sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Os resultados concretos do investimento em educação

Inauguração do CEU Jambeiro - Marta Suplicy, Celso Frateschi e o presidente Lula

Revista Fórum

Edição 57 • Dezembro de 2007



Por Cida Perez

A gestão paulistana da prefeita Marta Suplicy (2001-2004), duramente criticada durante os seus quatro anos, propôs projetos e políticas com significado social em todas as áreas da administração pública.

Considerando o Programa do Partido dos Trabalhadores, a história da cidade em todos os seus aspectos, as séries históricas de estatísticas e indicadores socioeconômicos, priorizou as ações na periferia e no combate à exclusão. Os projetos não eram apenas para resolver os problemas emergenciais depois de oito anos de abandono, mas formular políticas públicas olhando para o futuro, para além daqueles quatro anos.

Para nós, da Educação, coube construir uma proposta pedagógica relacionando os indicadores educacionais com os socioeconômicos, observando as diretrizes educacionais capazes de provocar: (1) participação popular como fator de mudança; (2) uma nova relação da escola com o território, (3) a cultura como elo entre educação e território; (4) criação de lugares promotores do convívio social; e (5) impacto na aprendizagem.

Geralmente, nós, educadores, olhamos apenas para os índices de evasão, reprovação e vagas oferecidas, além, é claro, do “rendimento” dos educandos. Fomos treinados a olhar a educação como prestação de serviços, oferta e demanda, e não como um direito de acesso a novos conhecimentos, a novas tecnologias, ao desenvolvimento integral da criança e do jovem.

Sabemos que há necessidade de melhorar a alfabetização, mas olhar só para este problema e não contextualizar o processo de aprendizado no território em que está a escola, sem dialogar com a comunidade e relacionar as práticas socioculturais locais ao currículo, há poucas chances de melhorar a qualidade da educação. Aprendemos não só nos bancos escolares, mas também vivenciando outros espaços e situações, mudanças de comportamento, exercitando a cidadania, que propiciam o desenvolvimento de habilidades e competências e a compreensão do mundo em que estamos inseridos, variáveis difíceis de serem medidas em provas ou provões.

Na educação, a principal crítica foi em relação ao projeto e construção de 21 unidades do Centro Educacional Unificado (CEU) e de três Centros de Educação e Cultura Indígena (Cecis), introduzindo o conceito de Educação Integral com a ampliação dos serviços educacionais integrando cultura e esportes, inacessíveis à maioria dos munícipes por problemas econômicos. Não houve nenhum interesse no projeto pedagógico, olhavam para o prédio e não ao que se destinava. Hoje, o CEU consta como referência em livro financiado pelo BID e Cepal como uma nova tecnologia social para países em desenvolvimento.

Talvez seja o momento adequado para se comprovar, por meio dos dados estatísticos oficiais publicados pelos governos estadual e federal, por núcleos de pesquisa universitários e pesquisadores das agências internacionais, que os projetos e programas concretizados estavam na direção correta.


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