sábado, 30 de junho de 2007

O outro boi merece respeito


O que mais chama a atenção no Festival folclórico de Parintins é o respeito silencioso que acolhe a apresentação do adversário. Enquanto os vermelhos do Garantido atingem o delírio perante o ritmo da batucada,o visual das alegorias e o contagiante espetáculo do “próprio boi”; a numerosa torcida azul do Caprichoso assiste, aprecia e aguarda sua vez.

O “Eldorado é aqui” do Caprichoso fez seu ingresso com exuberância e profissionalismo sem nada a dever aos “Guardiões da Amazônia” que o precedeu na areia. Foi a vez dos mais de 15 mil torcedores vermelhos ficarem silenciosos homenageando o adversário. Uma lição de democracia que deveria impregnar o mundo político e muitas outras atividades humanas.











O “confronto”dura três dias e a cidade é virtualmente tomada por milhares de turistas e parintinenses, divididos igualmente entre azuis e vermelhos. A festa do boi bumbá, maravilhoso resgate do folclore com influências maranhenses e do sincretismo do Amazonas, constitui um manifesto cultural extraordinário sobre a preservação da floresta, sobre os problemas da relação da civilização e a natureza. Ao mesmo tempo uma fonte de emprego e renda que aprimora-se a cada ano. Em particular, após a presença do presidente Lula em 2003, onde pela primeira vez um presidente se fez presente no festival, que está hoje na sua 42° edição.

A festa constitui um momento de reafirmação desse compromisso com a exploração ecológica da Amazônia, ou como disse Vicente de Matos, presidente do Boi Garantido, “trata-se de um alerta para que as gravíssimas conseqüências do aquecimento global e do desaparecimento das florestas em nosso planeta não passem de um pesadelo.”

Não por acaso desta vez o boi bumbá Garantido exibiu uma mistura de bicho folharal, figura lendária que aparece para punir quem fere a floresta e o seringueiro Chico Mendes (a 20 anos de seu assassinato). Junto com eles uma feérica dança de criaturas encantadas, caboclos, gladiadores da tribo dos Munduruku, e o ritual Zuruahá, ao ritmo alucinante de uma batucada esquentada pelo apoio de milhares de torcedores. Em Parintins, se nasce azul ou vermelho, Caprichoso ou Garantido. E mesmo que os vermelhos se proclamem com orgulho “o boi do povão”, tem muito azul que vem do mesmo povo tão caprichoso na sua alegria.

A grande festa, ainda em andamento, dura três dias. Domingo à noite será a grande final e com o mesmo respeito será proclamado o campeão.

Durante as festividades, o acolhimento aos turistas é acompanhado de uma intensificação das campanhas contra a exploração sexual de crianças e adolescentes, assim como de luta contra o HIV e demais doenças sexualmente transmissíveis. Uma infraestrutura de hotéis e pensões, assim como barcos com grande capacidade e conforto de hospedagem, permitem uma estadia gostosa. Tudo conflui para fazer de Parintins uma porta para o desenvolvimento de um turismo ecologicamente equilibrado da Amazônia e com benefícios crescentes na geração de empregos e de renda.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Turismo: Estado do Paraná receberá R$ 43 milhões

Ana Ehlert, do Jornal do Estado (Paraná)

O valor foi divulgado pela ministra do Turismo, Marta Suplicy durante a abertura do 2º Festival Internacional do Turismo

A ministra do Turismo Marta Suplicy, em Curitiba

O Paraná deve receber, neste ano, R$ 43 milhões do Ministério do Turismo para investir em obras estruturantes para o setor. O valor foi divulgado pela ministra do Turismo, Marta Suplicy durante a abertura do 2º Festival Internacional do Turismo, realizado em Foz do Iguaçu, na noite de quarta-feira. Marta afirmou que, de 2003 a 2007, o investimento feito pelo Ministério no Estado foi de R$ 55 milhões, sendo 90% deste valor destinado a Foz.

