segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

domingo, 30 de dezembro de 2007

El color del tiempo - A cor do tempo

Homenaje a Apollinaire, de Marc Chagall.


Bello, raro, no muy chagalliano este homenaje al gran poeta y crítico respira inteligencia y sensibilidad, cualidades que no abundan, por cierto.

A Marc Chagall (Rusia, 1887-Francia, 1985) se lo suele considerar como uno de los pintores y artistas gráficos más relevantes del siglo XX por su gran destreza técnica y su orgilinalidad sin par.

El uso singular del color y la forma en Chagall deriva en parte del expresionismo ruso y más tarde recibió una influencia decisiva del cubismo francés. Muchas de sus obras evocan de modo característico escenas de la vida de las comunidades judías en las pequeñas aldeas rusas.

Vou sentir saudades de 2007?

"Neste ano senti, como nunca, a combinação de prosperidade com democracia; senti uma sensação de vitória coletiva


A PERGUNTA DO TÍTULO É minha preocupação neste fim de ano, porque tenho 51 anos de idade, o que significa dizer que já vivi meio século. Nesse tempo, vivi basicamente duas fases na história do Brasil: 1) durante o regime militar, a prosperidade econômica com falta de liberdade; 2) depois da derrocada dos militares, o baixo crescimento econômico, exceto durante um ou outro surto passageiro decorrente de algum artificialismo, com expansão dos direitos civis.
Em poucas palavras, pertenço a uma geração de frustrados. Quando havia mais dinheiro, padecíamos com menos democracia -e, quando reconquistamos a democracia, sofremos com o agravamento da pobreza, traduzida na violência dos grandes centros urbanos.
Imaginei que, com o fim da ditadura, fôssemos ter uma sensação de segurança. A barbárie da tortura estaria extinta. Sou obrigado a reconhecer, lembrando-me dos tempos em que se andava na rua despreocupado, que a violência de hoje é muito mais disseminada do que nos tempos da ditadura militar. Naquela época, pelo menos, sabia-se a quem combater para diminuir a barbárie.
No ano de 2007, em particular, senti, como nunca, a combinação de prosperidade com democracia, graças a pelo menos três anos consecutivos de estabilidade política e econômica. Pela primeira vez, senti uma sensação de vitória coletiva."

Assim começa o artigo do jornalista Gilberto Dimenstein, que em poucas palavras destrói o que durante três anos fora apregoado pela oposição demo-tucana contra o governo Lula, muitas vezes com o concurso ativo da mídia, na qual Gilberto Dimenstein escreve.

Em efeito, 2007 terá sido o ano no qual, aos olhos de todos, o crescimento econômico não serviu exclusivamente para os mais ricos, mas foi acompanhado da recuperação do emprego e da renda do assalariado, no qual a revalorização do salário mínimo e o Bolsa-familia, acabou reduzindo um pouco a desigualdade social. E como disse Dimenstein, a sensação é de vitória coletiva, a do povo brasileiro.

Essa vitória é inseparável da derrota infligida à oposição, pela reeleição de Lula, considerado como acabado, por muitos dos que agora temem pela sua influência no processo sucessório.

Ela também é inseparável da força do PT, objeto de todas as calúnias, de todos os ataques e de todas as tentativas de aniquilamento alimentadas por interesses muito evidentes, mesmo que utilizando erros ou desvios do próprio partido do presidente.

Como fênix renascendo, onde seus adversários viam cinzas, o único consolo para os guerreiros do apocalipse foi a derrota do governo na questão da CPMF. Vitória amarga, porém, como mostra a pesquisa Brasmarket:

"O instituto perguntou aos entrevistados qual a real motivação que levou o Congresso a extinguir a CPMF. A maioria respondeu que o fim do "imposto do cheque" se deveu ao interesse da oposição em prejudicar o presidente Lula (30,8%) e em benefício de ricos e empresários (23,4%). Para 17,9% dos entrevistados o interesse no fim do tributo foi do povo em geral e para 11% o benefício é dos mais pobres. Outros 17% não quiseram opinar."

Dimenstein, porém, persiste em afirmar, ecoando uma recente propaganda partidária, que essa vitória é fruto do passado e da construção de consensos e não, de um antes e um depois, da chegada de Lula à presidência. Uma maneira "moderna" de nos convidar a um esqueçam o que vocês viveram durante o reino neoliberal de Collor e FHC.

Depois, fingindo ignorar o real conteúdo de um dos principais fatos políticos de finais de 2007, Dimenstein exclama: "Quem imaginava que o PT, deixando baboseiras de lado, iria regozijar-se numa bem-sucedida privatização de estradas?".

As baboseiras são a recusa dos pedágios extorquidos pela privataria tucana, posta a nú pelo leilão das estradas federais do governo Lula. As baboseiras são rejeitar as negociatas na venda das empresas do Estado, como foi com a Vale do Rio Doce e ao contrário -como mostrado na suspensão dos leilões da Petrobras quando descoberto o potencial das resevas Tupi- se guiar pelo interesse da nação e do povo brasileiro na condução da política econômica do país.

Em verdade, a raiva contra o PT deve-se precisamente a essa capacidade dele não transformar em dogma, uma visão partidária que constitui uma construção permanente. Sem medo de corrigir erros e rumos, mas preservando sua razão de ser que é a luta pela igualdade, a liberdade e a fraternidade.

A metamorfose ambulante do Lula é a determinação a olhar a realidade como ela é e procurar o caminho de sua superação em favor dos mais necessitados. É um engajamento de vida e uma filosofia do autentico militante petista.

2007 mostrou que a caminhada vale a pena, é que o caminho se faz ao andar.

Para todos um feliz 2008. Para os petistas: sem medo de ser feliz!

Luis Favre

Concurso Nacional de Idéias - Ponte Pq. Cidade Jardim-Daslu


do Blog Capturas do Acaso

"O objetivo deste concurso foi discutir, de forma bem-humorada, a segragação social, o consumo e o neoclassicismo nas grandes metrópoles. O objeto do concurso era uma ligação entre o condomínio Parque Cidade Jardim e a loja Daslu, em margens opostas do Rio Pinheiros, em São Paulo. Trinta e três projetos foram enviados, com propostas para interligações terrestres, aéreas e aquáticas entre os dois locais. Entre 15 e 30 de setembro/2006 as propostas enviadas foram expostas em um blog ( http://www.flickr.com/photos/propostasponte/ )." (site)


"#26:Gucissimo
Marcio Kogan, Bruno Gomes, Diana Radomysler, Lair Reis, Oswaldo Pessano, Regiane Leão, Renata Furlanetto, Samanta Cafardo, Suzana Glogowski - São Paulo


LEPONT GUCCI:
Extremamente elegante é o mínimo que se pode falar da Pont Gucci. Uma sofisticada estrutura atirantada por belíssimas correntes guccíssimas de ouro 18k e largas tiras de tecido côtelé vert, rouge et vert, cumpre o seu importante papel social conectando glamorosos shoppings localizados nas margens do rio mais "in" de São Paulo.
Pó de diamante espalhado pelo asfalto, provocará um deslumbrante brilho. Segurança 24 horas e um justo preço do pedágio, aproximadamente 20 euros, tornarão este lugar exclusivíssimo. No Dia do Índio, 19 de abril, seu uso será gratuito numa forma de "gentileza urbana" aos menos favorecidos, mas prometemos uma desinfecção rápida e segura para que tenhamos tudo na mais perfeita ordem na manhã seguinte, afinal sabemos muito bem da total falta de educação do povo brasileiro. Numa demonstração de respeito ao meio ambiente o rio será despoluído numa faixa de 20 metros com aplicações diárias de Channel No. 5. Chiquérrimo!!!
"


Os trabalhos vencedores podem ser vistos neste site http://www.geocities.com/concurso.ponte/



_fontes

fonte: http://www.geocities.com/concurso.ponte/
http://www.flickr.com/photos/propostasponte/

A feiúra concreta de São Paulo

No boom imobiliário há espaço para projetos que integrem a cidade, em lugar de isolar moradores

Hugo Segawa*

O Estado de São Paulo - Caderno ALIÁS


Não é preciso ser um leitor muito atento para perceber quão difícil ficou ler as matérias em nossos maiores jornais. Não me refiro a qualquer renovação gráfica na grande imprensa, mas à profusão de anúncios que há alguns meses toma páginas inteiras oferecendo produtos imobiliários em quase todos os quadrantes da cidade e fora dela. A “febre dos imóveis” se diagnostica em estatísticas eufóricas para o setor. Dados da Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) dão conta que a concessão de crédito imobiliário cresceu 141,34% de 2005 a 2006, o financiamento imobiliário em 2007 deverá dobrar em relação ao ano anterior e poderá continuar crescendo na ordem de 25% ao ano até 2010. Para o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, o PIB da construção civil deve fechar 2007 com crescimento da ordem de 9,3%, e para 2008 a expectativa é da ordem de até 14%. O setor deverá contribuir com 4,5% a 5,5% do total do PIB brasileiro. A capitalização do setor é bilionária: em 2007, o setor foi responsável por 22,6% dos novos lançamentos de ações na bolsa (IPO, na sigla em inglês).

Para aqueles ligados em estatísticas, os números são significativos e as notícias neste final de 2007 sugerem um panorama alentador. O Brasil é a décima maior economia do planeta, segundo o Banco Mundial. Recente é o anúncio de que o Brasil ingressou na lista dos países de alto desenvolvimento humano, conforme o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas, apesar de ser o lanterninha do grupo. Classificação que disfarça contradições e evidencia a desconfiança sobre números. Outros indicadores socioeconômicos revelam que somos campeões em várias desgraças. Não é preciso muito tirocínio para perceber o descompasso entre a riqueza econômica, o desempenho social e a qualidade de vida do País. Oxalá essa afluência em 2007 deflagre a reversão desse quadro negativo. As vistosas páginas de lançamento nos grandes diários devem ser apenas a ponta do iceberg de megaoperações imobiliárias. Pode-se perguntar: o que o crescimento a “taxas chinesas” da construção civil representa para nossas cidades, em especial para São Paulo? Em que medida esses recursos podem contribuir para a melhora da qualidade de vida desta metrópole?

