Um elemento da pesquisa Ipsos (ver embaixo) merece uma reflexão particular.
Segundo a sondagem encomendada pela Ciesp (indústria de São Paulo) a fonte de informação mais confiável sobre política e economia é a TV com 64%. O dado não surpreende, vista a penetração da telinha nos lares brasileiros.
Já os jornais e revistas disputam com "a palavra do Presidente Lula" o segundo lugar na fonte de informação mais confiável. O distingo é sintomático, havida conta que a palavra do presidente só chega a população brasileira via mídia eletrônica (TV e rádio) e escrita (jornais e revistas), e agora internet.
Aparentemente o que a mídia diz e o que o presidente fala se chocam e polarizam no essencial: credibilidade.
Só para 3% internet é a fonte de informação mais confiável.
Em relação aos partidos políticos a pesquisa indica que eles tem pouco peso quando a população escolhe um candidato, mas para os que manifestam simpatias partidárias, o PT ganha disparado de todos os outros partidos políticos.
Leia os números da pesquisa Ipsos comentados pelo jornalista Caio Junqueira do Valor.
Partido conta menos no Sul e Sudeste
Caio Junqueira para Valor
Os brasileiros votam mais pelas características pessoais dos candidatos do que por sua filiação partidária. Nas regiões mais desenvolvidas, essa percepção é ainda mais acentuada. É o que revela uma pesquisa do Instituto Ipsos, encomendada pela Ciesp. Segundo o levantamento, 90% dos eleitores do Sudeste e 91% do Sul votam pelo que a pessoa aparenta ser, enquanto no Nordeste e no Norte/Centro-Oeste esses índices são menores: 83% e 81%, respectivamente.
"Isso decorre pela força que as máquinas partidárias exercem no interior do país", afirma o sociólogo Alberto Carlos Almeida, pesquisador do Ipsos. Ele diz ainda que a imagem dos partidos nas regiões mais ricas tende a ser pior do que nas menos desenvolvidas. "Os partidos, ao lado do Congresso, têm uma imagem ruim perante toda a população, que tende a ser pior entre os mais instruídos." |
A pesquisa apontou ainda que a ampla maioria (87%) da população elege seus políticos seguindo esses critérios pessoais, em contraposição a uma pequena parte (9%), que faz a escolha pelo partido ao qual o candidato é ligado. O levantamento foi feito com 1 mil pessoas, entre 22 e 31 de agosto, em 70 cidades e 9 regiões metropolitanas. |
"Isso é muito natural na América Latina. Os eleitores são muito mais ligados às pessoas do que às instituições e às plataformas", afirma o diretor do Ipsos, Clifford Young. |
Outro ponto levantado foram as preferências partidárias. Em respostas espontâneas, o PT continua sendo aquele com maior número de seguidores: 19%, seguido por PMDB (7%), PSDB (4%) e DEM (1%). Dentro de um recorte regional, essa preferência petista é predominante no Nordeste (25%) e no Norte/Centro-Oeste (22%), pouco maior que no Sudeste (17%) e Sul (16%). A maioria (63%), porém, disse não ter preferência por qualquer partido. |
Quando questionados sobre qual seria a fonte de informação mais confiável nas áreas de economia e política, os entrevistados responderam a TV (64%), jornais e revistas (14%), "a palavra do do presidente Luiz Inácio Lula da Silva" (10%) e a internet (3%). |
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