sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Governo Lula: O Globo resume PNAD 2006

IBGE

Renda, escolaridade e expectativa de vida do brasileiro aumentaram

O Globo Online

RIO - O brasileiro está com um trabalho melhor, botando mais dinheiro no bolso e comprando mais celulares. Também ampliou os estudos, tem cada vez menos filhos e vive mais. É o que mostra um dos mais completos retratos do Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.

Confira os resultados da Pnad em infográfico multimídia

Um dos principais destaques da pesquisa foi o aumento da renda média real, que subiu 7,2% em 2006 na maior recuperação desde 1995. No entanto, a alta não foi suficiente para trazer a renda aos níveis de 1996, o ano mais forte da série estudada, de R$ 975.

- O aumento real do salário mínimo nos últimos anos está impactando o rendimento do trabalhador, principalmente a renda das classes mais baixas - afirmou a economista do IBGE Márcia Quinstlr.

A economista destacou que também contribuíram a expansão do emprego do trabalhador com carteira assinada (de 33,1% da população ocupada para 33,8%) e a redução da informalidade (de 51,8% em 2005 para 50,4% em 2006).

" O aumento real do salário mínimo nos últimos anos está impactando o rendimento do trabalhador, principalmente a renda das classes mais baixas "

De acordo com a pesquisa, a metade mais pobre da população foi a mais beneficiada pela recuperação dos salários. Para este grupo, a renda atingiu o valor mais alto em dez anos e chegou a R$ 293, superando o pico de R$ 257 registrados em 2006.

As tendências de melhora nos indicadores já vêm de outros anos, mas o que surpreende na Pnad referente a 2006 é o conjunto dos dados. Praticamente todos os indicadores apresentaram melhora.

A desigualdade continua caindo. A redução foi pequena, mas mostra consistência na lenta melhora das diferenças de renda da população. O índice de Gini (indicador internacional de desigualdade que vai de 0 a 1) vem caindo desde 1993 e em 2006 recuou mais 0,003 para 0,541.

O Brasil menos desigual em 2006 foi influenciado pelo aumento de 13,3% no salário mínimo. A alta de 7,2% na renda média real da população beneficiou principalmente a metade da população com rendimentos menores . A diferença entre ricos e pobres, no entanto, continua alta.

Escolarização é recorde, mas trabalho infantil é alto
A taxa de escolarização foi recorde: quase 96,7% das crianças entre 7 e 14 anos estavam na escola. E uma mudança da lei, que passou a obrigar crianças entrarem na escola um ano mais cedo, elevou em 3% o número de estudantes entre 5 e 6 anos nas salas de aula. A alta foi significativa e a expectativa é que o número continue crescendo nos próximos anos, pois o prazo para implementar a obrigatoriedade é 2010.

A vida moderna também está refletida na pesquisa. O número de residências com um só morador subiu de 10,8% em 2005 para 11,1% em 2006. Além disso, a população está tendo menos filhos : a média caiu de 2,1 filhos por mulher em 2005 para 2 em 2006. E o IBGE diz que o ritmo de queda está muito mais acelerado no Brasil do que aquele observado no passado na Europa, onde a baixa taxa de natalidade da população já é um problema há tempos.

Mas o estudo também mostra que falta avançar. A taxa de analfabetismo caiu, mas ainda é gigantesca. Quase 15 milhões de pessoas não conseguem ler um bilhete. E mesmo com o aumento da formalização a carteira assinada é um privilégio de apenas um terço da população ocupada.

Outro desafio que precisa ser vencido pelo país é o trabalho infantil. De acordo com a Pnad, pelo menos cinco milhões de crianças e adolescentes brasileiros ainda estão trabalhando.

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