domingo, 23 de setembro de 2007

O cinismo da direita francesa

A direita governa França desde 2002. Sarkozy, o atual presidente francês, foi ministro durante esses cinco anos, incluso ministro de finanças.

Hoje ele é seu governo pretendem descobrir que o Estado francês se encontra em grandes dificuldades, com déficit público crescente e fora das exigências da União Européia na matéria.

É o que se chama cinismo e cara de pau. O presidente do Banco Central Europeu está obrigado a constatar o obvio e Sarkozy finge que o problema não é deles, da política que a direita implementou durante estes cinco anos.

Leia a notícia reproduzida pela Folha online



Finanças públicas francesas estão "em grandes dificuldades", admite Trichet


da France Presse
da Efe

As finanças públicas francesas estão "em grandes dificuldades", disse neste domingo o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, à rádio Europe 1.

"Batemos os finlandeses, os dinamarqueses" em termos de gasto público, enquanto "há oito anos estavam todos na nossa frente", salientou Trichet, que é francês.

A situação das finanças públicas do país presidido por Nicolas Sarkozy --que esta semana voltou a criticar a política monetária do BCE-- "é evidentemente um grande peso para a economia européia", advertiu Trichet.

Na semana passada, o primeiro-ministro francês, François Fillon, declarou que estava à frente de um Estado "quebrado no plano financeiro [...], com 15 anos de déficit crônico [...] e que jamais votou um orçamento público equilibrado em 25 anos".

Trichet declarou neste domingo que Fillon "tem razão em dizer isto".

O presidente do BCE também afirmou que em alguns países europeus há um "fenômeno imobiliário" suficientemente grande para que possa ser notado, mas não do mesmo tipo que causou a crise dos créditos hipotecários nos Estados Unidos.

Perguntado pela emissora de rádio sobre os riscos do mercado imobiliário espanhol, Trichet disse que, na posição de presidente do BCE, deve pensar nos 14 países da moeda única européia e tomar decisões para todos eles.

O presidente do BCE admitiu ainda desajustes nas taxas de câmbio entre as principais divisas mundiais, mas ressaltou que em um sistema flutuante essas questões não se resolvem facilmente.

"É um problema que não se soluciona com um toque de varinha mágica", afirmou Trichet em resposta às críticas recebidas, principalmente da França, pelo nível elevado do euro frente a outras moedas.

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