Quatro dias para abrir a boca e falar o obvio
Para Serra, crime foi 'brutalidade inaceitável'
Governador fala quatro dias após crime O GLOBO
SÃO PAULO. Quatro dias depois de seis policiais serem presos em Bauru, no interior paulista, acusados de dar choques elétricos num garoto de 15 anos, que morreu de parada cardíaca logo após a sessão de tortura, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), classificou o crime como “brutalidade inaceitável”. Serra disse que os policiais desrespeitaram os direitos individuais e devem ser condenados pelo crime.
— Os eventos de Bauru, pelas demonstrações que se tem até agora, foram de uma brutalidade inaceitável para o governo, a Secretaria de Segurança e a linha que a gente segue no caso das ações de segurança: dureza contra o crime e respeito aos direitos individuais. Nesse caso, tudo indica que foram gravemente desrespeitados esses direitos — disse o governador, lembrando que os PMs já foram presos e que a polícia tem mecanismos para expulsá-los de seu quadro.
Carlos Rodrigues Junior foi detido sob suspeita de roubar uma moto e torturado com 30 choques elétricos.
Sobre o lutador de jiu-jitsu Ryan Gracie, encontrado morto na cela de uma delegacia no sábado, depois de ser preso, Serra disse que o caso está sendo investigado. O psiquiatra Sabino Ferreira de Farias, chamado pela família para atender o lutador na delegacia, medicou o rapaz com seis remédios, antes de ele ser encontrado morto.
— A família chamou psiquiatra privado, que não fez recomendação de internação. O caso está sendo investigado, inclusive pelo Conselho Regional de Medicina — disse Serra.
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