domingo, 29 de julho de 2007

Ator francês Michel Serrault, de "A Gaiola das Loucas", morre aos 79 anos


da France Presse, em Paris

O ator francês Michel Serrault, 79, morreu neste domingo (28) na França. Em mais de meio século de uma carreira, ele participou de 135 longas-metragens --sem falar de filmes para a televisão-- sob a direção de nomes como Henri-Georges Clouzot, Claude Chabrol, Jean-Pierre Mocky, Georges Lautner e Mathieu Kassovitz.

Cinco vezes indicado, o ator obteve três Césars: em 1979 por seu grande sucesso, "A Gaiola das Loucas" (1978); em 1982 por "Garde à Vue" (1981) e em 1996 por "Nelly et Monsieur Arnaud" (1995).

Sua grande preocupação de ator era nunca incomodar o espectador. Talvez devido a essa ambição, acumulou uma impressionante galeria de retratos, deslizando com a mesma facilidade na pele de personagens ambíguos e dramáticos, do maligno Dr. Petiot, que enganava e roubava judeus durante a ocupação nazista na França, a Zaza, o homossexual excêntrico de "A Gaiola das Loucas".

O público esperava dele uma coisa: que fizesse rir. No entanto, como todos os clowns que ele tinha como modelos, Michel Serrault era, no fundo, um tanto triste. Ele se definia como "a alma de Chaplin em um corpo de boticário".

Nascido no dia 24 de janeiro de 1928 em Brunoy (atualmente Essonne, ex-Seine-et-Oise) no seio de uma família modesta e cristã, entrou para o seminário aos 14 anos. Hesitando entre tornar-se padre ou comediante, ele escolheu finalmente o mundo do espetáculo.

Freqüentou desde 1949 a famosa trupe dos "Branquignols" de Robert Dhéry e apareceu pela primeira vez no cinema em 1954 em "Ah! Les Belles Bacchantes!" de Jean Loubignac.

No teatro, ele também se destacou em "O Avaro", montagem de 1986 da peça de Molière, dirigida por Roger Planchon, e "Knock", montagem de 1992, com direção de Pierre Mondy.

Com a mulher Juanita, com quem se casou em 1958, teve duas filhas --a mais velha morreu em 1977 em um acidente de carro.

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