio de Turismo


Marta já espera 500 mil turistas estrangeiros em 2014


Allen Chahad
Vagner Magalhães
Direto de Zurique
Portal Terra



A ministra do Turismo, Marta Suplicy, afirmou nesta sexta-feira, em entrevista por telefone ao Terra, que espera pelo menos 500 mil turistas estrangeiros no Brasil durante a provável realização da Copa do Mundo de 2014. A Fifa deve oficializar o País como sede do Mundial na próxima terça-feira, em Zurique, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Marta estará no evento, na comitiva do governo brasileiro.

Denílson, do Arsenal, atuará como
garoto-propaganda em Londres

"Estamos muito satisfeitos com a indicação do Brasil para a realização da Copa do Mundo de 2014. O trabalho a partir de agora é divulgar os destinos turísticos brasileiros, já que certamente crescerá o interesse pelo País no exterior. Esse é um evento que coloca o País em evidência em todo o mundo", disse.

A primeira medida nesse sentido deverá ser durante a World Travel Market (Feira Mundial do Turismo), que será realizada entre os dias 12 e 15 de novembro em Londres. Na ocasião, o jogador Denílson, que defende o Arsenal, atuará como garoto-propaganda brasileiro no evento. O jovem atuou nas categorias de base do São Paulo e foi negociado com o time londrino após poucas atuações entre os profissionais.

"Vamos aproveitar essa feira, já com o anúncio oficial, para iniciar a divulgação do Brasil no exterior com o apelo da Copa do Mundo. Muita gente vai ficar interessada em vir ao Brasil antes do Mundial, para conhecer, e voltar durante a competição", disse a ministra.


Brasil, sede do Mundial em 2014

A idea de organizar uma Copa do Mundo naceu no mesmo dia em que se fundou a FIFA, em 21 de maio de 1904, mas só foi realizada em 1930. O primeiro mundial foi no Uruguai.

Blog argentino Antilogicas: Frida Khalo

El círculo, de Frida Kalho.


Un Frida Kahlo fuera de lo común, difícil de identificar en el marco de una obra personalista, de marca íntima.

Frida Kahlo (Méjico, 1907-1954) es una super valorada pintora que basa su producción en el autorretrato, por así decirlo, de sus muchos padecimientos, con el aporte del arte popular mexicano.

En realidad, su vida se pareció bastante a una novela y a una pesadilla. Frida nació en Coyoacán, en el sur de Ciudad de México. A los 16 años resultó gravemente herida en un accidente de camión y comenzó a pintar durante su recuperación. En 1929 se casó con el reconocido pintor Diego Rivera. Influida por la obra de su marido, adoptó el empleo de zonas de color amplias y sencillas plasmadas en un estilo deliberadamente ingenuo, quería que su obra fuera una afirmación de su identidad mexicana y por ello recurría con frecuencia a técnicas y temas extraídos del folklore. Más adelante, la inclusión de elementos fantásticos, claramente introspectivos, la libre utilización del espacio pictórico y la yuxtaposición de objetos incongruentes realzaron el impacto de su obra, que llegó a ser relacionada con los surrealistas.

Este es un bello ejemplo de lo atípico en Kalho, ideal para los argentinos de hoy, dispuestos a ser gobernados por un cuerpo, una sensibilidad y una inteligencia femeninas.

Administração DEM-PSDB anula efeito do Bilhete Único em São Paulo

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Refrescando a memória do Estadão

Ontem o jornal O Estado de São Paulo publicou uma peça de ficção publicitária anunciando o programa "Bolsa - Aluguel", inspirado em Nova York, da Administração Kassab. Ignorando que o programa já existia e foi criado por Marta Suplicy, o jornal passava sobre silêncio que ele tinha sido fechado pelos atuais ocupantes da Prefeitura. (ver Administração Kassab, com ajuda do Estadão, vai até New York para descobrir o que a Marta já fez ).

