quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Copa do Mundo de futebol tem estimativa de receita de US$ 10 bi

Brasil se cobre de verde e amarelo para Copa de 2014 Maracana










Economistas internacionais dizem que Mundial será benéfico ao País

João Caminoto, LONDRES

O Estado de São Paulo

Ao ser sede da Copa do Mundo de 2014, o Brasil poderá estimular sua economia por meio de volumosos investimentos oficiais e privados, domésticos e estrangeiros, em diversos setores, como o de construção, tecnologia, e serviços, que serão acompanhados pela geração de dezenas de milhares de empregos, causando um impacto positivo que persistirá durante muitos anos. Além disso, segundo analistas ouvidos pelo Estado, ao promover o evento mais importante da agenda esportiva global - a final da última Copa na Alemanha foi acompanhada por dois bilhões de telespectadores -, o Brasil terá uma oportunidade histórica de fortalecer sua imagem de “potência emergente”, exibindo avanços concretos na solução de seus problemas seculares.

O torneio, se bem sucedido, poderá até ajudar a reduzir ainda mais o risco Brasil, principalmente em aspectos como o da infra-estrutura e segurança pública, que ainda incomodam muito os investidores estrangeiros. “Sem dúvida, a Copa do Mundo é uma vitrine fabulosa, poderá revelar o Brasil para aqueles que ainda o desconhecem no mundo”, disse o chefe do departamento de risco da consultoria britânica Economist Intelligence Unit, John Bowler. “Se o País promover o evento com competência, poderá tirar lucros no longo prazo.”

Não existem números precisos sobre os benefícios econômicos de se organizar uma Copa do Mundo. Os dados que circulam entre analistas são freqüentemente questionados. O PIB da Alemanha teria aumentado em 0,5% por causa do evento em 2006. O governo alemão avalia que os efeitos positivos continuarão emergindo durante muitos anos. O país europeu gastou cerca de US$ 1 bilhão na construção ou renovação de sete estádios, mas apenas os cinco milhões de torcedores que compareceram aos jogos geraram um faturamento de US$ 3,7 bilhões.

Em 2002, o governo japonês foi muito criticado por ter arcado, em meio a uma recessão, com boa parte dos US$ 5 bilhões de gastos com infra-estrutura para montar o torneio, que organizou ao lado da Coréia do Sul. Mas estima-se que a Copa pode ter adicionado 0,6% ao PIB japonês, e 2,2% ao sul-coreano.

No caso da África do Sul, que abrigará a próxima Copa, em 2010, o volume direto adicional ao PIB é estimado em cerca de US$ 3,5 bilhões. Cerca de US$ 1,2 bilhão deve ir para os cofres do governo em forma de impostos extras. Pelo menos 170 mil novos empregos deverão ser criados. Cerca de 2,7 milhões de torcedores - sul-africanos e estrangeiros - devem comparecer aos estádios, resultando em faturamento de US$ 2,1 bilhões.

Para a Copa no Brasil, já há estimativas de uma receita direta entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões. Para o economista Clint Waltz, da Universidade Troy, dos Estados Unidos, os benefícios de ser sede de um evento dessa magnitude não podem ser menosprezados. “Os impactos para a economia são tanto diretos como indiretos.”


NÚMEROS FABULOSOS

0,5% foi o aumento

no PIB da Alemanha com a realização da Copa de 2006

US$ 3,7 bilhões
foi o faturamento dos alemães com a presença de 5 milhões de torcedores no evento

170 mil empregos
devem ser criados na África do Sul com a Copa de 2010

2,7 milhões
de torcedores devem ir aos estádios na África do Sul

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