As propagandas de condomínios fechados, “prédios-clubes” ou “clubes residenciais”, exaltam as virtudes introvertidas de itens de lazer e segurança, “áreas verdes” ou boas “vistas” (até o novo condomínio vizinho estragá-las), e raramente mencionam as qualidades dos bairros em que se situam. Quase nenhum se prende a questões básicas, como transporte e outras facilidades urbanas. Revelam o completo descompromisso com o espaço público e/ou o seu melhoramento. O modo como se pulverizam os empreendimentos imobiliários pela área metropolitana e cidades vizinhas ratifica a concordata do espaço público.

O temor pelo público (entenda-se: que pertence à coletividade) manifestou-se em 2007 na intempestiva tentativa de um grupo de vereadores de cercear a autonomia do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Compresp). Uma restrição construtiva, de natureza quase pontual, no bairro do Ipiranga, perturbou os interesses de investidores, transtornados com a “interferência” do Compresp. O episódio é representativo, alegoricamente, das posições em defesa e em desrespeito à qualidade de vida urbana. Cidades com atividade imobiliária muito mais intensa, como Roterdã, na Holanda, possuem conselhos com quase mais poderes de decisão que o nosso Compresp - sobretudo, graças ao interesse e apoio da sociedade nas causas em defesa da cidade.

Espaços públicos são os lugares menos privilegiados em recentes intervenções urbanas. Em São Paulo, a nova Faria Lima reproduz os erros da avenida Luis Carlos Berrini. O novo eixo privilegia a circulação, com mal-ajambradas quadras lindeiras ao longo da via, e com o agravante de ostentar prédios que devem ser um sucesso imobiliário, mas, de modo geral, de arquitetura medíocre.

O maior empreendimento imobiliário em curso na cidade, o Parque Cidade Jardim (visível da Marginal de Pinheiros), pode ser comparado ao empreendimento Tokyo Midtown, um complexo de uso misto inaugurado em março de 2007 numa área de dez hectares no coração da capital japonesa.
Situado em Roppongi, totalmente integrado ao meio e à infra-estrutura urbana, a realização em Tokyo abriga mais usos e franqueia à cidade um enorme jardim japonês, que o toquiota está descobrindo e paulatinamente se apropriando. A arquitetura, de linha contemporânea, resultou da associação entre a Nikken Sekkei (a maior construtora nipônica) e o escritório norte-americano SOM. Também conta com projetos de Kengo Kuma e Tadao Ando, responsáveis pelas áreas de museus do complexo. É parte dos compromissos do empreendimento um item sobre responsabilidade social, na qual a consciência ambiental, a economia de energia e recursos e as relações com a região são parâmetros na inserção do Tokyo Midtown na cidade. Além de uma atração para o consumo e diversões, trata-se de uma obra que faz parte do roteiro de arquitetura da cidade - como toda cidade aprazível oferece. Não será o caso do Parque Cidade Jardim. Não parece haver dúvida sobre seu potencial financeiro e imobiliário (assim apostam os agentes financeiros), mas sua arquitetura é bastante duvidosa. A publicidade do empreendimento não identifica o arquiteto, como seria natural e valorizador em bons empreendimentos europeus ou japoneses. Sua arquitetura retrô está na contramão de qualquer inventário ou roteiro de boa arquitetura neste início de milênio. O que alguns apregoam como uma jóia, não passa de um falso brilhante. E só reforça o caráter provinciano do gosto de certa elite. Aqui pode-se estabelecer uma outra correlação.


A construção civil brasileira se abriu para o investimento internacional. Fato inédito em tempo recente é que cerca de 70% dos recursos na área têm origem no capital estrangeiro, ingressando quer via bolsa, quer via associações com projetos locais. São Paulo é a nossa representante no rol das “cidades globais” pelos fluxos e sinergias do maior aglomerado sul-americano na rede mundial de metrópoles. Por ora, São Paulo não é uma cidade que se credencia a transformações na lógica da “cidade-espetáculo” ou “cidade-marketing”, modelada pela organização de eventos globais: exposições mundiais, jogos olímpicos ou, no caso específico da região do Euro, tornar-se a “capital cultural” no rodízio anual de cidades de interesse cultural. A pré-candidatura paulistana em 2003 aos jogos olímpicos de 2012 foi um tímido aceno em busca de um vetor para detonar transformações ambientais e de infra-estrutura urbana com mobilização de capital nacional e internacional. Nada se especula, ainda, sobre as diretrizes para receber os jogos da Copa do Mundo de 2014 em São Paulo, mas há de se ter cautela quanto à estratégia que se apresentará, a partir da experiência do Pan 2007 no Rio de Janeiro. Sobretudo quanto à arquitetura, cuja contribuição à paisagem carioca foi medíocre, para não dizer conflitiva com o próprio patrimônio ambiental do Rio de Janeiro, na polêmica tentativa de intervenção da Enseada da Glória e da Prainha, na área do Parque do Flamengo. Na lógica das cidades globais, a arquitetura tem um papel fundamental na afirmação e inserção nos circuitos internacionais. O Guggenheim de Bilbao é o principal case-study de planejamento estratégico de uma iniciativa em que um edifício foi capaz de provocar a revitalização de uma cidade sem que ela abrigasse particularmente qualquer evento global, senão o próprio edifício do arquiteto Frank Gehry. Mas boa (ou polêmica) arquitetura não é necessariamente ou apenas instrumento de mercantilização da cidade. Boa arquitetura é direito dos cidadãos.

Nesse sentido, pairam dúvidas sobre o que se sucede na área que se tornou conhecida como Cracolândia, que a administração municipal batiza de “Nova Luz”.

Desde 2005, a prefeitura vem alardeando a remodelação de uma área cuja menção nos jornais se distribui entre o noticiário policial, local e político. De concreto, incentivos fiscais e outros benefícios administrativos tentam seduzir empresas - de tecnologia, call centers, cultura e publicidade, conforme anúncio do governo - sem, todavia, qualquer manifestação oficial das “interessadas”. E temos por ora a demolição de alguns imóveis que insinuam uma paisagem pós-bombardeio, numa guerra em que as partes não sabem bem quem são os adversários ou aliados. O informe mais recente é que o Estado pretende desapropriar o edifício da antiga estação rodoviária na Praça Julio Prestes para ali instalar um centro cultural. Todas essas notícias soam como factóides frente ao futuro da região. Outras notícias dão conta de que grandes construtoras estão interessadas em investir na área, incluindo uma que teria a consultoria do arquiteto, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná Jaime Lerner. O segredo imobiliário não permite ainda ao paulistano conhecer uma intervenção numa área de 269 mil metros quadrados, declarada de utilidade pública pela administração municipal. No coração da metrópole paulistana, são muito mais que duas vezes a área de Tokyo Midtown, e três vezes a do Parque Cidade Jardim. Sem uma proposta com desenho urbano, não há como avaliar o impacto e as responsabilidades inerentes a um possível megaempreendimento arquitetônico no centro de São Paulo. Retomo a pergunta inicial: em que medida a abundância de recursos pode contribuir pela melhora da qualidade de vida desta metrópole?

Lembro as palavras de Roger Bastide, um dos professores pioneiros da USP: “Se a beleza do Rio de Janeiro é uma beleza natural, a de São Paulo é beleza de cimento... A mão do arquiteto, aqui, substitui a mão de Deus”.

*Hugo Segawa é arquiteto, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo


Sacco & Vanzetti - Here's to you de Ennio Morricone

O concerto


O documento


O filme

Sarkozy: o divórcio

O divórcio de Sarkozy com a opinião pública francesa, verificada nas últimas pesquisas, afetará os resultados das eleições municipais em março de 2008?

Uma questão em aberto.

Égypte - Nicolas Sarkozy et Carla Bruni en visite dans la Vallée des Rois
© Nasser Nasser (AP)
Le président français Nicolas Sarkozy et Carla Bruni


LE MONDE

Pouvoir d'achat : une majorité de Français ne fait pas confiance au gouvernement


L'intervention de Nicolas Sarkozy ou la loi Chatel n'auront pas eu les effets escomptés par le gouvernement. Selon un sondage IFOP pour Ouest-France Dimanche, trois Français sur quatre n'ont pas confiance en lui sur la question pour du pouvoir d'achat.

Ils ne sont que 25% - un taux en chute de 11 points par rapport à août 2007 - à lui faire confiance pour augmenter le pouvoir d'achat et 27% (-16 points) pour les baisses d'impôt. 31% lui accordent leur confiance pour lutter contre l'exclusion et la pauvreté, et 40% pour intégrer les personnes issues de l'immigration. 42 % font crédit au gouvernement pour lutter contre le chômage.

En revanche, une large majorité de Français lui font confiance pour lutter contre l'insécurité (62%, en baisse de 14 points) et protéger l'environenemnt (59%, -4). L'optimiste général des Français a pourtant augmenté depuis août dernier : ils sont 53% à se dire optimistes, 47% pessimistes, alors qu'en août, ils se partageaient à stricte égalité 50-50 entre ces deux camps.

"Après un semestre d'action, le gouvernement subit une baisse de confiance massive", écrit l'institut de sondage. Cette baisse, précise l'IFOP, doit être nuancée par le haut niveau de confiance constaté au début de la législature qu'il qualifie d'"état de grâce". Enfin, la confiance accordée au gouvernement "demeure équivalente ou sensiblement supérieure à celle enregistrée par le gouvernement précédent en août 2006", ajoute l'institut.

Royal et Clinton, jumelles en politique?

La socialiste française et la démocrate américaine ont des parcours étonnamment proches, mais des méthodes différentes.

Ségolène Royal et Hillary Clinton (Daniel Joubert, John Gress/Reuters).

Une femme en tête des primaires de son parti, une candidate qui provoque des réactions épidermiques, admirée ou haïe… "Ca nous rappelle quelqu’un", nous ont déjà écrit certains d’entre vous à propos des chances d’Hillary Clinton de se faire élire à la maison Blanche.

