Não incomoda que o nível técnico das competições dos Jogos Pan-Americanos esteja abaixo do desejável. Se os Estados Unidos, por exemplo, não mandaram os seus melhores atletas, problema deles. Não dá para você ficar na festa se lamentando por quem não veio. O Pan não tem sido um evento para a quebra de recordes mundiais. É um evento para o congraçamento esportivo das Américas. Nesse aspecto o Pan é um sucesso. E o Brasil mostra que pode sediar qualquer competição internacional. Um problema grave são as vaias. Vaiar atletas porque são estrangeiros é demonstração de boçalidade e subdesenvolvimento. Outro problema são os estádios meio vazios. Mas os últimos anos têm mostrado que o brasileiro e a brasileira passaram a praticar todo tipo de esporte. Assim, o surgimento de atletas de ponta e portanto de ídolos é uma questão de tempo. Mais ídolos e mais dinheiro no bolso dos torcedores significarão estádios e ginásios mais cheios.
Hoje, por exemplo, o futebol feminino encheu o Maracanã para ganhar a medalha de ouro. O adversário foi o time sub-20 dos Estados Unidos? E daí? Nas estatísticas, ficará que as mulheres do Brasil ganharam a medalha de ouro no Pan de 2007 no Rio de Janeiro. Aliás, eu tenho um pedido aos colegas do jornalismo esportivo. Vamos parar de chamar as mulheres esportistas do Brasil de "meninas do Brasil". Quando a seleção brasileira de futebol masculino entra em campo ninguém usa a expressão "meninos do Brasil". Quando a supercoroada seleção de vôlei do técnico Bernardinho está em quadra ninguém se refere aos jogadores como "os meninos". Então por que será que as mulheres do Brasil são chamadas de "meninas"? De duas uma: ou os homens que representam o Brasil nos eventos esportivos começam a ser chamados de meninos, ou que se passe a chamar as mulheres de mulheres. É razoável. Eu penso que o suposto carinho embutido na expressão "meninas" expressa machismo e sentimento de superioridade. Vamos acabar com essa bobagem. Vamos chamar as mulheres de mulheres. Vamos torcer por elas como torcemos para os homens. E vamos cobrar delas os resultados e a performance que cobramos dos homens.
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