Desigualdade entre homens e mulheres no Brasil está entre as piores do mundo
O Globo online
RIO - A Petrobras e outras 11 empresas são as únicas a ostentar o Selo Pró-Eqüidade de Gênero entre as 136 estatais brasileiras (9% do total). Lançada em 2006, a certificação do governo federal é considerada uma iniciativa inédita no mundo no sentido de melhorar a situação do país no tocante a igualdade entre os sexos. O setor elétrico, energético e mineral é o mais representado no selo. Segundo reportagem publicada pelo jornal O GLOBO nesta quarta-feira, a edição 2007 do selo recebeu 50 inscrições, 17 delas vindas de empresas do setor privado. A divulgação do resultado está prevista para agosto. O programa conta com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem).
O Brasil está entre os dez países do mundo com os piores indicadores de desigualdade de gênero entre 58 países, segundo Pesquisa Executiva de Opinião, do Fórum Econômico Mundial, de 2006. O Brasil ficou na 51 posição, atrás da Venezuela e Grécia e à frente de países muçulmanos como o Paquistão e Jordânia.
A pontuação do Brasil foi de 3,29. O Egito, que ficou em último lugar, ganhou nota 2,38. A nota máxima era sete.
Em Furnas Centrais Elétricas, por exemplo, funcionários que ocupam o mesmo cargo recebem salários diferenciados dependendo do sexo. Se for homem, a remuneração é maior. Empregados com 11 anos de estudos ou mais recebem R$ 1.492,70 de salário, contra R$ 874,44 pagos às funcionárias mulheres.
O relatório que o Brasil apresenta nesta quarta-feira na ONU vai destacar avanços, como o selo e a Lei Maria da Penha - sobre prevenção à violência doméstica - e, sobretudo, os desafios necessários para reduzir a desigualdade entre os sexos. O aborto, por exemplo, é considerado pela delegação brasileira em Nova York um entrave à luta pela eqüidade de gênero, já que sua prática ilegal é responsável, em grande parte, pela mortalidade materna no país.
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