Ontem, já em Curitiba, Marta esteve reunida com o presidente da Regional Sul 2, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Moacyr José Vitti. À ministra foi entregue o projeto de revitalização do complexo religioso do Santuário. A primeira fase das obras, com a construção do centro de apoio aos romeiros, já foi concluída.

A ministra do Turismo também destacou os investimentos na divulgação do turismo brasileiro no exterior, principalmente em países como os Estados Unidos e Japão. Somente nos Estados Unidos, o Ministério investirá cerca de R$ 40 milhões em propaganda.
Outro público cotado pelo Ministério é o dos aposentados. Segundo a ministra, em agosto será lançada uma campanha voltada para os aposentados.

O Ministério está negociando a entrada de novos vôos internacionais para destinos turísticos, incluindo Foz do Iguaçu. Segundo a ministra, Foz está numa região estratégica, já que, num raio de 25 quilômetros, tem três aeroportos.
O Ministério investirá na qualificação profissional, através de um programa de excelência em hotelaria desenvolvido em parceria com o Ministério da Educação.

O programa vai priorizar 65 destinos turísticos brasileiros, entre eles Foz do Iguaçu.
Marta participou ainda do lançamento da Great Brazil Express, projeto de implantação do primeiro trem de luxo do Brasil. O passeio de trem de luxo fará parte de um pacote turístico de oito a dez dias pelo Brasil, com inicio e término na cidade do Rio de Janeiro, mas tendo seis dias de atividades no Paraná.

PT e PSDB antecipam disputa de 2008 em Curitiba

Marli Lima

A advogada e ex-diretora financeira de Itaipu Binacional, Gleisi Hoffmann, mulher do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, gostou de sua primeira experiência nas urnas e já não esconde o interesse em participar de um novo desafio. No último pleito ela candidatou-se ao cargo de senadora pelo PT e, com 45% dos votos, por pouco não desbancou o veterano Álvaro Dias (PSDB), que conseguiu 50%. A petista quer agora ser a primeira prefeita da capital paranaense e tem total apoio do partido.

"A candidata à prefeitura será a Gleisi", afirmou o deputado federal Ângelo Vanhoni (PT), que concorreu ao executivo municipal nas últimas três eleições. Ontem, Vanhoni e Gleisi almoçaram na capital paranaense com a ministra do Turismo, Marta Suplicy. Três dias antes, o atual prefeito da cidade, Beto Richa (PSDB), recebeu o governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Questionada se a campanha já havia começado para os dois, Gleisi respondeu em tom de brincadeira. "Campanha pra saber quem vai trazer mais gente pra cá? Essa eu ganho."

Ao trazer Aécio, Richa, que não nega o interesse em ser reeleito para, no futuro, tentar pela segunda vez o governo estadual, reuniu centenas de empresários e políticos para um almoço em que ele próprio era o homenageado. Gleisi também cercou-se de políticos e empresários para recepcionar a ministra. "Não sou amiga de todos os ministros, mas a Marta eu conheço desde quando ela era deputada e eu trabalhava no Congresso", lembra a petista, que tem como uma das bandeiras a defesa dos interesses das mulheres.

Gleisi disse que a vinda da ministra ao Paraná já estava acertada há algum tempo e que, como ela participou de evento em Foz do Iguaçu, aproveitou para passar por Curitiba. Com isso, a petista aproveitou para cumprir uma promessa de quando foi candidata ao Senado, de chamar a atenção para o potencial de turismo religioso em Paranaguá, no litoral do Paraná, onde anualmente ocorre uma festa à padroeira do Estado, Nossa Senhora do Rocio.