A seguir reproduzimos uma reportagem dos aspirantes a jornalistas da Folha de São Paulo sobre este tema publicado em 8 de dezembro de 2006. A diferença entre peça publicitária e jornalismo salta aos olhos.

Treinamento Folha


Folha Online



Novo em Folha 42ª turma

08/12/2006

Fim de programa habitacional força vai-e-vem por SP

Término do Bolsa Aluguel em 2007 e acesso difícil a ações do poder público cria "novos nômades" à busca de casa

Moradora chega a se mudar uma vez a cada um ano e meio; proprietário reclama de atrasos e de não receber bolsas de dezembro de 2004

BÁRBARA CASTRO
ESTÊVÃO BERTONI
DA EQUIPE DE TREINAMENTO

Os 30 meses do Bolsa Aluguel estão no fim. Com a decisão da Prefeitura de São Paulo de abandonar o programa assim que a última bolsa vencer, no primeiro semestre de 2007, as 1.387 famílias beneficiadas hoje temem retomar uma antiga rotina: perambular pela cidade atrás de um novo teto.

Renato Stockler - 2.dez.2006/Folha Imagem

VIZINHANÇA HISTÓRICA Ivanete de Araújo no corredor do prédio em que mora no Brás; o local abriga outras pessoas que recebem o benefício e fica próximo ao edifício São Vito, que pressionou votação do programa

VIZINHANÇA HISTÓRICA Ivanete de Araújo no corredor do prédio em que mora no Brás; o local abriga outras pessoas que recebem o benefício e fica próximo ao edifício São Vito, que pressionou votação do programa

Das 12 pessoas atendidas pelo programa ouvidas pela Folha, todas disseram não ter condições de pagar aluguel. Sem local onde morar, vão engrossar os índices do déficit habitacional da cidade, hoje de 509 mil casas, segundo a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo).

Em outubro deste ano, com o fim dos 30 meses de bolsa, Ivanete de Araújo pensou que voltaria a morar na rua. Desempregada, divorciada e mãe de três filhos, ela só permaneceu sob o mesmo teto graças à decisão da prefeitura de estender o programa por mais 120 dias.

Esses quase três anos foram os primeiros em que a ex-bóia-fria conseguiu morar em São Paulo sem dividir o mesmo espaço com outras pessoas, desde que chegou à cidade, em 1989.

Já viveu como agregada no subsolo de uma oficina mecânica, passou por quatro cortiços (um na Vila Guarani e três na Aclimação) e decidiu se juntar ao movimento dos sem-teto quando se viu com os filhos debaixo do viaduto Glicério. "Eu não agüentava mais morar na rua. Ali, se você não for esperto, não sobrevive", diz.

Habitou também dois prédios que foram reapropriados e, depois de ser despejada com outros sem-teto de um edifício na rua Ana Cintra, chegou a passar um tempo em uma garagem emprestada. Foi de lá que ela saiu para morar no Brás, em um apartamento pago com os recursos do Bolsa Aluguel.

Julia Moraes - 25.nov.2006/Folha Imagem

SEM CASA COM A CAUSA GANHA A diarista Merabi Pereira de Santana na rua do abrigo provisório onde mora, no Canindé; mesmo com a garantia judicial, ela não consegue alugar um apartamento utilizando o Bolsa Aluguel

SEM CASA COM A CAUSA GANHA A diarista Merabi Pereira de Santana na rua do abrigo provisório onde mora, no Canindé; mesmo com a garantia judicial, ela não consegue alugar um apartamento utilizando o Bolsa Aluguel

Em fevereiro, quando vence o prazo do programa, Ivanete deverá se mudar pela 11ª vez em 18 anos. Sua esperança é ganhar na Justiça o direito de morar novamente no prédio da Ana Cintra, reformado pela CDHU.

"Nem que eu tenha que catar latinha para chegar à renda que eles pedem", diz.