"Ségolène" et "Hillary", deux femmes devenues des prénoms en politique ont certainement des points communs. Toutes deux sont très polarisantes, Madame Clinton au delà de tout ce que l'on peut imaginer. Selon des chiffres de l'institut de sondage Zogby, 50% des Américains affirment qu’ils ne voteraient "jamais" pour Hillary Clinton. Un autre sondage USA Today lui donne 51% d’opinions favorable et 48% de défavorables: autrement dit, tout le monde ou presque a un avis sur elle.

Hillary Clinton comme Ségolène Royal ont provoqué des interrogations sur le fonctionnement de leur couple (encore que, notait Salon en novembre 2006 "contrairement à la version américaine, dans ce couple, c’est la femme qui a le charisme"). Toutes deux ont été traitées d’ambitieuses (comme si les hommes candidats se présentaient aux élections par abnégation).

Une "bonne" éducation... qu'elles ont toutes deux rejetée

Toutes deux, avant de basculer à gauche, ont été élevées dans le terreau conservateur et religieux de familles bourgeoises. Fille d'un chef d'entreprise de l'Illinois, Hillary avait participé, comme bénévole, à la campagne du républicain Barry Goldwater aux élections présidentielles de 1964, avant de passer à gauche dans le contexte du Vietnam. Fille d'un lieutenant-colonel d'artillerie de marine, catholique, Ségolène Royal a assigné son père en justice pour l'obliger à financer les études de ses enfants. De cette jeunesse, l'une et l'autre ont gardé une certaine raideur, signe de leur "bonne" éducation.

Les points communs flagrants s’arrêtent là. "Ce qui me frappe c’est que la campagne d’Hillary, c’est une primaire gérée alors que Ségolène se gérait", note Dick Howard, professeur de philosophie politique à Suny Brook University. En comparaison de la solitude de Ségolène Royal, l’"Hillariland", comme s’est auto-surnommé l’équipe de la candidate, est célèbre pour son extrême discipline et sa fidélité (beaucoup sont des conseillers de longue date, des années de la Maison Blanche de Bill, voire de l'Arkansas). Ne pas s’attendre à une gaffe ou un aveu.

L'une est vue comme incontrôlable, l'autre comme trop contrôlée

La sénatrice de New York en route vers la présidentielle prend peu de risque, pèse ses positions. "Ségolène n’était pas contrôlable alors qu’on reproche à Hillary d’être trop contrôlée." D’où une réputation froide et calculatrice. (Voyez comment le Daily Show se moque de ses difficultés à rire naturellement, les dernières secondes sont les meilleures.)

Les rires d'Hillary Clinton au Daily Show.

Autre différence de taille, "Ségolène a eu recours à la base du parti", souligne Dick Howard, quand Hillary est la candidate de l’establishment démocrate et de l’élite du parti. La mobilisation du web pour la candidate du PS évoque plutôt la campagne de Barack Obama. "Ségolène Royal doit beaucoup aux médias qui lui ont accordé de l'importance alors qu'elle n'était pas encore très accomplie", note William Keylor, professeur de relations internationales à Boston University.

Estimée plutôt qu’aimée, Hillary n'est pas portée par un mouvement grassroot. Un sondage réalisé en juillet par le New York Times indiquait que 70% des femmes considéraient qu’elle était un bon "modèle" pour les femmes; elle vient aussi de se classer en tête des femmes pour lesquels les Américains ont le plus d’admiration. Mais les sondages du Pew Center lui donnent aussi les plus mauvais scores des trois grands candidats démocrates quand on demande qui est le plus sympathique.

Contrairement à Ségolène Royal, Hillary Clinton prend peu de risques

En terme de programme, les deux femmes se sont montrées des adeptes de la triangulation, chassant les électeurs sur les terres de leur adversaire, la sénatrice de New York allant jusqu'à adopter les positions les plus faucons face à l'Irak puis l'Iran, comme le rappelle William Keylor:

"Toutes les deux ont essayé d'attirer le centre du parti et se sont aliénés une partie de la gauche les accusant de trahir les principes du parti."

Royal a eu sa croisade contre la violence à la télévision, Clinton s’est indignée de celle des jeux vidéos. Royal a dit souhaiter que tous les Français aient un drapeau tricolore chez eux, Clinton a soutenu un amendement interdisant de brûler le drapeau américain.

Mais pour la candidate américaine, ce positionnement centriste supposait un moindre grand écart avec le reste du pari. Car, note Dick Howard, "le PS n’a toujours pas fait sa réforme". Le recentrage du parti démocrate remonte, lui, aux travaux du Democratic Leadership Council à la fin des années 1980. "Ségolène aurait eu besoin d’un Bill Clinton", note le politologue.

A plusieurs reprises pendant sa campagne, l’entourage de Royal avait laissé entendre qu’une rencontre avec Clinton était imminente. Dans l’International Herald Tribune, l’éditorialiste John Vinocur y a vu un effort de Ségolène Royal pour profiter de la réputation de compétence et d’expérience d’Hillary Clinton, qui, contrairement à la Française, a rarement été accusée de manquer de substance et de mal connaître ses dossiers en politique internationale. La campagne d’Hillary Clinton a vite fait savoir qu’aucune rencontre de ce genre n’avait jamais été au programme.

Hillary Clinton ne se pose pas en victime des hommes politiques

Autre terrain de divergence: la façon dont les deux se vivent femmes en politique. Hillary Clinton a impressionné des employées du Congrès en entrant dans l’hémicycle en pantalon. Plutôt que de féminiser son discours, elle a choisi de muscler son profil sur les questions de défense en demandant à siéger au comité des forces armées. A la différence de Royal, l’ex-première dame mentionne rarement le fait d’être une femme en politique.

Certes, elle s'est plainte que ses coiffures aient été disséquées. Lors du débat du 30 octobre, lorsque ses adversaires Barack Obama et John Edwards ont sorti l'artillerie lourde, elle s'est défendue d'un "the boys are piling on" ("les garçons me chargent"). Bill a approuvé: "Les garçons ont été durs avec elle ces derniers temps, mais elle sait encaisser." L'argument a vite été mis de côté. Seulement 11% des Américains estimaient qu'Hillary faisait l'objet d'attaques injustes parce qu'elle était une femme.

Ceci dit, note Dick Howard. Les deux candidates essuient les mêmes conséquences lorsque leur conjoint fait un faux pas. "Quand François Hollande a évoqué une hausse d’impôt pendant la campagne de Ségolène Royal, les journalistes s’en sont saisis", note t-il. Tout comme Hillary s’est fait épingler sur le thème de sa malhonnêteté lorsque Bill Clinton a assuré (en toute mauvaise foi) qu'elle a toujours été opposé à la guerre en Irak. "Les erreurs des maris de candidates ont beaucoup plus de poids dans la campagne que ce que peuvent dire les épouses des candidats", conclut-il.

sábado, 29 de dezembro de 2007

Lula é o preferido dos últimos 20 anos, revela pesquisa em São Paulo


O Instituto Brasmarket divulgou na última semana pesquisa que mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é considerado o melhor presidente do Brasil dos últimos 20 anos, desde a redemocratização.

O levantamento, feito na capital paulista, revela que o presidente petista tem o apoio da população mesmo em temas espinhosos, como a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e a transposição do Rio São Francisco.

Lula apareceu com 51,5% da preferência, superando com folga a soma de seus quatro últimos antecessores - que foi de 31,5%. O tucano Fernando Henrique Cardoso registrou 17,6%, o agora senador José Sarney (PMDB-AP) foi lembrado por 5,7%, seguido do também senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), com 4,1%, mesmo percentual do vice que assumiu após o impeachment do alagoano, Itamar Franco. O percentual dos pesquisados que se negaram a apontar um preferido foi de 17%.
CPMF
O instituto perguntou aos entrevistados qual a real motivação que levou o Congresso a extinguir a CPMF. A maioria respondeu que o fim do "imposto do cheque" se deveu ao interesse da oposição em prejudicar o presidente Lula (30,8%) e em benefício de ricos e empresários (23,4%). Para 17,9% dos entrevistados o interesse no fim do tributo foi do povo em geral e para 11% o benefício é dos mais pobres. Outros 17% não quiseram opinar.

São Francisco
O Brasmarket quis saber dos paulistanos qual a opinião sobre o polêmico projeto de integração de bacias do Rio São Francisco. Questionados sobre quem tinha razão no imbróglio, mais uma vez Lula se saiu bem. Para 49,6% dos entrevistados o presidente está correto, enquanto que 19,5% preferem o posicionamento bispo de Barra (BA), dom Luiz Cappio, que chegou a fazer greve de fome para impedir, sem sucesso, o início das obras. Outros 13,6% acham que nenhum tem razão, enquanto 3,3% dividem os méritos. Não quiseram responder ao questionamento 13,9% dos entrevistados.

A preferência por Lula, na avaliação do professor de Ciências Políticas do Centro Universitário do Distrito Federal (Unidf), Leonardo Barreto, é devido ao seu estilo carismático de liderar. "Ele é tão forte que é difícil ver um sucessor. Conseguimos enxergar candidatos a presidente, mas ninguém com a dimensão dele", afirma. Barreto adianta que o mito Lula vai criar grandes dificuldades para quem tiver a missão de substituí-lo a partir de 2011.

Com relação a discussão da CPMF, o professor acredita que o resultado se deve também ao fato de a maior parte da população não pagar o tributo de maneira direta, somado à constatação de que foram os próprios PSDB e DEM que criaram a CPMF. "A população não enxergou sinceridade no discurso da oposição. Eles não pareciam ser realmente contra, até porque o PSDB negociou até a última hora e foi o partido, junto com o DEM, que criou a CPMF".

Para o professor, o levantamento mostra que a tentativa da oposição de levantar a bandeira em favor de menos impostos foi fracassada. Barreto observa também que a impressão da população é que a disputa foi apenas partidária. "A pesquisa mostra que tudo foi visto como uma simples briga partidária e o discurso do governo de que o dinheiro era para a saúde e para os programas sociais ecoou na sociedade".