Sobre seu futuro político, ela responde que está estudando. Mas emenda: "Não vou sair da política. Com a votação que alcancei, tive mostras de confiança." Questionada se será, então, candidata a prefeita, ela não esconde os planos. "Há grande chance de eu ser candidata, sim, e estou estudando gestão de cidades. Estou apaixonada pelo assunto." Leia mais no Valor (para assinantes)

Brasil foi o país que mais ganhou com o Mercosul, indica estudo

Janes Rocha

Dezesseis anos depois de lançado o Tratado de Assunção, que criou o Mercosul, o Brasil foi o país que mais se beneficiou da integração regional como um todo. Por outro lado, a integração não conseguiu reduzir os desequilíbrios de renda e desenvolvimento que atingem não só os países menores do bloco - Paraguai e Uruguai - mas também regiões inteiras do Brasil e da Argentina, que até agora não foram beneficiadas pela união aduaneira entre os quatro países.

Esta é a conclusão de um trabalho intitulado "Assimetrias no Mercosul: Impedimento para o Crescimento?", elaborado e recém-concluído pela Rede de Investigações Econômicas do Mercosul. A Rede Mercosul é composta de quase uma centena de economistas ligados às universidades do Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil (da qual fazem parte UFRJ, Ipea, Unicamp e Funcex). Eles estudam os principais aspectos econômicos do bloco e já lançaram cerca de dez livros, além de inúmeros "papers". Leia mais no Valor (para assinantes)

"temos de investir" disse Carlos Wilson sobre os aeroportos

Petista critica plano para setor aéreo

O ex-presidente da Infraero, deputado Carlos Wilson (PT-PE), criticou ontem o plano de investimentos do governo federal para o setor aéreo. Para o deputado, que é amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os R$ 878 milhões reservados para obras em 2007 e os R$ 3 bilhões previstos para serem gastos até 2012 não são suficientes para atender à demanda do setor. "É muito pouco, com o perdão do presidente Lula. Porque o crescimento de movimentação dos aeroportos será maior do que esse volume de investimentos", disse o parlamentar, ontem, em depoimento à CPI do Apagão Aéreo da Câmara.

Carlos Wilson usou números para demonstrar que a infra-estrutura está no limite e os investimentos precisam ser maiores do que os previstos. "Hoje, temos uma capacidade aeroportuária para 118 milhões de passageiros por ano. E já temos um fluxo de 102 milhões. Como o crescimento do setor deve ficar na média de 20% ao ano, temos de investir", disse ele, fazendo previsão pessimista. "Começo a ficar temeroso com o que vai acontecer em relação à infra-estrutura aeroportuária."

O ex-presidente da Infraero cobrou dos governos estaduais e federal "coragem" para fazer obras importantes no setor e alterações nos vôos para desafogar alguns aeroportos. "Temos de ter coragem para evitar que Congonhas trabalhe com mais de 12 milhões de passageiros por ano. Hoje, o aeroporto está esgotado e opera com 20 milhões", afirmou.

O deputado criticou duramente as empresas aéreas. Segundo ele, é preciso coragem para mudar os horários dos vôos e de pico dos aeroportos. "Não podemos aceitar a pressão das empresas aéreas, que não pensam no país", criticou. "Temos de ter coragem para fazer um trem bala que ligue São Paulo a Viracopos (Campinas), que será o aeroporto mais importante do país nos próximos 50 anos." Leia mais no Valor (para assinantes)

Ministra de Turismo prevê R$ 43 milhões para o Paraná em 2007

Gazeta do Povo de Paraná

Curitiba – A Ministra do Turismo, Marta Suplicy, garantiu ontem o repasse de R$ 43 milhões para investimentos no Paraná em 2007, por meio de emendas parlamentares – disputadas por deputados governistas e de oposição. O volume prometido é significativo já que, entre 2003 a 2006, o ministério destinou R$ 54 milhões para o estado.

Segundo a ministra, os estados devem listar até 10 de julho as emendas de seu interesse e, depois, o ministério fará a sua lista de prioridades. A partir desse levantamento, o ministério fará reuniões com as bancadas dos partidos no Congresso para a escolha dos investimentos.

“Interessa a aprovação de emendas estruturais”, disse Marta, em um encontro com jornalistas no Castelo do Batel, em Curitiba, após participar da apresentação de projetos de promoção do turismo no estado.

