Cesar Maia parou 64% das obras de contenção, disse JB
Duilo Victor e Renata Victal
A Meta Anual de Trabalho da Geo-Rio, no começo do ano, era clara: seria necessário fazer obras em 38 encostas, incluindo drenagem e recuperação. No entanto, apenas 14 frentes estão sendo realizadas. As outras 24 estão paradas, sem nenhuma previsão. Já o programa de manutenção e recuperação de obras existe, mas não chegou a ser executado. Estavam previstas quatro recuperações e manutenções. A informação, levantada pela equipe do vereador Eliomar Coelho (PSOL), foi confirmada pelo diretor de obras da Geo-Rio, Márcio Machado, e talvez explique o desmoronamento de 7 mil toneladas de terra nas entradas de duas galerias do Rebouças na manhã de quarta-feira.
- Temos em andamento 14 contratos que resultam em 35 frentes de trabalho. Estamos investindo cerca de R$ 7 milhões em contenção. São obras preventivas e corretivas - garante.
Na avaliação do engenheiro, o trabalho mais importante é o que está sendo realizado na Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras.
- Ali há o risco de desplacamento de laje rochosa ao lado da Universidade Santa Úrsula. Também concluímos uma obra importante na Rocinha. Todas estas obras são importantes porque evitam gastos maiores de obras emergenciais. Elas devem ser feitas - avalia.
Apesar das boas intenções do diretor, as obras não são realizadas por falta de verba. Foi a constatação de auditores do Tribunal de Contas da União. Uma inspeção realizada pelos auditores no Programa de Contenção de Encostas da prefeitura entre 1996 e 2006 revelou que obras sem caráter emergencial eram empurradas para o orçamento dos anos seguintes, e o que era preventivo tornava-se urgente. Os números mostram que, em 1996, a Geo-Rio gastou R$ 43,547 milhões em obras do programa e que, no ano passado a quantia despencou para R$ 2,598 milhões.
É justamente uma obra emergencial, ainda sem custo estimado, que será realizada para a remoção de lama na entrada do Rebouças e contenção daquela encosta. Com duração prevista de seis meses, ela só terá início quando a chuva cessar. De acordo com o diretor da Geo-Rio, serão construídos três muros de contenção atrás do já existente em cima do túnel.
- Já estamos elaborando o projeto. Vamos fazer outros três muros, em níveis diferentes, para não ter nenhuma possibilidade de novo desmoronamento - explicou um solícito Machado.
A expectativa do secretário municipal de Obras, Eider Dantas, é de reabrir o trânsito no túnel em, no máximo 72 horas.
- Só vamos liberar o trânsito no túnel entre 48 e 72 horas depois que a chuva parar. Vamos trabalhar com uma margem de segurança - argumenta.
Hoje, técnicos da prefeitura vão colocar um corante em duas tubulações, de duas polegadas cada, encontradas em meio à terra no alto do túnel. O objetivo é descobrir a origem da água.
Visivelmente irritado com a insistência da equipe do JB, que queria saber a localização dos canos para seguir até lá e fotografá-los, ele não titubeou:
- Você pode subir de carro e pedir autorização para o tráfico.
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