Fonte liderança do PT na Câmara dos Deputados.

Demanda por bens industriais é a maior desde 1987

Empresas iniciam 2008 com estoques baixos, segundo FGV

O Globo

 SÃO PAULO. A indústria brasileira assistiu em dezembro a um ritmo de encomendas como não via há tempos. A Sondagem da Indústria de Transformação, divulgada ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV), mostra que para 37% das empresas a demanda este mês esteve forte, e para apenas 8% foi fraca. Trata-se do maior percentual de demanda aquecida desde janeiro de 1987, auge do Plano Cruzado.

Para 7% das empresas, os estoques eram insuficientes, e excessivos para apenas 5%, o que resulta num índice de 102 pontos nesse quesito.

— Historicamente, esse indicador está abaixo de cem pontos e, ultimamente, vem se mantendo acima dessa marca, o que significa que as empresas estão com estoques enxutos e que a economia entra aquecida em janeiro — disse o coordenador técnico da sondagem industrial da FGV, Jorge Braga.

Nos setores de confecções e calçados, 22% e 15% dos empresários informaram estar sem estoques. Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria caiu em dezembro: foi de 86,7% este mês, contra 87,2% em novembro.

(Ronaldo D’Ercole)

Decolou


Celso Ming, celso.ming@grupoestado.com.br

O presidente Lula talvez tenha exagerado quando disse que 2007 foi o melhor ano econômico da história econômica do Brasil. Mas não dá para negar, há o que comemorar.

Esta é apenas uma lista limitada de fatos que poderão ser tomados como linhas divisórias entre antes e depois.

(1) Consolidação da área externa - Os físicos deram a isso um nome esquisito: resiliência. É a capacidade que tem um corpo de voltar à forma anterior depois de receber um impacto que o deformou. Uma bola de borracha tem alta resiliência. De um bom lutador de boxe espera-se que não tenha “queixo de vidro”.

A boa novidade do ano é que a economia se mostrou resiliente à crise externa. Levou pancadas, mas recuperou-se rapidamente. Isso mostra que as bases estão mais fortes. De caloteiro de anteontem, o Brasil tornou-se credor externo líquido. Quando chegarem a US$ 195 bilhões, as reservas externas serão superiores à dívida externa do setor público somada à do privado. É um bom chão para construir o futuro.

(2) Volta ao crescimento econômico - Ninguém mais fala em vôo de galinha. O crescimento do PIB não é só o dobro (acima de 5%) do padrão do início da década, mas é percebido como consistente, pois vem sendo obtido com inflação dentro da meta, a despeito dos juros ainda altos e do câmbio adverso. E essa consistência puxa para o ponto seguinte.

(3) Avanço do investimento - 2007 foi também o ano em que o investidor externo redescobriu o Brasil. O Investimento Estrangeiro Direto (IED) líquido deve fechar o ano por volta dos US$ 38 bilhões, volume próximo do que será obtido no saldo do comércio exterior (cerca de US$ 40 bilhões). A Formação Bruta de Capital Fixo, expressão que os especialistas usam para falar do investimento na economia, cresce 12,4%, mais do que o dobro do PIB. E essa é uma boa indicação de que a oferta vai dar conta do aumento do consumo, o que dá consistência ao crescimento.

(4) O Campo de Tupi - A comprovação de que abaixo da camada de sal há enormes jazidas de petróleo e gás tem tudo para virar o jogo energético. As declarações de que vamos entrar na Opep são patriotadas, porque é preciso furar mais e medir mais. Mas a conversa agora é outra. É antes e depois do Campo de Tupi.

(5) O novo modelo de licitação - Os leilões das concessões rodoviárias e da Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, inauguraram outra relação entre o público e o privado. Os preços caíram, as tarifas tendem a cair e já não há mais medo de ser feliz com o sistema adotado. Nem mesmo o PT está vendo isso como privataria. Cai um tabu.

(6) A derrubada da CPMF - Ainda devem ser avaliados os efeitos da rejeição da CPMF pelo Senado. Mas alguns são notórios: a oposição ressurgiu dos mortos; o governo terá de conter as despesas públicas; a reforma tributária voltou à pauta; os políticos parecem ter entendido que não poderão expandir a carga tributária impunemente; e um imposto fácil de arrecadar, mas de má qualidade, foi revogado.

(7) Discurso esvaziado - O crescimento econômico parece consistente; a inflação está sob controle; os juros, ainda altos, não estão atrapalhando nem a atividade econômica nem o aumento do emprego; o câmbio baixo não destruiu nem o mercado externo nem a indústria nacional. Em outras palavras, o discurso da ala desenvolvimentista dos economistas nacionais está perdendo sentido. Mais dois anos nessa toada e ninguém mais dirá que a política econômica está errada e que é preciso mudar tudo.

Cartas publicadas no Estadão: Samba de uma nota só!

Quem acompanha a publicação das cartas dos leitores no jornal O Estado de São Paulo, por exemplo, percebe que uma rigorosa seleção "permite" mostrar uma "opinião pública" forjada pela vontade dos responsáveis da publicação.

Já tínhamos mostrado este comportamento "democrático" quando das aventuras de Floriano Pesaro, secretário de assistência e desenvolvimento social da administração Kassab, em New York. Na ocasião o Estadão publicou uma pagina de press-release do viajante Pesaro dizendo que estava colhendo inspiração na grande maça para implementar um programa revolucionário, o Bolsa-Aluguel.

Confrontado com as provas que Pesaro era o responsável do fechamento deste programa implantado na administração Marta Suplicy, o Estadão ignorou todas as reclamações e jogou no lixo as cartas sobre o tema. (veja sobre este assunto Mídia: o pluralismo em questão ; Jornal O Estado de São Paulo: após artigo fajuto, a censura ; O jornal O Estado de São Paulo continua a se fingir de morto).

Agora, o mesmo Pesaro ataca, no espaço generosamente oferecido pelo jornal, a suposta demagogia de Lula com os pobres. A resposta do deputado federal Carlos Zaratini, como parece ser a praxe no "democrático" jornal, não foi publicada.

Aqui publicamos as duas cartas.

Luis Favre


Demagogia com os pobres
25/12/2007

Mais uma vez o presidente Lula vem a São Paulo para um ato de explícita demagogia com os humildes. Sábado esteve pela quinta vez com os movimentos políticos de catadores e de população de rua ligados à Igreja Católica. Na Casa de Oração, prometeu, pela quinta vez, ceder prédios públicos, Bolsas-Família e diversos outros programas federais a esses movimentos. Nestes cinco anos não conseguiu assegurar nenhuma de suas promessas e, pior, vem a São Paulo sem conhecer o trabalho realizado pelo poder público municipal e por ONGs conveniadas. Infelizmente, o presidente prefere fazer teatro com os pobres, em vez de dialogar seriamente com os gestores públicos para entender melhor as necessidades e ofertas a esta população marginalizada. Uma pena.

FLORIANO PESARO, secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, membro do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social

Para o Fórum dos Leitores

O Estado de São Paulo

Sr. Redator,

Quem o Sr. Floriano Pesaro pensa que é para criticar as políticas sociais do Presidente Lula? Um Secretário que não permite que as pessoas se inscrevam para receber o Bolsa Família pois, segundo suas regras,têm que aguardar a visita da Prefeitura para serem cadastradas e isso só acontece em alguns distritos da cidade - uma visita que será feita por uma ONG chamada Instituto Via Pública, que até setembro deste ano só havia cadastrado 31.800 famílias em 14 distritos. Com isso impede que milhares de famílias tenham acesso ao Bolsa Família e aos descontos na conta de energia.

Um Secretário que faz parte de um Governo que acabou com o Bolsa Aluguel e instituiu o "Cheque Despejo" de R$ 5mil como política habitacional, empurrando para a periferia ou para as cidades vizinhas os moradores de favelas, sem resolver o problema da moradia. Um Governo que repete o PAS com as AMAs e abandona os postos de saúde e o tratamento mais especializado e prolongado. Secretário, cuide mais da nossa cidade que em 2008 estará arrecadando o dobro do que arrecadava em 2004. Isso é que é aumento da carga tributária!

Dep. Federal Carlos Zarattini

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

West Side Story: como chegar aos 50 sem rugas

Marie-Noëlle Robert/Reprodução

West side story, antigo musical da Broadway em cartaz na França

Terra Magazine

Deolinda Vilhena

Para a maioria, quando se fala em West side story surge logo a imagem do filme de Robert Wise, estrelado por Richard Beymer, Natalie Wood, George Chakiris e Rita Moreno, produção que ganhou dez Oscars, inclusive os de melhor filme e melhor diretor, na maior consagração de um musical até então. Sucesso mundial quando de seu lançamento em 1961 e hoje, 46 anos depois, um filme tido como "cult". No Brasil West side story recebeu o título de Amor, sublime amor.

O que muitos esquecem é que antes do sucesso no escurinho do cinema, essa versão moderna de Romeu e Julieta foi montada nos palcos da Broadway, há exatos 50 anos. Mas o Jubileu de Ouro está sendo comemorado em Paris, na Rive Droite, às margens do Sena, no Théâtre du Châtelet. A escala parisiense da trupe da Broadway acontece após as apresentações em Viena e antes das apresentações em Zurique. A produção de 2007 tem cenários e direção de Joey McKneely, bailarino, que foi também assistente de Jerome Robbins. A parte musical coube ao maestro Donald Chan, especialista em comédia musical, preparado pelo próprio Bernstein.

Os 53 bailarinos e cantores, em sua maioria anglo-saxões, juntam-se aos 26 músicos, em sua maioria lituanos, que fazem a versão 2007 do mais célebre dos musicais. Provam que West side story continua a manter todo o seu vigor e emoção, mostrando aos franceses como chegar aos 50 sem uma ruga e sem envelhecer, simplesmente por abordar temas atemporais e universais, como o amor, e sempre de atualidade, como o racismo e a violência das gangues, personagens ainda presentes na vida do homem do século XXI.