Crise aérea

Ao ser perguntada sobre os problemas do tráfego aéreo, Marta disse acreditar que a situação “está caminhando para uma solução”. “O futuro a Deus pertence. Mas nós achamos que as providências que o governo tomou para a crise estão bem encaminhadas”, disse. A ministra aproveitou para citar um estudo do Banco Central que registrou um aumento de 12,88% no número de turistas no Brasil no último mês de abril em relação ao mesmo período do ano passado.

Geraldo Rocha, diretor financeiro da Associação Brasileira de Agências de Viagem, no Paraná, que participou de uma reunião com a ministra ontem, vê com cautela esse otimismo. “Para crescer, o turismo no estado precisa de investimentos pesados em infra-estrutura. O aeroporto em Foz, por exemplo, não tem o conforto necessário para atrair turistas”, ponderou.

Religião - Marta promete ajudar Santuário do Rocio

Gazeta do Povo Paraná

A ministra Marta Suplicy disse ontem em Curitiba que o Ministério do Turismo vai liberar recursos para a revitalização do complexo religioso do Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio, em Paranaguá. Durante encontro com o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Regional Sul II, dom Moacyr José Vitti, ela afirmou que serão liberadas verbas para a festa do Rocio, que ocorre em novembro, e para custear parte das obras de infra-estrutura e restauração do complexo.

De acordo com a ministra, Paranaguá é um exemplo que ajuda a justificar o crescimento dessa modalidade de turismo no país. “Agregar cultura e lazer à manifestação da fé faz crescer o movimento de peregrinos em todo o Brasil. No ano passado eles representaram 3,2% do total de turistas, contra 2,7% em 1998.”

Giovani Ferreira

México 1.0: Ése que no pintaba murales

Blog de Cristina Civale Civilización & Barbarie

"Nadie como Rufino Tamayo para pintar el sol y el barro” han dicho los críticos sobre este artista mexicano que comparte honores con Clemente Orozco, Diego Rivera y David Siqueiros, y también con Picasso.

Retrato de Olga

Rufino Tamayo (Oaxaca,1899 - México, 1991) es uno de los creadores más destacados de la primera mitad del siglo XX en América Latina y, gracias a préstamos de instituciones públicas y privadas de todo el mundo, el Miami Art Museum presenta una de las mayores exposiciones que se hayan hecho hasta la fecha sobre su obra:Tamayo: A Modern Icon Reinterpreted.


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Duro cruce de Brasil y Venezuela por la integración del Mercosur

Es por la ausencia de Hugo Chávez a la cumbre del organismo en Asunción. El canciller Celso Amorim criticó el faltazo. Y fuentes brasileñas afirmaron que es una señal de que a Caracas no le interesa el acuerdo regional.

Eleonora Gosman ASUNCION ENVIADA ESPECIAL Clarín
egosman@clarin.com

ENOJO. EL PRESIDENTE BRASILEÑO, LULA DA SILVA. SE AHONDAN LAS DIFERENCIAS CON VENEZUELA.

Para alivio de algunos, según fuentes diplomáticas en la capital paraguaya, Hugo Chávez estaba ayer lo suficientemente lejos (en Moscú) como para que su voz retumbara en el salón de reuniones de la XXXIII cumbre presidencial del Mercosur. Sin embargo, su ausencia también se hizo sentir. Introdujo, entre los socios, una incertidumbre: Caracas ¿quiere o no ser parte efectiva del Mercosur? A esto se sumó un nuevo cruce de declaraciones entre Brasil y Venezuela que vino a demostrar que crece la irritación del gobierno de Lula da Silva frente al venezolano.

