quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Governo Lula: Seis milhões de brasileiros deixaram de ser miseráveis em 2006

O Globo Online, Liana Melo - O Globo, Reuters

RIO - Seis milhões de brasileiros deixaram a linha da miséria em 2006, segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado nesta quarta-feira.

O número, que representa uma queda de 15% da miséria entre 2005 e 2006, representa o melhor resultado entre todos os 15 anos analisados pela FGV (1992-2006) e reflete políticas públicas que beneficiaram a parcela mais pobre da população, como a expansão do Bolsa-Família e os aumentos do salário.

Mesmo assim, dois em cada dez brasileiros ainda estão na miséria. Existem 36,2 milhões (19,31% da população) de pessoas no país que ganham até R$ 125 mensais, valor usado de referência para classificar a miséria. Outras 8,7 milhões (4,69%) vivem com menos de US$ 1 por dia.


- Acho que essa queda em 2006 vai se repetir em 2007, uma vez que o crescimento da economia é bom, há uma perspectiva boa para o aumento do emprego e há também uma continuidade dos programas sociais do governo - disse o economista responsável pela pesquisa, Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da FGV.

Embora a quantidade de miseráveis seja assustadora, esta foi a primeira vez que o número de miseráveis ficou abaixo de 20% da população brasileira, desde que a FGV começou a realizar a medição, em 1992. Naquele ano, o percentual de miseráveis atingiu 35,16%.

Apesar disso, a cesta básica mais barata das regiões metropolitanas do país custa R$ 141,53.

As informações fazem parte do estudo "Miséria, Desigualdade e Políticas de Renda: O Real do Lula", apresentada pelo economista da FGV Marcelo Neri. A pesquisa avalia a evolução da distribuição de renda e de pobreza nos últimos 15 anos com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo IBGE na semana passada.

Segundo Neri, custaria em média R$ 12 por mês por pessoa para erradicar a pobreza no Brasil. O cálculo exclui a parcela da população que ganha menos de R$125 por mês.

O levantamento mostra que a renda domiciliar dos brasileiros cresceu em todos os anos de eleições (1982, 1986, 1989, 2002 e 2006) e caiu em todos os anos pós-eleitorais.

A desigualdade no país também caiu. A renda dos 10% mais pobres subiu 57,4% e a dos 10% mais ricos aumentou quase 10 vezes menos, 6,8%.

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