Os que me conhecem, e entre os meus 17 leitores encontro 17 amigos, ou seja, todos me conhecem, sabem que sou francófila desde pequenina, meu nome de família por parte de mãe é França, ou seja sou França até no nome, o que faz de mim, por consequência ou por implicância, um ser anti-americano. Mas de repente sou obrigada a dar o braço a torcer : se existe uma coisa que americano sabe fazer é musical. Além da Coca-Cola e do telefone, duas invenções sem as quais minha vida seria bem menos ineressante!


E WEST SIDE STORY FEZ HISTÓRIA

O musical estreou no Winter Garden Theatre da Broadway em 26 de setembro de 1957, onde permaneceria em cartaz por mais de dois anos nesta primeira temporada, totalizando 732 apresentações.

Ambientada no Upper West Side em Nova York, a história de amor entre dois jovens se passa em meio a duas gangues rivais de porto-riquenhos, os Sharks e os Jets. Uma paixão que fere princípios em ambos os lados e aumenta a rivalidade entre as gangues, pois Tony, antigo líder dos Jets, se apaixona por Maria, irmã do líder dos Sharks, e tem seu amor correspondido.

Escrito por Arthur Laurents, com músicas de Leonard Bernstein e letras de Stephen Sondheim, produzido e dirigido por Jerome Robbins, que assinou também a coreografia, West side story é considerado o mais perfeito musical de todos os tempos.

Em 1949 Leonard Bernstein se perguntava se ao contar uma história trágica, utilizando as técnicas da comédia musical, não havia risco de cair na armadilha da ópera. A história provou que ele havia se superado, pois West side story, tanto no palco como na tela, é a perfeita aliança entre drama, a música e a dança.

Muita coisa mudou nesses 50 anos, e uma das mudanças mais marcantes quando se vê o musical hoje é a constatação de que ele nasceu em meio a uma onda de simpatia suscitada pela América do pós-guerra, mas hoje West side story é caracterizado pelas angústias da mundialização e uma rejeição aos excessos do gigante do Novo Mundo.


ÀS MARGENS DO SENA, UM DOS MAIS BELOS TEATROS DE PARIS

A Place du Châtelet, no centro de Paris, como conhecemos hoje nasceu por volta de 1860 quando dois teatros praticamente idênticos foram construídos pelo Barão de Haussmann: o teatro de Châtelet e o teatro de la Ville, antigo Sarah Bernhardt.

O Théâtre Impérial du Châtelet foi inaugurado em 19 de agosto de 1862 tendo a presença da imperatriz Eugénie na platéia de Rothomago, féerie de Ennery, Clairville e Monnier. Com 2.500 lugares e um palco de 24 x 35 metros, o Châtelet nascia como a maior sala de Paris da época.

Conhecido pelo seu ecletismo, talvez sua maior marca, o Théâtre Châtelet desde 1873 ocupa um papel principal na vida musical francesa. Data da criação da Association des Concerts Colonne, dirigida pelo seu fundador Edouard Colonne, a orquestra Colonne apresenta ao público do teatro os compositores franceses da época - Bizet, Saint-Saëns, Lalo, Massenet, Ravel. Ressuscita o gênio de Berlioz, mas interpreta também Mendelssohn, Wagner, Liszt, Schumann, Brahms. Compositores como Tchaïkovski, Grieg, Richard Strauss ou Debussy no Théâtre du Châtelet dirigem suas próprias obras. Assim como em 1900, Gustav Mahler dirige seu primeiro concerto na França à frente da Orquestra Filarmônica de Viena.

A grande revolução artística do começo do século XX encontra abrigo no palco do Châtelet, assim em 1907, a criação francesa de Salomé de Richard Strauss, com o compositor como regente. Dois anos depois o teatro acolhe a primeira temporada dos balés russos de Diaghilev, e a noite de 19 de maio de 1909 é realmente histórica. "Le Tout-Paris" como se dizia na época sagra seus novos ídolos: Tamara Karsavina, Anna Pavlova - meu avô, Salustiano Vilhena, integrava a orquestra que acompanhou as apresentações de Pavlova em Belém do Pará - e Vaslav Nijinski.

Foi no Théâtre du Châtelet, a partir de 1928, que os franceses descobriram os "musicais" americanos, tais como, Mississipi Show Boat de Oscar Hammerstein e Jerome Kern ou New Moon.

A partir de 1979, sob a tutela da prefeitura de Paris, que decide recuperar este que é um dos mais belos teatros da capital francesa, denominado então Teatro Musical de Paris e subvencionado pela prefeitura da capital, aposta numa programação e num preço que devem atrair um público maior.

Em 1988, com a chegada de Stéphane Lissner, novas diretrizes serão adotadas. A ambição do novo diretor é recuperar o prestígio internacional, a importância das criações e da inovação que o teatro havia conhecido no começo do século XX.

É o momento dos grandes nomes da direção teatral Luc Bondy, Stéphane Braunschweig, Patrice Chéreau, Adolf Dresen, Klaus Michael Grüber, Peter Sellars, Peter Stein, Pierre Strosser ou Bob Wilson em colaboração com grandes maestros da atualidade: Daniel Barenboim, Pierre Boulez, William Christie, Christoph von Dohnányi, Sir Simon Rattle, Esa-Pekka Salonen, Jeffrey Tate... Tudo isso deu ao Théâtre du Châtelet uma reputação de excelência artística e de inovação criadora.

Em julho de 2006, Jean-Luc Choplin assume a direção e sem abandonar as diretrizes de Lissner, aposta com vontade na criação de eventos artísticos que privilegiem a audácia e o entretenimento com o objetivo de atingir a marca de 300.000 espectadores por "saison", preparando uma programação musical alegre, aberta e educativa, da qual West side story é a verdadeira síntese...


A ATUAL VERSÃO, ORIGINAL, PERO NO MUCHO...

A produção (em inglês com legendas em francês) que ora se apresenta no Théâtre du Châtelet tem sido anunciada como a "versão original", o que ela não é, afirma Renaud Machart, crítico do Le Monde. Segundo ele, se a coreografia e os movimentos de Jerome Robbins (morto em 1998) foram reconstituídos pelo seu antigo assistente, Joey McKneely, os cenários, os figurinos e a iluminação são novos. O rótulo "versão original" é com efeito uma disposição legal destinada a identificar de maneira conservadora o propósito original de Robbins. Mas existe a possibilidade de outras versões, desde que haja acordo entre as partes.

Na verdade, tudo isso está ligado às exigências de Robbins que era um perfeccionista. Vale usar o filme com exemplo. O combinado no momento do filme era que ele fosse o responsável por rodar as cenas com canções e dança e Wise rodasse as outras cenas do filme. Em busca da tomada perfeita ele rodava a mesma cena diversas vezes. Em busca da perfeição, ele estourou o orçamento do filme e não respeitou o cronograma de filmagem. Acabou sendo demitido e coube a Robert Wise a responsabilidade de concluir o filme.

Não por acaso, há 50 anos West side story revolucionava a Broadway com dançarinos no palco desde a abertura das cortinas, com poucos diálogos, mas com muito rock, jazz e mambo e os primeiros heróis assassinados em cena numa comédia musical. Falando de uma juventude que crescia à sombra da Guerra Fria. Mas o espetáculo de hoje nos permite reencontrar em cena uma história que pode tanto se passar na América do Sul quanto nos subúrbios parisienses e europeus. Neles encontra-se a mesma raiva dos excluídos, o racismo e a guerra entre as gangues.

Mas côté música, West side story continua sendo uma seqüência de "tubes" como dizem os franceses: Tonight, Tonight, Maria sem falar em I Like to Live in America, canção entoada pelos porto-riquenhos num dos mais belos momentos do espetáculo.

Segundo Joey McKneely, eles apenas modificaram "um pouco" o figurino e adaptaram o cenário. O que ele fez mesmo foi de uma maneira geral acelerar o ritmo do espetáculo e por isso a escolha maciça de jovens atores/cantores/bailarinos, todos recrutados no eixo Nova Iorque, Montreal e Paris.


O ELENCO

O elenco base de West side story é composto por um quinteto: Maria (soprano lírico), Tony (tenor), Anita (mezzo soprano), Bernardo (barítono), Riff (tenor).

Tony e Maria são interpretados em alternância por Sean Attebury e Ann McCormack ou David Curry e Davinia Rodriguez (assisti com esses dois!). Outro personagem forte é o de Anita dos Sharks, no qual se revezam Lana Gordon - maravilhosa no dia que assisti ao espetáculo! - e Vivian Nixon.

Todos os intérpretes, Riff e Anita, no qual se revezam Lana Gordon (maravilhosa no dia que assisti ao espetáculo!) e Vivian Nixon, em especial, são excelentes. As coreografias são executadas no melhor estilo americano. De preferência com brio e precisão. O ritmo, os impulsos, os encadeamentos têm o mérito do trabalho técnico impecável e funcionam de forma mais do que bem ajustada para esta comédia musical. Encanta-me ver que a proposta desse espetáculo, ou seja a fidelidade à obra de origem, que não o torna apenas uma mera cópia mas sublinha a qualidade técnica e artística dos dançarinos do outro lado do Atlântico.


O DIRETOR, JOEY MCKNEELY, UM DISCÍPULO DE ROBBINS

Em 1998, McKneely teve a possibilidade de ensaiar com Jerome Robbins um show que retomava suas maiores coreografias para a Broadway. Tinha em alternância os papéis de dois dos principais Jets de West side story. Conheceu a grande exigência, igualmente a nível técnico e dramático: "ele podia ser duro, mas tinha freqüentemente razão. Nos ensaios dizia que devíamos sempre dançar com a nossa cabeça e com as nossas tripas." Coisa que McKneely pensa quando está preparando o elenco do seu West Side story: "os candidatos deviam ser também ao mesmo tempo bons dançarinos e bons atores."