El brasileño Celso Amorim abrió el fuego con declaraciones publicadas ayer por el diario carioca O Globo. El canciller sostuvo: "Lula (da Silva) y yo hubiéramos preferido que el presidente Chávez esté en Asunción. Pero las naciones son soberanas y emiten las señales políticas que quieren dar". Añadió entonces: "Claro que la ausencia de un líder en una reunión le saca peso a su país en las decisiones". En esa línea se interrogó: "¿Cómo Chávez puede sentirse cansado (del Mercosur) si todavía no entró?". Y luego avanzó más al señalar que esperaba "un gesto de buena voluntad" de Chávez para el Congreso brasileño, a quien el venezolano llegó a calificar de "loro que sigue los dictados de Washington", por una carta que le envió el Senado para que reconsidere la no renovación de la señal a la emisora RCTV.

Ya en Asunción, le tocó al vicecanciller venezolano Rodolfo Sanz transmitir las posiciones de su gobierno. "El presidente Chávez no tiene que disculparse ante el Senado brasileño" que según su interpretación incurrió en "injerencia en asuntos internos". Sobre la ausencia presidencial, Sanz culpó del faltazo a un cambio de fecha de la cumbre, que no consideró el compromiso de Chavez con Rusia e Irán.

Detrás de este cruce de declaraciones, hay un mar de fondo. "Venezuela ya acordó con Paraguay y Uruguay un mecanismo de liberación comercial, pero no hizo igual con Argentina y Brasil", se quejaban ayer diplomáticos de esos países. Para entrar al Mercosur es preciso establecer los tiempos de la apertura comercial con el cuarteto inicial y trazar el cronograma de incorporación del arancel externo común. Sin estas condiciones, Venezuela no puede pretender pertenencia. Lea más aqui

Meu nome é trabalho

Marta diz que já se desculpou


CURITIBA. A ministra do Turismo, Marta Suplicy, afirmou ontem, em Curitiba, que o apagão aéreo não afetou o fluxo de turistas, e que o problema nos aeroportos caminha para “um período de quietude”. Ela não escapou de dar explicações sobre a sugestão para o brasileiro “relaxar e gozar”.

— Já pedi desculpas e vou responder com muito trabalho.

Marta citou dados do Banco Central para mostrar que o setor manteve o vigor: as divisas com o turismo tiveram alta de 12,8% em abril, sobre o mesmo período de 2006. Ela própria se disse surpresa com esses números Marta acrescentou que existe um projeto para o aeroporto de Cumbica (SP) para que haja, nos moldes de Salvador, um serviço de recepção dos turistas. Segundo ela, isso poderia amenizar os transtornos causados pelos atrasos nos aeroportos.

(Ana Paula de Carvalho, especial para o GLOBO)

'Se os ricos não abrirem a agricultura, não tem negócio'


Presidente Lula reafirma posição brasileira nas negociações da Rodada Doha

Leonencio Nossa e Leonardo Goy

Às vésperas de uma viagem para discutir com dirigentes europeus o impasse nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou que o Brasil não recua da posição assumida na semana passada, na Alemanha, de só falar de redução de tarifas de importação de bens industriais se os Estados Unidos e a União Européia diminuírem os subsídios da agricultura.

'Não podemos trabalhar com eles no século 21 como se trabalhou no século 20', disse ele, no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário, no Palácio do Planalto. 'Devem compreender que os países emergentes precisam ter a oportunidade de disputar com eles', ressaltou. 'Não tem acordo.'

Foi a primeira manifestação pública de Lula desde o fracasso da reunião da OMC em Potsdam, Alemanha. Durante o encontro, Brasil e Índia não concordaram em reduzir em 50% suas tarifas de importação de bens industriais. Os Estados Unidos e os países europeus criticaram a posição dos dois emergentes de se retirar das negociações.

Lula disse que, 'no fundo', os países ricos queriam abrir o mercado de bens dos emergentes sem aceitar a abertura do mercado agrícola, setor em que as nações em desenvolvimento são mais competitivas. 'Então, não tem negócio', afirmou.

O presidente relatou que, numa conversa na sexta-feira passada por telefone, o então primeiro-ministro britânico, Tony Blair, tentou convencê-lo a aceitar os termos do acordo propostos por americanos e europeus.

