Brasil pode cair no ranking de sedes de eventos
Organizações internacionais já reconsideram fazer congressos e feiras no país, que hoje ocupa 7o- lugar
Ana Lúcia Borges
No mundo corporativo, reuniões canceladas e viagens de negócios adiadas já não são a única rotina. Feiras e congressos começam a ser afetados pelo caos nos aeroportos: muitos participantes não conseguem chegar aos encontros, e grupos antes interessados em trazer eventos de grande porte ao país mostram-se inseguros quanto à escolha do destino. O Brasil, que ocupa o sétimo lugar no ranking de países que mais sediam eventos internacionais, segundo dados da International Congress & Convention Association (ICCA), agora corre o risco de perder a posição.
Único latino-americano entre os dez primeiros, o país ficou atrás apenas de EUA, Alemanha, Reino Unido, França, Espanha e Itália em 2006.
— Em 2005, ocupávamos o 11 olugar. Em 2007, esperávamos subir para o sexto, mas agora podemos perder essa posição — diz o presidente da Federação Brasileira de Convention & Vi s i t o r s Bureaux (FBCVC), João Luiz Moreira. — O caos aéreo começa a ter um efeito muito grave na área de turismo de eventos. Esse setor não sobrevive sem transporte aéreo. Bons meios de acesso e uma boa infra-estrutura hoteleira são fatores decisivos na escolha de um destino para a realização de um evento. Se a malha aérea brasileira não funciona, essa informação circula e repercute negativamente em outros países. Gera-se um clima de desconfiança.
Organizações internacionais interessadas em fazer eventos no país têm nos procurado, temerosas. Estão reconsiderando o investimento em congressos e feiras no Brasil.
Em 2006, foram acertados 5.119 eventos a serem realizados no Brasil entre 2007 e 2014 (95% deles de produção nacional).
Este ano, o acidente com o Airbus da TAM agravou a crise aérea às vésperas da alta temporada para a realização de eventos no país — e de captação de futuros congressos, convenções e afins —, que vai de agosto a novembro.
— Se essa crise avançar pelo mês de agosto, quando começam a ser estudados novos eventos, a previsão é de queda no número de participantes e na captação de eventos a serem realizados no futuro. Ainda é cedo para avaliar os danos.
Mas será uma catástrofe que poderá ter impacto daqui a dois, três, até oito anos — afirma Moreira. O Globo (para assinantes)
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