Mas ganhar na Justiça pode não significar a conquista de um teto. Desde janeiro deste ano, a diarista Merabi Pereira de Santana carrega na bolsa a garantia judicial que obriga a prefeitura a lhe pagar, mensalmente, o benefício.

Em outubro de 2004, ela assinou o contrato para receber a ajuda. Em janeiro de 2005, alugou um apartamento, mas quando tentou usar a bolsa, a Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação) se recusou a cumprir o acordo. Resultado: endividou-se com o proprietário.

Depois de entrar com uma ação na Justiça, Merabi teve o direito à bolsa garantido, mas não conseguiu alugar um apartamento, pois a prefeitura parou de oferecer garantias de fiador às imobiliárias, como três meses de aluguel adiantado.

Passados mais de dois anos, Merabi, já em sua 5ª casa, vive hoje em uma moradia provisória no Canindé. "Eles [prefeitura] dizem que vão te dar uma cama no albergue, comida de albergue, e de preferência lá na periferia; e você vai ficar escondida, porque, para eles, você não tem condições de ser um cidadão, de ter autonomia", diz.

Bruno Miranda - 27.nov.2006

VILA DOS IDOSOS A aposentada Jandira Ferreira da Silva na sala de sua quitinete, na av. Ipiranga, centro de São Paulo; com o fim da bolsa, ela tem esperança de ser encaminhada para uma vila de idosos

VILA DOS IDOSOS A aposentada Jandira Ferreira da Silva na sala de sua quitinete, na av. Ipiranga, centro de São Paulo; com o fim da bolsa, ela tem esperança de ser encaminhada para uma vila de idosos

Para o secretário municipal de Habitação, Orlando de Almeida Filho, as moradias provisórias seriam uma opção viável para quem vai deixar de receber a bolsa e não tem condições de pagar um aluguel, como no caso da aposentada Jandira Ferreira da Silva, 73.

Sustentada por dois salários mínimos, ela mora em uma quitinete na av. Ipiranga, no bairro da República. Como o valor da bolsa é menor do que o do aluguel, Jandira tira do próprio bolso o que falta e paga R$ 50 de condomínio, que considera caro.

Sem filhos ou parentes que possam ajudá-la, não faz idéia para onde possa ir. "Com minha aposentadoria, ou eu como ou eu pago aluguel. Estou procurando lugar para trabalhar, mas, com 73 anos, ninguém me aceita", diz.

Com o fim próximo da bolsa (vence em março de 2007), a auxiliar de serviços Darci de Oliveira considera o trabalho extra a única saída para conseguir saldar os aluguéis. Para pagar as contas e sustentar o filho estudante, de 18 anos, e o pai, aposentado e deficiente visual, de 92 anos, Darci vende cosméticos fora do expediente.

"Estou até procurando um trabalho noturno, no período entre 18h e 1h, não me importo de trabalhar, o importante para mim é poder garantir as despesas básicas", diz.

Bolsas atrasadas

As reclamações sobre o Bolsa Aluguel não partem apenas de quem está prestes a perder o benefício. Proprietário de um edifício na alameda Barão de Piracicaba, no centro de São Paulo, José Mário Guilherme diz que a Cohab não pagou os aluguéis de dezembro de 2004.

"A prefeitura não pagou dezembro e descontou o valor da bolsa-calção, que é a fiança", diz. Outra reclamação diz respeito às últimas parcelas que venceram. Com 35 inquilinos recebendo a bolsa, José Mário diz que a Cohab só pagou, no último mês, 31 aluguéis, e com atraso. "O aluguel vence no dia dois de novembro e o pagamento só caiu no dia 29", conta.

Procurada pela Folha entre os dias 5 e 7 de dezembro, a Cohab não respondeu sobre as queixas dos beneficiários.