'O Tony Blair me ligou ponderando que, se o Brasil não aceitasse o coeficiente que eles iam propor para a indústria, não tinha acordo', contou. 'Eu falei: então não tem acordo, porque, mais uma vez, vocês querem que os países emergentes, os países pobres, abram as suas porteiras e vocês lacrem as de vocês.'

Lula também relatou que, na conversa com Blair, disse que aceitaria viajar para qualquer lugar para discutir a retomada das negociações. A visita de Lula a Portugal, na próxima quarta-feira, inclui encontros com a chanceler alemã, Angela Merkel, o chefe de governo da Espanha, José Luiz Zapatero, e o presidente de Portugal, Cavaco Silva. 'Mas, se eles não abrirem a agricultura, não tem mais conversa', avisou. A platéia, formada por representantes do agronegócio, aplaudiu.

PRESSÃO

Lula lembrou que os Estados Unidos queriam aumentar de US$ 15 bilhões para US$ 17 bilhões o limite de subsídios aos agricultores e o Brasil queria que esse limite ficasse em US$ 12 bilhões. Ele reclamou ainda da pressão dos países ricos para que os emergentes, como Brasil e Índia, abrissem seus mercados para produtos industrializados. Leia mais no jornal O Estado de São Paulo (para assinantes)


quinta-feira, 28 de junho de 2007

TURISMO REGISTRA MELHOR ABRIL DA HISTÓRIA

Gastos de turistas estrangeiros atingiram US$ 388 milhões no mês; acumulado do ano aponta para receita anual recorde

De acordo com dados divulgados pelo Banco Central (BC), US$ 388 milhões ingressaram na economia do País, em abril deste ano, por meio do gasto de turistas estrangeiros. A cifra é 12,88% superior à registrada no mesmo período do ano passado (US$ 344 mi) e dá ao mês o título de melhor abril de toda a série histórica da receita cambial turística brasileira.

Para a ministra do Turismo, Marta Suplicy, “o desempenho de abril confirma a consistência do fluxo turístico internacional no Brasil, além de indicar a qualificação do turista estrangeiro, que gasta mais e permanece mais tempo no País”.

Já no acumulado dos quatro primeiros meses do ano, a receita totaliza US$ 1.720 bilhão, 10,37% a mais que no mesmo quadrimestre de 2006 (US$ 1.559 bi). O ritmo mensal de ingresso de dólares tem apontado para uma receita anual em torno de US$ 4,8 bilhões – o que poderá converter 2007 no melhor ano da história do turismo ao ultrapassar os US$ 4,316 bilhões registrados em 2006.

as trocas cambiais oficiais e gastos em cartões de crédito internacional
. Fonte Ministério do Turismo

deputado Roberto Felicio escreve à Folha

Ao Painel do Leitor

Folha de São Paulo

Senhor editor,

Em sua coluna de 27 de junho (A escola Marta/Maluf), Clóvis Rossi extrapolou.

É lamentável que o articulista utilize o espaço de que dispõe na Folha não para fazer uma análise isenta sobre a situação atual do país e sim como instrumento de disputa eleitoral antecipada, a serviço de um determinado projeto político recentemente rejeitado pela maioria do povo brasileiro.

Atenciosamente,

Roberto Felício

Deputado Estadual

Vice-líder da Bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo

Lazy, hazy days for lucky Lula

The Economist tenta explicar o que para muitos parece difficil de entender: Lula tem o apoio do povo.


Leia a seguir as conclusões do artigo da revista inglesa

(...)

Brazilians often gripe that their politicians, ensconced in Brasília, live in pampered isolation from everyday realities. Yet perhaps it is the newspapers, for all the polished competence of their investigations, which are living in a bubble. They are read by the few: Folha de São Paulo, the biggest-selling daily, shifts only 300,000 copies in a country of 190m people. Meanwhile, the average Brazilian is rather content, less interested in the television news than the soap opera that follows it. Scandals notwithstanding, the president is hugely popular. In São Paulo's gritty periphery “everyone loves Lula,” says Afonso Gonçalves, who owns a small supermarket in the suburb of São Bernardo, where the president was once a trade-union leader. “He focused on the poor. He's the people's president.”

