Governo Lula: O Globo resume PNAD 2006
IBGE
Renda, escolaridade e expectativa de vida do brasileiro aumentaram
O Globo OnlineRIO - O brasileiro está com um trabalho melhor, botando mais dinheiro no bolso e comprando mais celulares. Também ampliou os estudos, tem cada vez menos filhos e vive mais. É o que mostra um dos mais completos retratos do Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.
Confira os resultados da Pnad em infográfico multimídiaUm dos principais destaques da pesquisa foi o aumento da renda média real, que subiu 7,2% em 2006 na maior recuperação desde 1995. No entanto, a alta não foi suficiente para trazer a renda aos níveis de 1996, o ano mais forte da série estudada, de R$ 975.
- O aumento real do salário mínimo nos últimos anos está impactando o rendimento do trabalhador, principalmente a renda das classes mais baixas - afirmou a economista do IBGE Márcia Quinstlr.
A economista destacou que também contribuíram a expansão do emprego do trabalhador com carteira assinada (de 33,1% da população ocupada para 33,8%) e a redução da informalidade (de 51,8% em 2005 para 50,4% em 2006).
" O aumento real do salário mínimo nos últimos anos está impactando o rendimento do trabalhador, principalmente a renda das classes mais baixas "
De acordo com a pesquisa, a metade mais pobre da população foi a mais beneficiada pela recuperação dos salários. Para este grupo, a renda atingiu o valor mais alto em dez anos e chegou a R$ 293, superando o pico de R$ 257 registrados em 2006.
As tendências de melhora nos indicadores já vêm de outros anos, mas o que surpreende na Pnad referente a 2006 é o conjunto dos dados. Praticamente todos os indicadores apresentaram melhora.
A desigualdade continua caindo. A redução foi pequena, mas mostra consistência na lenta melhora das diferenças de renda da população. O índice de Gini (indicador internacional de desigualdade que vai de 0 a 1) vem caindo desde 1993 e em 2006 recuou mais 0,003 para 0,541.
O Brasil menos desigual em 2006 foi influenciado pelo aumento de 13,3% no salário mínimo. A alta de 7,2% na renda média real da população beneficiou principalmente a metade da população com rendimentos menores . A diferença entre ricos e pobres, no entanto, continua alta.
Escolarização é recorde, mas trabalho infantil é altoA vida moderna também está refletida na pesquisa. O número de residências com um só morador subiu de 10,8% em 2005 para 11,1% em 2006. Além disso, a população está tendo menos filhos : a média caiu de 2,1 filhos por mulher em 2005 para 2 em 2006. E o IBGE diz que o ritmo de queda está muito mais acelerado no Brasil do que aquele observado no passado na Europa, onde a baixa taxa de natalidade da população já é um problema há tempos.
Mas o estudo também mostra que falta avançar. A taxa de analfabetismo caiu, mas ainda é gigantesca. Quase 15 milhões de pessoas não conseguem ler um bilhete. E mesmo com o aumento da formalização a carteira assinada é um privilégio de apenas um terço da população ocupada.
Outro desafio que precisa ser vencido pelo país é o trabalho infantil. De acordo com a Pnad, pelo menos cinco milhões de crianças e adolescentes brasileiros ainda estão trabalhando.
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