Sobretudo, McKneely os queria jovens, mais jovens do que na versão original de 1957 e do que no filme, onde adolescentes de 18 anos de história eram interpretados por artistas às vezes mais perto da casa dos trinta que dos vinte! Isso dá uma dimensão mais realista à intriga. McKneely não hesitou em alterar a direção. A coreografia de Robbins extremamente estilizada, permanece muito moderna e sem dúvida é uma das comédias musicais mais ambiciosas do ponto de vista criativo. Para trazer West side story para nossa época, ele apostou nos figurinos de hoje, dinamizou a ação reduzindo os cortes entre cada cena e optando por um cenário minimalista. Quis alguma coisa de denso em ritmo e em emoção, que conquiste o público. Missão realizada. O mestre estaria orgulhoso do seu aluno.


A CRÍTICA PARISIENSE

Para Raphaël de Gubernatis, da revista semanal Nouvel Oservateur: "Cinqüenta anos após a sua criação, West side story não perdeu nada da sua força e da sua desesperante atualidade. Nos extasiamos diante da energia desse jovens bailarinos que são também atores e cantores e que espalham uma vitalidade como existe apenas nas Américas. (...) E no entanto, falta alguma coisa. Um pouco de alma, de emoção verdadeira, o que faria de West side story o que um espetáculo deve ser: uma obra de arte e não apenas uma mecânica magnifíca."

Lise de Rocquigny, crítica do Pariscope, ao contrário diz que a emoção é algo presente o tempo todo e que "além da alegria de ouvir essas árias míticas como I like to be in America, Maria, There's a place for us, One day, one night, redescobre-se com felicidade a música de Bernstein. Que partitura! Difícil de interpretar, mas tão moderna com esta mistura de gêneros, as harmonias e os ritmos... Uma verdadeira ópera, apoiada pelo entusiasmo da orquestra de Donald Chan. Do primeiro ao último quadro, a emoção está lá."

Para quem quiser dar uma conferida sugiro uma passada no site do canal francês TF 1 e da revista semanal Pariscope para conferir alguns minutos do espetáculo:

http://tf1.lci.fr/infos/jt/0,,3633528,00-west-side-story
-theatre-chatelet-.html
http://spectacles.premiere.fr/pariscope/theatre/exclusivites-spectacle/
video/les-premiers-extraits-de-west-side-story


UMA DICA: WEST SIDE STORY POR BERNSTEIN, TE KANAWA E CARRERAS

Se você que está lendo a coluna quiser conhecer a força da música de Leonard Bernstein corra atrás do DVD The Making of West Side Story, com o próprio Bernstein em chef d'orchestre e com os sopranos Kiri Te Kanawa e Tatiana Troyanos, com o tenor José Carreras e o barítono Kurt Ollmann, sob a direção de Christopher Swann. Lógico que você pode, e deve, ver o filme e buscar registros do musical, mas a alma de West side story é a música de Bernstein.

Kiri Te Kanawa - I Feel Pretty

Ele concordou em gravar West Side Story num estúdio em Nova Iorque no verão de 84, se a memória não me engana, com dois dos maiores nomes do mundo lírico da segunda metade do século XX: o tenor espanhol José Carreras e a neozelandesa Kiri Te Kanawa nos papéis de Tony e Maria.

Durante as gravações, foi realizado um making off no qual Kiri Te Kanawa dizia ter sido criada ouvindo essa música e disse mesmo que ela cantava a parte de Maria, enquanto seu namorado fazia a parte de Tony. Conta também que entre as muitas coisas engraçadas que aconteceram durante os dias de filmagem, o mais divertido de tudo foi quando Bernstein parou subitamente de reger e disse: "É esse o tempo, é esse". E ela riu, porque "era como ter Mozart com você e estar ali recebendo os ensinamentos diretamente dele, do mestre em pessoa".

E antes de terminar esta que é a última coluna do ano, gostaria de fazer um agradecimento especial a equipe do Porto Alegre Em Cena, afinal com eles vivi a maior aventura desse ano que chega ao fim, que por acaso foi o maior acontecimento do ano, em teatro, no Brasil: a vinda do Théâtre du Soleil. Gostaria também de desejar aos leitores e aos meus colegas de Terra Magazine um Feliz Ano Novo, que todos os nossos sonhos se tornem realidade e que 2008 venha com tudo! Bonne année!


Deolinda Vilhena é jornalista, produtora cultural, mestre em Artes pela ECA-USP, mestre e Doutora em Estudos Teatrais pela Sorbonne Nouvelle-Paris III

Onde 2008 antecipa 2010

L'image “http://www.valor.com.br/images/logo.gif” ne peut être affichée car elle contient des erreurs.



Uma comparação simples entre os vencedores das eleições municipais nas capitais de 1988 até hoje e o resultado da eleição presidencial imediatamente seguinte não deixa margem a dúvidas: o processo municipal e o nacional são relativamente desvinculados. Três circunstâncias devem quebrar a escrita no processo eleitoral deste ano: o fato de os governadores de Minas Gerais e de São Paulo disputarem a condição de presidenciáveis, de pela primeira vez desde 1960 não haver uma eleição presidencial com a presença de Luiz Inácio Lula da Silva entre os candidatos e de não haver qualquer candidato natural a assumir o legado de um governo federal que surfa em índices confortáveis de popularidade.


Das 26 eleições nas capitais, está claro o efeito de São Paulo e Belo Horizonte na sucessão em 2010. E o cenário do início de 2008 é adverso tanto para José Serra quanto para Aécio Neves, mas especialmente para o primeiro.


Governador de São Paulo, o tucano José Serra dedicou a sua manhã de quinta-feira a vistoriar uma obra municipal, o Hospital de M'Boi Mirim, na área mais pobre da zona sul paulistana. Primeiro eleito pelo PSDB na cidade com o maior colégio eleitoral do país, Serra renunciou à prefeitura depois de 14 meses, repassando-a para o DEM de Gilberto Kassab. É um episódio que visivelmente o constrange. Na história da cidade, igualou-se a Jânio Quadros e Adhemar de Barros, líderes combatidos por Serra na juventude que também usaram a prefeitura da capital como trampolim para vôos maiores. Para pavimentar seu caminho em direção à candidatura presidencial em 2010, o governador paulista tem na sucessão paulistana o seu maior obstáculo.


Sucessão passa por eleições em BH e SP


Garantir o apoio tucano a Kassab e oferecer a Geraldo Alckmin a possibilidade de voltar ao Palácio dos Bandeirantes em 2010 resolveria dois problemas de uma só vez para Serra: a consolidação da aliança partidária para a disputa nacional e o controle tucano da sucessão estadual. Mas a renúncia em 2006 diminuiu sua autoridade dentro do partido para barrar uma candidatura de Alckmin à prefeitura agora. Como justificar o apoio ao DEM em nome do interesse partidário? Se a divisão do eleitorado entre Alckmin e Kassab garantir a volta da petista Marta Suplicy à prefeitura, quem pagará o ônus por uma derrota? Se Alckmin ganhar, em que será devedor de Serra?



Tal como Serra, o governador de Minas não aposta em nomes do próprio partido para transformar a sucessão na capital de seu Estado em uma ferramenta para 2010. Belo Horizonte chega ao ano da sucessão do prefeito petista Fernando Pimentel em uma estranha situação de anomia. Nenhum dos nomes de prestígio eleitoral na cidade, como os tucanos João Leite e Eduardo Azeredo ou o petista Patrus Ananias, é de fato candidato. Aécio investe energias em procurar um candidato capaz de unir em um mesmo palanque o PT, o PSDB e o chamado bloco de esquerda - consórcio de pedetistas, comunistas e socialistas que tem no deputado Ciro Gomes (PSB) seu principal trunfo para a sucessão de Lula. Mostrar que é mais capaz que Serra em forjar alianças políticas é uma obsessão para o governador mineiro. Mas a tarefa ficou difícil depois que Walfrido dos Mares Guia foi abatido pela denúncia do Ministério Público sobre o caixa 2 em Minas. Tal como Serra, Aécio depende da boa vontade de adversários.


Fora de seu eixo presidenciável, o cenário para o PSDB é igualmente desalentador. O partido segue sendo uma ficção no Rio. Caminha para a irrelevância em Fortaleza. Não tem opção própria competitiva em Manaus ou Belém. Só demonstra força em Curitiba, onde o atual prefeito, Beto Richa, conta com grande dianteira em pesquisas e com adversários débeis à sua reeleição.


Sem grandes perspectivas em BH, Fortaleza, Porto Alegre, Rio e Salvador, o PT joga seu destino em São Paulo. A possível vitória de Marta Suplicy fortaleceria a candidatura própria do PT em 2010 e a inscreveria entre as opções para a sucessão presidencial. Marta seria a estrela em um conjunto de prefeituras petistas de pouco brilho. Fora São Paulo - onde o partido é competitivo, mas não favorito - o PT só sai na frente em cidades como Vitória, Porto Velho, Rio Branco e Palmas. Talvez reaja em Recife, onde o prefeito João Paulo deve conseguir emplacar seu favorito, o secretário municipal João da Costa, como candidato. Caso Marta perca, a chance de o PT ser impelido a apoiar uma candidatura presidencial de outro partido, como a de Ciro, torna-se mais palpável.


Nenhum partido investiu como o PMDB em inflar seu poder de força nas capitais. Trouxe do PDT o prefeito de Salvador (João Henrique), do PPS o de Porto Alegre (José Fogaça) e do PSDB o de Florianópolis (Dário Berger). Mas deve ficar fora do jogo nas três mais importantes: São Paulo, Rio e Belo Horizonte. Apenas Fogaça entre os neopemedebistas desfruta de uma situação relativamente tranqüila para disputar a reeleição: é o único que parece garantido no segundo turno. O partido larga com mais força onde já era forte em 2004: em Goiânia, o prefeito Iris Rezende dá-se ao luxo de escolher seus aliados já montando o cenário para a disputa estadual em 2010. Em Campo Grande, Nelsinho Trad não tem desafiante dentro do petismo. Reelegendo Fogaça, Trad e Iris, o resultado de 2008 é de soma zero em relação a 2010: o partido seguirá com dificuldade de participar do jogo sucessório nacional fora de uma posição subalterna em relação ao PT.