"Acho engraçado que os mais arrogantes do país reclamem da arrogância de Cristina", diz ministro de Kirchner

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Voto oposicionista de grandes centros irrita ministro


FERNANDO CANZIAN

Folha de São Paulo
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

Os estratos mais pobres da população argentina foram os maiores responsáveis pela vitória de Cristina Kirchner e de seus aliados no domingo. Em cidades maiores e ricas, como Buenos Aires, Córdoba e San Luis, Cristina perdeu. Nas Províncias mais pobres do interior, principalmente no Nordeste e no Norte, venceu com ampla margem.
As urnas confirmaram a má vontade que a classe média argentina ainda guarda em relação a Néstor Kirchner. Mas recompensaram amplamente o forte assistencialismo que marcou a sua gestão, com profusão de programas e verbas sociais.
A Argentina de 2007 repetiu o Brasil de 2006. No ano passado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve o apoio maciço de eleitores mais pobres do Nordeste e Norte, mais atendidos pelos benefícios sociais. Mas teve de enfrentar um segundo turno contra Geraldo Alckmin (PSDB) por causa do eleitorado do Sul e Sudeste.
Diante da nova derrota do kirchnerismo em Buenos Aires, o chefe-de-gabinete da Presidência, Alberto Fernández, reconheceu que "a classe média definitivamente não confiou em Cristina". E disse que os portenhos deveriam "deixar de votar e pensar como uma ilha".
Referindo-se aos eleitores da capital argentina, acrescentou: "Acho engraçado que os mais arrogantes do país reclamem da arrogância de Cristina".
Em Buenos Aires, venceu a candidata a presidente da Coalizão Cívica, Elisa Carrió, com quase 38% dos votos. Cristina ficou com 24%. Em Córdoba, liderou Roberto Lavagna, com 35%. Cristina teve 24%.
Já na Província do Chaco, no Nordeste e a mais pobre do país, Cristina atingiu 50% dos votos, mais da metade do que foi dado a Lavagna, que ficou em segundo com 22%. Em Salta, no Norte, Cristina teve 74%, contra 12,5% de Lavagna.
Medidas voltadas às parcelas mais pobres dos argentinos foram decisivas para pavimentar a vitória de Cristina. Em termos absolutos, ela teve quase 8,2 milhões de votos -venceu a eleição com o apoio de pouco mais de 30% dos 27 milhões de eleitores aptos a votar na Argentina. Cerca de 28% desse eleitorado não votou.
Neste ano eleitoral, Néstor Kirchner ampliou em 45% os gastos estatais, cortou impostos dos trabalhadores que ganham menos, aumentou o valor das aposentadorias e subsidiou setores que empregam mais gente com salários menores, como a construção civil.
Em Províncias pobres como o Chaco, os índices de pobreza ainda estão em 50%, mas a maior parte dos pobres é atendida por programas sociais públicos que doam, no mínimo, 150 pesos (R$ 83) por indivíduo ou família.
Todo esse "pacote de bondades" foi financiado por um "calote branco" que Kirchner vem aplicando desde janeiro na dívida pública do país. Seu governo manipula os índices de inflação e utiliza o dado para remunerar os credores -ou seja, paga menos do que deveria. Boa parte desses credores também pertence à classe média.
O crescimento econômico de 51% nos anos Kirchner terminou por beneficiar os estratos mais pobres. Sete entre cada dez novos empregos formais criados na Argentina entre 2003 e 2007 saíram de setores que pagam 20% menos do que a média do setor privado.

Marta Suplicy abre a Feira das Américas da Associação dos Agentes de Viagem destacando o crescimento do turismo brasileiro

Ministra do Turismo, Marta Suplicy, visitou na tarde desta quarta-feira (24) o estande da Secretaria de Estado do Turismo e da Paraná Turismo na Feira das Américas (Abav 2007), que acontece até o dia 27 no Riocentro, Rio de Janeiro. Marta Suplicy experimentou o barreado, prato típico da comida paranaense, acompanhada pelo secretário do Turismo do Paraná, Celso de Souza Caron, e pelo presidente do Convention & Visitour Bureau de Curitiba e diretor da Serra Verde Express, Adonai Arruda. Foto:Divulgação



