O fenômeno Rashevski
Um minifenômeno de público se forma no cinema de São Paulo: até ontem, "O Tango de Rashevski" já tinha sido visto por 5.558 pessoas. É pouco? É. Na comparação com qualquer blockbuster, não é quase nada. Mas os detalhes do lançamento revelam que é bastante coisa.
"O Tango de Rashevski" (foto) estreou em 29/6 em apenas uma sala da cidade, o HSBC Belas Artes, quase sem divulgação e com pouco alarde de jornais e revistas. Além disso, é uma produção pequena, franco-belga, relativamente antiga (de 2003), longa de estréia do diretor Sam Garbarski.
Para comparar, "O Balconista 2", continuação do filme cult de Kevin Smith, que estreou na mesma data em três salas, não chegou aos 4 mil espectadores.
História de uma família judaica belga, "O Tango de Rashevski" parece ser um desses filmes que faz sua carreira pelo boca a boca positivo. A morte da matriarca, logo no início do longa, leva filhos e netos a repensarem seus laços e suas relações com o judaísmo. É evidente que o tema atraiu a comunidade judaica paulistana, de forte presença na região do Belas Artes _vale lembrar que a CIP, a Congregação Israelita Paulista, fica ali pertinho.
Mas "Rashevski" não se resume a um "filme para a comunidade". Como escreveu Cássio Starling Carlos na Ilustrada, a obra usa o humor e o drama para propor o entendimento contra preconceitos e racismos. É uma comédia dramática em defesa da conciliação social, que resulta em muitos rostos sorridentes na platéia ao final da sessão.
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Paris é uma festa
Uma dica para quem viu e gostou de "Paris Te Amo", o filme em episódios sobre a capital francesa. A sala 4 do Unibanco Arteplex exibe nesta noite, de graça, outro longa em segmentos, de 1965, sobre o mesmo tema: "Paris Visto por..." traz seis curtas assinados por Claude Chabrol, Eric Rohmer, Jean Rouch, Jean-Luc Godard, Jean Douchet e Jean-Daniel Poullet. A sessão começa às 21h30. Como é gratuita, convém chegar cedo.
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