A leitura das pesquisas mostra na dianteira candidaturas que dificilmente terão fôlego para manter o favoritismo, pelo isolamento político ou pela rejeição que despertam. Entre outros, é o caso do radialista Raimundo Varela (PRB) em Salvador, do senador Marcelo Crivella (PRB) e do deputado estadual Wagner Montes (PDT) no Rio e do ex-deputado Moroni Torgan (DEM) em Fortaleza. É a presença na mídia ou em eleições anteriores que os impulsiona, mas em nenhum dos casos existe estrutura partidária, apoio das máquinas do município, do Estado ou do governo federal ou apoio empresarial consistente. As eleições nas capitais da Bahia, Rio e Ceará continuam uma incógnita. E o efeito na eleição presidencial é limitado: os governadores Jaques Wagner (BA) e Sérgio Cabral (RJ) poderão ser atores em 2010 mesmo com derrotas em casa e Ciro, o líder do grupo que comanda o Ceará, jamais dependeu da eleição da capital de seu Estado para ser ou não candidato a presidente. Uma vitória de ACM Neto (DEM) na capital baiana seria apenas um marco de sobrevivência local.

César Felício é repórter de Política

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Lula: " O Brasil não aceita mais ser um país de poucos. Está se tornando um país de muitos. E não descansará enquanto não for de todos."


da Folha Online

Pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 27 de dezembro de 2007:

"Minhas amigas e meus amigos,

Nesta noite, quero fazer com vocês um balanço de 2007. Deste excelente momento do brasil. Quero começar agradecendo a todos que, com seu trabalho, esforço e determinação, tornaram esse momento possível.

Quero agradecer ao Congresso Nacional e ao Poder Judiciário.

Quero agradecer tanto aos que apoiaram como aos que criticaram o governo ao longo desses anos. Sem a participação de todos seria impossível unir o país e encontrar os melhores caminhos para o futuro.

A todos vocês, meu muito obrigado.

Já podemos dizer com certeza que nossa economia cresceu mais de 5% em 2007. E 2008 será também muito bom, pois estamos iniciando o ano com um ritmo bem vigoroso.

O desemprego está em queda. De janeiro a novembro, criamos 1,936 milhão empregos com carteira assinada, um recorde histórico. Segundo o IBGE, o índice de desemprego no mês passado foi de 8,2%. O mais baixo de toda história desta pesquisa.

Não só aumenta o emprego. O salário também melhora. Em 97% dos acordos, o trabalhador teve reajuste maior ou igual à inflação. A massa salarial cresceu 7% este ano.

Nos últimos 5 anos, 20 milhões de pessoas deixaram as classes D e E, de baixo consumo, e migraram para a classe C. Apenas nos últimos 17 meses, 14 milhões de brasileiros ingressaram nesta nova classe média, cada vez mais ativa e numerosa. Ou seja, finalmente, estamos criando um amplo mercado de massas.

Inclusão social

Um amplo mercado de massas não só melhora a vida de milhões de famílias. Também gera um círculo virtuoso: como há mais gente entrando no mercado consumidor, crescem as vendas, a indústria e o campo produzem mais, os empresários investem com mais força e as empresas abrem mais vagas.

Por tudo isso, este ano, a ONU incluiu o brasil, pela primeira vez, no grupo dos países com alto índice de desenvolvimento humano. É sinal de que nossa luta contra a pobreza, através de programas como o Bolsa Família, está dando certo. Isso mostra que inclusão social não é apenas uma expressão bonita e desejada. E, sim, uma realidade. Uma realidade que vai se ampliar ainda mais, porque o Brasil descobriu como fazer crescimento econômico com inclusão social.

Esta talvez seja a nossa maior conquista nos últimos anos: o Brasil não aceita mais ser um país de poucos. Está se tornando um país de muitos. E não descansará enquanto não for de todos.

Programa de Aceleração do Crescimento-PAC

Em 2007, lançamos e consolidamos o PAC. Em 2008, o Brasil será um canteiro de obras. Nos próximos anos, R$ 504 bilhões vão se transformar em rodovias, ferrovias, hidrovias, energia, portos e aeroportos, habitação, água potável e saneamento básico.

O PAC significa, antes de tudo, crescimento e emprego. As décadas perdidas, pela falta de confiança no país e pela falta de planejamento e de ação do Estado, ficaram para trás.

Não só estamos fazendo mais, como estamos fazendo muito mais barato. Nas licitações para exploração de rodovias, o preço dos pedágios caiu fortemente. No leilão da usina de Santo Antonio, no rio Madeira, o custo do megawatt/hora voltou aos patamares do início da década de 90. São ótimas notícias para o país.

Meio ambiente

Se o brasil descobriu como crescer com inclusão social, também está descobrindo como crescer sem destruir a natureza. Temos conseguido reduzir o desmatamento de forma constante e sustentada. Estamos ampliando nossa liderança mundial no uso e na produção de biocombustíveis. E, a partir do dia 1º de janeiro, daremos um novo passo, adicionando 2% de biodiesel a todo o óleo diesel consumido no país. Nossa matriz energética é e continuará sendo uma das mais limpas do mundo.

Todo esse esforço nos dá autoridade para exigir dos países ricos, os que mais poluem o planeta, medidas efetivas para reduzir o aquecimento global.

Avançar mais

A casa está arrumada e os resultados começam a aparecer. Mas é necessário avançar ainda mais, sobretudo em segurança, educação e saúde.

Na segurança, queremos estreitar ainda mais a colaboração com os Estados. Reforçamos a inteligência policial, organizamos a força nacional de segurança e fortalecemos a Polícia Federal. E lançamos neste ano o Pronasci, programa que investirá até 2010 mais de R$ 6 bilhões no combate ao crime, além de apoiar os jovens ameaçados de cair na delinqüência.

Na educação, alem do Fundeb, criamos o Plano de Desenvolvimento da Educação, o PDE, que fará uma revolução na qualidade do ensino no país. Até 2010, serão aplicados R$ 12 bilhões nos ensinos médio e fundamental, reforçando os salários dos professores e equipando as escolas. E estamos abrindo dez novas universidades públicas, 48 extensões universitárias no interior e 214 escolas técnicas em todo o país. Também estamos ampliando o Prouni, que já ofereceu 400 mil bolsas de estudos em faculdades particulares, e lançando o Reuni, que, em quatro anos, vai criar cerca de 400 mil novas vagas nas universidades federais. Assim, tornaremos mais democrático o acesso ao ensino superior.

Na saúde, no começo de dezembro, lançamos o PAC, que destinaria até 2010 mais R$ 24 bilhões para o setor. Entre outras coisas, todas as crianças das escolas públicas passariam a ter consultas médicas regulares, inclusive com dentistas e oculistas. Infelizmente, esse processo foi truncado com a derrubada da CPMF, responsável em boa medida pelos investimentos na saúde. Como democrata, respeito a decisão tomada pelo Congresso. E estou convencido de que o governo, o Congresso e a sociedade, juntos, encontrarão uma solução para o problema.

Confiança no Brasil

As boas notícias na economia e em outros setores criaram um novo clima no país. Hoje, há mais brasileiros olhando para o futuro com esperança.

Nada disso está ocorrendo por acaso. É fruto do trabalho e das escolhas feitas pelo povo e pelo governo. É fruto da participação social e do funcionamento da democracia. Estamos colhendo o que plantamos.

Volto a repetir que sou, ao mesmo tempo, o mais satisfeito e o mais insatisfeito dos brasileiros. Satisfeito porque fizemos muito, e insatisfeito porque ainda é pouco diante do tamanho da nossa dívida social.

Da minha parte, tenho fé que somos um povo capaz de enfrentar as maiores dificuldades e resolver qualquer problema. Fizemos isso em momentos muito mais difíceis. Certamente poderemos fazer muito mais agora, quando o Brasil encontrou seu rumo e está no caminho certo.

Um feliz Ano Novo. Que 2008 seja ainda melhor que 2007.

Boa noite."

O HC é ONG?

O jornal Pravda não tinha ombudsman, a Folha tem.

Ombudsman Folha

O HC é ONG?

MÁRIO MAGALHÃES
ombudsman@uol.com.br

A pergunta, em tom irônico, foi feita hoje por leitor em mensagem ao ombudsman.

Depois do título em uma única coluna na primeira página de ontem para o incêndio no Hospital das Clínicas, o jornal promove hoje o assunto a manchete: "HC adiou obra em central que pegou fogo".

Se conta histórias das pessoas prejudicadas pelo baque no atendimento, a cobertura praticamente omite os vínculos do HC com o Estado de São Paulo.

Não se trata de produzir investigações jornalísticas com cacoetes inquisitoriais, mas, no mínimo, de indagar as autoridades, ainda que o hospital tenha autonomia de gestão.

Nem na primeira página nem em nenhuma das três páginas internas, incluindo a capa de Cotidiano, dedicadas ao episódio a Folha destaca os vínculos do HC com a administração estadual.

O máximo que se lê, no último parágrafo de um texto: "No dia 25, a direção do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, que está sob alçada da Secretaria de Estado da Saúde, informou que nenhum paciente havia morrido durante o incêndio".

A Folha não traz declarações do secretário Barradas Barata, a não ser nos votos de Boas-festas no Painel do Leitor. Nem do governador Serra. Aparentemente, nem foram procurados para se pronunciar sobre a situação do hospital. Eles não são acusados de nada, o governador correu ao local quando soube do fogo, mas é dever do jornal cobrar a palavra deles.

Chama atenção o fato de a Folha não ter tomado nem a providência mais elementar, consagrada pelo próprio jornal, de investigar as despesas públicas. O principal concorrente local fez isso, e obteve a manchete "Estado só gastou 17,8% da verba para obras no HC".

E acrescentou na linha-fina: "Desde 2005 a Prefeitura pede melhorias no prédio que pegou fogo segunda-feira" _outra informação não encontrada na Folha.

Se a Folha descobriu que houve adiamento em reforma elétrica, repetiu insistentemente que o motivo foi "questão burocrática", aceitando um argumento que pode ser correto ou não.

A Folha preconiza, não custa lembrar, um jornalismo crítico.

