terça-feira, 3 de julho de 2007

Nova classe média muda mercados

Para o Goldman Sachs, empresas devem se preparar para um grande aumento do consumo nos países do Bric

Jamil Chade

Uma revolução está prestes a ocorrer no equilíbrio dos mercados mundiais. Estudo publicado ontem pelo Banco Goldman Sachs aponta que o surgimento de uma nova classe média no Brasil, na China, Índia e Rússia vai transformar o comportamento de empresas no mundo.

Segundo o levantamento, o número de pessoas vivendo com mais de US$ 3 mil por ano vai dobrar no Brasil e na Rússia até 2015. Na China, essa camada da população vai se multiplicar por dez. Na avaliação do Goldman Sachs, em 2030 os grandes países emergentes vão se equiparar ao mundo desenvolvido em termos de Produto Interno Bruto (PIB) .

Economistas apontam que, de fato, o peso das economias emergentes vem crescendo. Em 1991, os países ricos representavam 89% do PIB mundial. Em 2007, essa proporção já caiu para 75%. Entre 2000 e 2005, o PIB do grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) subiu de US$ 3,6 trilhões para US$ 4,9 trilhões, 15% do PIB dos países ricos.

A projeção é de que, até 2010, a economia dos países emergentes chegue a US$ 8,6 trilhões. Já em 2030, a paridade entre ricos e emergentes ocorreria, com a superação já prevista para 2035. Na realidade, a China já começa a superar algumas das economias tradicionais. Em 2007, terá um PIB superior ao da Alemanha; em 2015, superior ao do Japão; em 2039, superará os Estados Unidos.

PRIORIDADES

Paralelamente a esse crescimento, o Goldman Sachs prevê um 'aumento exponencial' da classe media nos mercados emergentes. Segundo o estudo, o maior aumento ocorrerá na Índia, onde o número de pessoas ganhando acima de US$ 3 mil por ano será multiplicado por 14 até 2015. Na China, o aumento será de dez vezes. Brasil e Rússia terão um aumento menor, mas ainda assim a classe média deve dobrar até 2015.

No total, 2 bilhões de pessoas vão passar a ganhar acima de US$ 3 mil nos próximos 20 anos, o que exigirá que multinacionais redefinam as suas prioridades. Hoje, o total de consumidores com renda superior a US$ 3 mil não passa de 200 milhões de pessoas nos países emergentes. Além disso, a população que ganha menos de dois dólares por dia ainda chega a 2 bilhões de pessoas. Leia mais no jornal O Estado de São Paulo (para assinantes)

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