| O Estado de São Paulo
Na apresentação, a entidade brasileira vai celebrar ações de combate à fome e investimentos previstos no PAC Jamil Chade e Leonêncio Nossa Zurique - A Fifa vai oficializar hoje a escolha do Brasil como país-sede da Copa de 2014. Marcada para as 9h30 no horário de Brasília, a apresentação do Comitê Organizador, preparada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), vai misturar futebol e política. Um vídeo preparado pelos brasileiros vai mostrar pontos positivos do País, como as belezas naturais e a infra-estrutura turística. Serão exaltados também feitos do governo Lula, como as ações de combate à pobreza e os investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O anúncio oficial da escolha do Brasil será feito pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, às 12 horas, e será acompanhado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Blatter e o restante da cúpula da Fifa dizem apostar num bom trabalho do Brasil, que foi o único país a se candidatar para sediar o Mundial de 2014. Os dirigentes do futebol muncial alertam, porém, que a realização da Copa de 2014 não pode - e não deve - servir para uso político.
Em jantar anteontem com governadores, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valke, advertiu claramente que o torneio não pode ser associada a projetos políticos. O governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, disse que a Fifa quer um torneio apolítico. “O recado é claro: a Copa do Mundo não pode estar a serviço de ninguém”, disse. O governador do Amazonas, Eduardo Braga, ressaltou que o torneio deverá ser um projeto “suprapartidário”.
Por causa da rivalidade entre os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas, Aécio Neves, que Braga acabou sendo escolhido para falar em nome dos 12 governadores que estão em Zurique para garantir jogos da Copa em seus Estados. Braga afirmou que foi o escolhido por representar a Amazônia, região que desperta fascínio no exterior. “Vou usar galho de arruda, vela de um metro e tomar banho de sal grosso”, brincou, referindo-se ao desejo de outros governadores de ocupar a tribuna na solenidade.
A delegação brasileira que prepara a candidatura realizou ontem seu ensaio geral. O Estado teve acesso ao vídeo que será utilizado para convencer os membros da Fifa. Ao som de samba e imagens do País, o filme garante que o PAC vai trazer mais de US$ 60 bilhões em investimentos até 2010 e insiste no crescimento econômico do Brasil. Com a Copa, a estimativa é de que os investimentos sejam ainda maiores.
BRILHO
O material ainda mostra os programas sociais do governo e como a pobreza está sendo atacada no País. O evento não passa de uma formalidade e, entre a apresentação do Brasil e a decisão a Fifa, reserva apenas 30 minutos de deliberações. “O Brasil quer um papel central no mundo”, destaca o documentário mostrado pelo Comitê Organizador da Copa. “Esse é o Brasil que brilha fora dos campos.”
Outro foco da apresentação será o cuidado com a proteção ao meio ambiente. O Comitê Organizador da Copa, montado pela CBF, vai vender a idéia de luta para se neutralizar a emissão de gás carbônico. A Amazônia é mostrada como santuário e os problemas de queimada e desmatamento nem sequer são citados. “A Amazônia tem um apelo forte internacionalmente”, afirmou Eduardo Braga.
No total, o Brasil terá meia hora para mostrar a candidatura. Segundo a CBF, as reformas e construções de estádios custarão US$ 1,2 bilhão. Os hotéis exigirão investimentos de US$ 500 milhões. Os responsáveis pela apresentação serão o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o ministro do Esporte, Orlando Silva, e o escritor Paulo Coelho, que insistirá que os brasileiros são “pessoas trabalhadoras”.
Beneficiado politicamente na festa de anúncio do país-sede da Copa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva só falará após Joseph Blatter oficializar o evento no Brasil. Lula e Blatter participam de uma coletiva de imprensa na sede da Fifa.
O atacante Romário, que ganhou o título de embaixador do Mundial de 2014, afirmou ontem, ao chegar a Zurique, que o Brasil precisa resolver problemas como a falta de segurança. E disse esperar que nenhum político use o evento para tirar proveito pessoal. |
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