quarta-feira, 31 de outubro de 2007

'Bola e turismo: tudo a ver'

Foto: Ivo Gonzales / Agencia O Globo



Marta Suplicy *

O Estado de São Paulo

A Copa do Mundo pode trazer excelentes resultados para o turismo do Brasil, alavancando nosso país a uma melhor posição no ranking do turismo internacional. Os impactos econômicos e sociais do mega-evento se darão antes, durante e depois do seu acontecimento. A Alemanha, por exemplo, teve um crescimento de 2,3% em seu PIB por causa da Copa em 2006. Sem dúvida, o sucesso desse evento no Brasil depende de uma organização impecável no âmbito da infra-estrutura esportiva. Mas a participação do setor do turismo é o complemento necessário para o êxito da cobertura jornalística e do conforto dos torcedores. Para tudo isso acontecer, temos de planejar desde já. E, para tanto, o Ministério do Turismo contratou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para levantar todas as necessidades de intervenção.

O estudo da FGV se iniciará assim que houver a confirmação pela Fifa das sedes e subsedes. E o detalhamento guiará, com precisão, os investimentos prioritários, ordenará onde, como e quanto aplicar, para obtermos bons resultados no atendimento das demandas, bem como na destinação de tudo o que ficar para nós, além do espetáculo.

Com este estudo, saberemos quais são os recursos que teremos de gerar e quais as prioridades para investimento em cada cidade. Por exemplo, se Brasília for escolhida como sede, Goiânia poderá ser subsede. Também será necessário um atendimento mais qualificado nos estabelecimentos comerciais, bares e restaurantes. Sinalização turística, receptivos em aeroportos e apoio em outros meios de transporte são mais elementos que têm importância e fazem parte da estratégia de ação que precisa ser planejada sempre de acordo com as necessidades de cada um dos destinos selecionados.

Não pensamos cada localidade como uma simples sede ou subsede. Cada região é um destino para o Ministério do Turismo. Tem potencial irradiador de desenvolvimento econômico e social. Pensamos assim desde a concepção do atual Plano Nacional do Turismo (2007-2010), que já aponta para a prioridade de qualificarmos 65 destinos com padrão de qualidade internacional. E o que é o destino? É um roteiro dinâmico, integrado, inteligente e que faz, por exemplo, com que uma pessoa em férias no Maranhão, também vá ao Piauí e ao Ceará. É uma visão de que o Brasil é rico em diversidade, cultura, patrimônio histórico e tem potencial para atrair turistas estrangeiros e encantar, cada vez mais, os brasileiros.

Queremos ver a bola rolando em 2014, porque, além de realizar o sonho de receber povos dos cinco continentes numa confraternização sem igual, temos certeza que isso significará promoção da imagem do país, oportunidades de empregos, de aumento de renda e de inclusão social e mais condições de competitividade no mercado mundial. Estou numa torcida enorme, que se soma a dos demais brasileiros e brasileiras, para que 2014 seja um show de bola em todos os sentidos.

* Marta Suplicy é ministra do Turismo

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