Crise aérea rouba a cena na Abav

Presidente da entidade, João Martins Neto, criticou o governo; Marta Suplicy, desta vez, evitou a polêmica

Natália Zonta - O Estado de São Paulo

A crise aérea brasileira foi o tema predominante das discussões na Feira das Américas da Associação dos Agentes de Viagem (Abav 2007). Na abertura, o presidente da entidade, João Martins Neto, não poupou críticas ao governo federal. 'O caos e a incerteza que dominam o setor são resultado de uma série de problemas estruturais - e não decorrentes da falta de órgãos de fiscalização', disse Neto. 'Nosso País cria órgãos que não cumprem suas tarefas.'

A ministra do Turismo, Marta Suplicy, preferiu evitar polêmica e vestiu a camisa do tema do evento, Turismo: A Força de Reação. O tom de seu discurso foi otimista. 'Pouco a pouco, recuperamos a credibilidade da aviação.' A ministra fez questão de assistir até o fim à apresentação de mais de uma hora dos bois de Parintins - neste ano, a Abav elegeu um Estado patrono, o Amazonas.

A feira reuniu 700 expositores nos pavilhões 3,4 e 5 do Riocentro, e atingiu recorde de público, com 23.701 visitantes, 3,84% a mais que no ano passado. A Abav 2008 já está marcada para 22 de outubro, no mesmo espaço. Desta vez, o Estado patrono será Santa Catarina.

EXPECTATIVA

Segundo Marta, a arrecadação com a vinda de turistas estrangeiros deve ser recorde em 2007. 'Pelos nossos cálculos, vamos fechar o ano com mais de US$ 4,9 bilhões.'

Uma das prioridades do governo, agora, é a campanha publicitária para promover o Brasil nos Estados Unidos, na qual serão gastos US$ 6 milhões. Marta também aguarda que o BID libere empréstimo de US$ 1 bilhão para investir na infra-estrutura e na capacitação dos Estados. O primeiro programa lançado por Marta, o Viaja Mais Terceira Idade, deve ser ampliado, beneficiando trabalhadores e estudantes.

A presidente da Embratur, Janine Pires, seguiu o discurso de Marta e disse que os esforços serão concentrados na divulgação do País no exterior. Os destinos: Rio, Foz do Iguaçu, Amazonas e todo o Nordeste.

ACORDO

A Abav foi palco de um acordo entre os agentes de viagem e a TAM. No primeiro dia, a companhia aérea anunciou que vai voltar a pagar a comissão de 10% aos agentes. O valor só não será repassado quando a compra for feita pela internet e não representar custo adicional ao passageiro. Em 2001, a comissão caiu para 7% nos vôos nacionais e 6% nos internacionais.

João Martins Neto se despediu da Abav. Ele disse que não vai tentar a reeleição e já aceitou um convite para ser secretário de Turismo do Maranhão, no próximo ano.

Fifa confirma hoje Brasil como sede da Copa e CBF exalta governo Lula

O Estado de São Paulo

Na apresentação, a entidade brasileira vai celebrar ações de combate à fome e investimentos previstos no PAC

Jamil Chade e Leonêncio Nossa

Zurique - A Fifa vai oficializar hoje a escolha do Brasil como país-sede da Copa de 2014. Marcada para as 9h30 no horário de Brasília, a apresentação do Comitê Organizador, preparada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), vai misturar futebol e política. Um vídeo preparado pelos brasileiros vai mostrar pontos positivos do País, como as belezas naturais e a infra-estrutura turística. Serão exaltados também feitos do governo Lula, como as ações de combate à pobreza e os investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O anúncio oficial da escolha do Brasil será feito pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, às 12 horas, e será acompanhado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Blatter e o restante da cúpula da Fifa dizem apostar num bom trabalho do Brasil, que foi o único país a se candidatar para sediar o Mundial de 2014. Os dirigentes do futebol muncial alertam, porém, que a realização da Copa de 2014 não pode - e não deve - servir para uso político.