Outro catalão também chamado Joan: Joan Manuel Serrat - mediterrâneo - ano 1974

Joan Miró: a leveza do ser

Blue Star

i_Blue_star_i_1927_Joan_Miro.jpg

Disse Alberto Giacometti de esse período da criação do Miró: "é o símbolo da liberdade. Nunca vi nada tão aéreo, tão solto, tão leve. De certa maneira podia se dizer que era perfeito. Miró não podia por um ponto sem que este não aterrissasse no lugar certo. Era tão genuinamente pintor que lhe bastava distribuir três manchas de cor sobre uma tela para que esta existira e fosse um quadro".

Fonte Cristina Civale

Setor comercial puxa consumo de energia em novembro, que cresce 6,7%

CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio

O consumo de energia elétrica no país cresceu 6,7% em novembro, na comparação com o mesmo período em 2006, informou nesta quinta-feira a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). A demanda do mercado chegou a 32.687 GWh (gigawatts-hora) em novembro, ante 30.644 GWh em mês correspondente no ano passado.

De acordo com a "Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica", o consumo de energia, nos últimos 12 meses encerrados em novembro, teve incremento de 5,3% em relação a igual período imediatamente anterior. Isso significa que a demanda atingiu 375.217 GWh. De janeiro a novembro, a taxa acumula crescimento de 5,4%.

O crescimento foi puxado principalmente pelo setor comercial, que teve expansão de 7,8% em relação a novembro de 2006, atingindo 5.126 GWh. No acumulado desde janeiro, o setor comercial apresenta incremento de 6,8%, à frente da indústria (4,9%) e do setor residencial (6,1%), na comparação do período.

O consumo industrial, que representa 45,9% do total, cresceu 5,8% em novembro, na comparação com igual período em 2006, totalizando 14.939 GWh. Nos últimos 12 meses, esse segmento cresceu 4,8%.

O setor residencial teve expansão de 5,6% em relação a novembro de 2006, atingindo 7.854 GWh. Nos últimos 12 meses, teve incremento de 5,9%.

Segundo a EPE, os resultados consolidam a tendência de recuperação do crescimento do consumo de energia, que vem sendo observado ao longo deste ano. 'Esse comportamento reflete o bom desempenho geral da economia brasileira. O aumento da renda e do emprego, a queda nas taxas de juros, a expansão dos prazos de financiamentos, entre outros fatores, têm gerado um efeito em cadeia na economia que se reflete no consumo de eletricidade', informa a EPE.

Natal

Em relação ao setor comercial, a EPE atribui o resultado, além do crescimento do consumo varejista pela proximidade do Natal, à maior movimentação nos aeroportos e portos e ao crescimento do turismo, com maior ocupação de hotéis.

O consumo de energia elétrica em novembro cresceu em todas as regiões, com destaque para o Centro-Oeste, com incremento de 7,9% em relação ao período correspondente em 2006. Na mesma base de comparação, todas as outras regiões do país apresentaram expansão do consumo: Nordeste (7,4%), Sudeste (6,8%), Norte (5,9%) e Sul (5,2%)

A EPE estima que o consumo de energia elétrica, ao final de 2007, terá crescido entre 5,2% e 5,4% em relação a 2006. Para 2008, a EPE prevê expansão de 5,2% no consumo, na comparação com 2007, com o segmento comercial mantendo-se como o principal destaque.

Uma luz para noctívago (2)


As ações da Cesp, empresa paulista de energia, valorizaram ontem 26%, após o anúncio de sua privatização pelo governo estadual.

Este entusiasmo se explica, pois o crescimento da demanda em eletricidade poderá render bons dividendos para os compradores e para os acionários. Poderia também dar esse lucro todo para os cofres estaduais e reverter em obras como hospitais, expansão da rede elétrica etc.

O curioso do processo atual é a maneira digamos pouco transparente da ação do governador Serra na questão da privatização.

Por exemplo, em 28 de setembro 2007, o jornal dizia: Por enquanto, a única decisão tomada é a venda das ações da Cesp excedentes ao controle do Estado. Ainda de acordo com integrantes do governo do Estado, o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, é favorável à participação da iniciativa privada nas estatais paulistas. Em reuniões, defende a medida como instrumento de transparência e de eficiência na administração pública.(FSP). Agora já não se trata de associar a iniciativa privada mas de vender o controle da empresa ao capital privado e o mesmo secretário de pontificar que "não é vocação do Estado produzir eletricidade".(FSP, hoje)

Outra curiosidade, que não provocou à época nenhum desmentido, foi a notícia publicada no jornal O Globo e reproduzida em aquela data aqui no Blog:

Sexta-feira, 14 de Setembro de 2007

"Uma luz para noctívago

Coluna de Ancelmo Gois - O Globo

De olho na luz


O que se diz no mercado é que Daniel Dantas está comprando ações da Cesp, que deve ser privatizada em 2008. Ele já teria 12,8% das ações preferenciais da estatal de energia paulista."

Seguramente uma coisa sem fundamento, fruto da má vontade da mídia com o governador de São Paulo e que os jornais estão desde então procurando investigar sem qualquer resultado.

Mas não seria adequado um amplo debate sobre está venda?

Luis Favre

Cientistas próximos da criação de vasos sanguíneos artificiais

Minúsculos tubos são obtidos em laboratório a partir de células-tronco

O Globo

Cientistas americanos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) anunciaram que estão próximos da criação de vasos sanguíneos artificiais.

Eles conseguiram criar minúsculos tubos em laboratório a partir de células-tronco.
A obtenção de vasos sanguíneos artificiais é considerado um dos importantes desafios da medicina regenerativa porque eles poderão transplantados para diversos órgãos que precisem de grandes quantidades de tecidos vasculares.

A equipe do MIT fez com que células-tronco chamadas de células progenitoras endoteliais fossem esticadas, formando tubos em volta de um modelo em escala nano que continha ranhaduras.

Importância para fornecer sangue para outros tecidos As células detectaram as ranhaduras e se alongaram, alinhandose na mesma direção, o que resultou em uma estrutura multicelular com margens definidas. Com a ajuda de um gel, que induziu o crescimento das células, foram formados tubos tridimensionais.

De acordo com os cientistas, no trabalho publicado na revista “Advanced materials”, isso provou que é possível controlar o desenvolvimento das células usadas para formar esses vasos.

Pesquisadores já haviam conseguido criar vasos mais largos, mas a formação de minúsculos capilares, necessários para fornecer sangue para outros tecidos e para órgãos sempre foi considerado uma tarefa mais complicada.

Operação Condor: Brasil quer investigação

Tarso diz que não pode extraditar brasileiros para Itália por Operação Condor, mas pode processá-los


Jailton de Carvalho - O Globo

O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou ontem que a Constituição não prevê a extradição de brasileiros para outros países, mas nem por isso os militares e policiais acusados de envolvimento no seqüestro e assassinato de dois ítalo-argentinos durante a Operação Condor estão livres de prestar contas à Justiça. Tarso Genro deverá pedir à Procuradoria Geral da República que abra uma investigação sobre a suposta participação dos brasileiros na morte de Horacio Domingo Campiglia e Lorenzo Ismael Viñas, segundo acusação do procurador italiano Giancarlo Capaldo.

— Se a autoridade brasileira (o ministro da Justiça) quiser, pode fazer uma representação ao Ministério Público para que ele processe — disse Tarso Genro.

O ministro fez a declaração em resposta à decisão da juíza italiana Luisanna Figliolia, do Tribunal de Roma, de pedir a extradição de 140 militares e policiais sul-americanos acusados de envolvimento no seqüestro, tortura e morte de 25 militantes políticos sul-americanos que também tinham nacionalidade italiana. Treze dos acusados são brasileiros. O pedido de extradição ainda não chegou ao Ministério da Justiça. Mas, o caminho natural, segundo um auxiliar do ministro, é que Tarso Genro rejeite a extradição, mas peça uma investigação no Brasil.

Neste caso, caberia ao procuradorgeral da República, Antonio Fernando de Souza, analisar se os indícios recolhidos pela Justiça italiana são suficientes.

Ele terá que verificar se os crimes estão prescritos ou se são alcançados pela Lei da Anistia. Diferentemente da Itália, tortura é um crime prescritível no Brasil.

Promotor italiano incentiva processo

Em Roma, Capaldo, o procurador que investigou os crimes, disse ontem que seu país não pretende ferir a soberania dos Estados sul-americanos, mas insinuou que eles poderiam aproveitar a ocasião para julgar o caso.

— A Itália não quer passar por cima da soberania de nenhum país. Se forem abertos processos contra essas pessoas, ficaremos felizes que elas sejam julgadas em seus países de origem — disse Capaldo. — Esse processo nasceu na Itália porque os países unidos em torno da Operação Condor decidiram não abrir investigações.

A Lei da Anistia, promulgada em agosto de 1979, prevê o perdão para os crimes políticos cometidos durante a repressão até aquela data. Tarso reconhece as dificuldades, mas para ele o caso não se esgota aí.

— Não se sabe se a Lei da Anistia se reporta a essas pessoas. Podem ter ocorrido delitos posteriores à Lei da Anistia — disse o ministro.

Os 13 brasileiros são acusados de serem responsáveis pelo seqüestro e assassinato de Campiglia e Viñas, em 1980 — após a Lei de Anistia.

A Operação Condor foi uma articulação entre os serviços de inteligência do Cone Sul para reprimir grupos políticos de esquerda em atividade nos países nas décadas de 70 e 80.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, defendeu a investigação dos acusados.

“Aos que invocam a Lei de Anistia como argumento para manter debaixo do tapete o lixo da História, respondemos que anistia não é amnésia. Impede a responsabilização penal de determinados delitos, mas não que os conheçamos — e os censuremos”, afirmou Britto, em nota.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu ontem que os militares brasileiros acusados pela Justiça italiana sejam julgados no Brasil.

— Defendo que eles sejam julgados aqui, pela Justiça brasileira. Se forem condenados, a Lei da Anistia já os perdoou.

Portanto, a gente comunica à Itália que somos bonzinhos e perdoamos torturadores — disse Cristovam, membro da Comissão de Direitos Humanos do Senado.