Em jantar anteontem com governadores, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valke, advertiu claramente que o torneio não pode ser associada a projetos políticos. O governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, disse que a Fifa quer um torneio apolítico. “O recado é claro: a Copa do Mundo não pode estar a serviço de ninguém”, disse. O governador do Amazonas, Eduardo Braga, ressaltou que o torneio deverá ser um projeto “suprapartidário”.

Por causa da rivalidade entre os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas, Aécio Neves, que Braga acabou sendo escolhido para falar em nome dos 12 governadores que estão em Zurique para garantir jogos da Copa em seus Estados. Braga afirmou que foi o escolhido por representar a Amazônia, região que desperta fascínio no exterior. “Vou usar galho de arruda, vela de um metro e tomar banho de sal grosso”, brincou, referindo-se ao desejo de outros governadores de ocupar a tribuna na solenidade.

A delegação brasileira que prepara a candidatura realizou ontem seu ensaio geral. O Estado teve acesso ao vídeo que será utilizado para convencer os membros da Fifa. Ao som de samba e imagens do País, o filme garante que o PAC vai trazer mais de US$ 60 bilhões em investimentos até 2010 e insiste no crescimento econômico do Brasil. Com a Copa, a estimativa é de que os investimentos sejam ainda maiores.

BRILHO

O material ainda mostra os programas sociais do governo e como a pobreza está sendo atacada no País. O evento não passa de uma formalidade e, entre a apresentação do Brasil e a decisão a Fifa, reserva apenas 30 minutos de deliberações. “O Brasil quer um papel central no mundo”, destaca o documentário mostrado pelo Comitê Organizador da Copa. “Esse é o Brasil que brilha fora dos campos.”

Outro foco da apresentação será o cuidado com a proteção ao meio ambiente. O Comitê Organizador da Copa, montado pela CBF, vai vender a idéia de luta para se neutralizar a emissão de gás carbônico. A Amazônia é mostrada como santuário e os problemas de queimada e desmatamento nem sequer são citados. “A Amazônia tem um apelo forte internacionalmente”, afirmou Eduardo Braga.

No total, o Brasil terá meia hora para mostrar a candidatura. Segundo a CBF, as reformas e construções de estádios custarão US$ 1,2 bilhão. Os hotéis exigirão investimentos de US$ 500 milhões. Os responsáveis pela apresentação serão o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o ministro do Esporte, Orlando Silva, e o escritor Paulo Coelho, que insistirá que os brasileiros são “pessoas trabalhadoras”.

Beneficiado politicamente na festa de anúncio do país-sede da Copa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva só falará após Joseph Blatter oficializar o evento no Brasil. Lula e Blatter participam de uma coletiva de imprensa na sede da Fifa.

O atacante Romário, que ganhou o título de embaixador do Mundial de 2014, afirmou ontem, ao chegar a Zurique, que o Brasil precisa resolver problemas como a falta de segurança. E disse esperar que nenhum político use o evento para tirar proveito pessoal.

Delegação numerosa traduz expectativa com a Copa do mundo de futebol

Governo Federal

Luiz Inácio Lula da Silva
Marta Suplicy, ministra do Turismo
Orlando Silva, dos Esportes

Governadores

Binho Marques (Acre)
Eduardo Braga (Amazonas)
Jaques Wagner (Bahia)
Cid Gomes (Ceará)
José Roberto Arruda (DF)
Alcides Rodrigues (Goiás)
Blairo Maggi (Mato Grosso)
Aécio Neves (Minas Gerais)
Ana Júlia Carepa (Pará)
Eduardo Campos (Pernambuco)
Sérgio Cabral (Rio de Janeiro)
José Serra (São Paulo)

Poder Legislativo

Marconi Perillo, senador (Goiás)

Os representantes da CBF

Romário, jogador
Paulo Coelho, escritor
Dunga, técnico da seleção
Rodrigo Paiva, assessor
Ricardo Teixeira, presidente

"Woman power"


LA NUEVA CAMADA DE MUJERES POLITICAS Y PRESIDENTAS DEMOCRATICAS

Clarín

Cristina se suma al "woman power", que ya exhibe su sello por el mundo
Vienen avanzando en lugares clave del planeta. Tienen un denominador común: la educación superior.

Por: Daniel Juri

Tal vez, haya llegado la hora de hacer cambios urgentes en el diccionario. En la larga lista de acepciones de la palabra "mujer", dice la Real Academia Española, en su vigésima segunda edición: "Mujer pública: prostituta".

Otra definición: "Mujer de gobierno: Criada que tenía a su cargo el gobierno económico de la casa". Como siempre, la lengua termina yendo un paso más allá que las academias. Y hoy, para el común de la gente, mujeres públicas, mujeres de gobierno son Angela Dorotea Kasner, Hillary Rodham, Cristina Fernández o Mamá Sirleaf . Y es que, a pesar de que a las tres primeras se las conozca por el apellido de sus maridos y a la cuarta con el más femenino de los apodos, se trata, nada menos, que de mujeres de todo el mundo que pasaron a ser emblema del "woman power", un fenómeno que amenaza con sacudir, también, hasta la última letra del diccionario.

La primera de estas mujeres es la poderosa jefa del gobierno alemán, Angela Merkel; la segunda, Hillary Clinton, la candidata demócrata que amaga con instalarse en la Casa Blanca y no, esta vez, para redecorarla como primera dama, sino para dirigir los destinos de la primera potencia del mundo. La tercera es Cristina Fernández de Kirchner, elegida ayer presidenta de los argentinos. Luego, le sigue Ellen Johnson Sirleaf, verdadero emblema de este arranque del siglo XXI, quien el año pasado se convirtió en la primera mujer presidenta de Africa. No solo eso: ganó las elecciones en Liberia con un 59,4 por ciento de votos y se hizo cargo de un país desgarrado por una guerra civil. Encima, pudo con la política y hasta con un fetiche masculino: venció en las urnas a un ex futbolista llamado George Weah.

A las poderosas de este mundo contemporáneo parece unirlas un denominador común: la educación superior. Fueron las aulas del siglo XX las que, en definitiva, les dieron a la mujer el instru mento fundamental para pelear lugares, por ejemplo, dentro del "old boys club" de EE.UU., como se llama a ese coto cerrado que, históricamente, produjo candidatos presidenciales a destajo, siempre hombres. Con su acceso a la educación superior, la mujer pudo liberarse hasta de ese viejo mito religioso que le endilgó durante siglos la causa del pecado original. Ese mito por el que solo Eva y una serpiente (femenina) fueron expulsadas del Paraíso. "Soy socialista, agnóstica, separada y mujer", dijo a poco de asumir el gobierno la presidenta chilena Michele Bachelet.

Merkel es científica, Hillary era una abogada exitosa cuando su marido llegó a presidente. Cristina también es abogada y un cuadro político de peso surgido de las filas del peronismo. La africana Sirleaf es una economista licenciada en Harvard. También salió de esa universidad estadounidense la abogada laboralista Tarja Jalonen, que ya va por su segundo mandato en Finlandia. Bachelet es médico cirujana y pediatra.

En el otro extremo del planeta, la economista Gloria Arroyo, actual presidenta de Filipinas -que lidia en su país contra la corrupción, la guerrilla y el terrorismo- compartió alguna vez las aulas con Bill Clinton, en la Universidad de Georgetown. Vaira Vike Freiberga, la presidenta de Letonia se doctoró en Psicología en Canadá. Es traductora de español y habla francés, inglés y alemán, además de letón, claro.

Profesionales, políticas exitosas, verdaderas damas, femeninas -cada una con su estilo- y lejos, muy lejos todas ellas, de esa imagen masculinizada que instaló la hoy anciana baronesa Margaret Thatcher, ex primer ministro británica, una famosa dama de hierro.