It is not hard to spot the reasons for the public mood. In many ways, Brazil is doing better than it has for a generation. Inflation is low and economic growth is steadily rising. Aloizio Mercadante, who chairs the Senate's economic-affairs committee, reels off many other positive numbers: the current account is in surplus; the fall in the public debt is ahead of target; the Central Bank's benchmark interest rate has fallen from 27.6% in 2002 to 12% today; total wages in the economy have grown by 8% over the past year; investment is up 7% over the same period; and consumption has risen for 15 consecutive quarters. Leia aqui na integra o artigo do The Economist

Resposta de Clóvis Rossi a Luis Favre e réplica

Resposta do jornalista Clóvis Rossi - "O companheiro de Marta Suplicy tenta confundir o público. Reconhecer um erro de informação é uma coisa. Opinião é outra completamente diferente. Eu dei a minha. Mantenho-a."

Está foi a resposta de Clóvis Rossi a minha carta (ver embaixo).

A resposta é uma tentativa burda de fugir do ponto.

A opinião de Clóvis é formulada a partir do que?

Não de uma informação, ou de uma opinião da Marta. Não!

Clóvis se apega a uma frase infeliz que a própria Marta publicamente renegou para tentar colar Marta Suplicy a Maluf e ambos ao pai de um dos facínoras do Rio que agrediu uma pessoa brutalmente.

No exemplo que formulei na minha correspondência procurei mostrar que se um jornal, no caso a Folha, pode errar e acusar, o que é gravíssimo, uma figura pública de superfaturamento e reconhecendo depois o erro, devemos aceitar suas desculpas; por que uma frase espontânea imediatamente corrigida, com desculpas públicas, não recebe o mesmo tratamento?

Por que a autocrítica vale para Folha e não para Marta?

Clóvis Rossi se esconde por trás do direito de ter opinião. Mas as opiniões de Clóvis Rossi também estão sujeitas à decência, à mesura e equilibro que se aguarda de um jornalista ou de qualquer pessoa que procura debater idéias e não veicular preconceitos, insultos e inacreditáveis exageros. Ou é "guerra suja" e vale tudo?

Luis Favre

Quarta-feira, 27 de Junho de 2007

Carta enviada a Folha de São Paulo em resposta a Clovis Rossi

Um dos grandes fatos da história da Folha aconteceu durante a administração Marta Suplicy em São Paulo.

O jornal publicou em sua primeira página que Marta tinha superfaturado a compra de palmeiras para a revitalização da Av. Faria Lima e, dois dias depois, no mesmo espaço e com igual destaque, reconheceu e se desculpou por ter errado.

O erro, grave, que atingiu eticamente a figura da então prefeita da cidade, havia escapado dos diferentes controles que o jornal possui. Tanto o autor, como seu editor, assim como o responsável do jornal, não tinham visto nada.

Mas a Folha teve a coragem e a honestidade de pedir desculpas pela falha, saindo engrandecida deste triste episódio.

Clovis Rossi era, na época, e ainda é hoje, membro do Conselho Editorial da Folha. Ele sabe, portanto, que esse tipo de erro pode destruir a reputação de um jornal, mas sabe também que ao reconhecê-lo a publicação ganha enorme credibilidade. Ele sabe, igualmente, que, na vida de um jornal, falhas desse tipo são inevitáveis.

Ninguém, em seu juízo perfeito, admitiria que a Folha, por esse erro, pudesse ser comparada ao Ministro de Hitler, Göering, para quem uma mentira repetida varias vezes se transformava em verdade; ainda mais depois de a Folha ter reconhecido o erro publicamente. Ninguém igualmente aceitaria que se acusasse a Folha de nefasta e estupradora da verdade.

Clovis Rossi tem um passado respeitado como jornalista, e este passado evidentemente admite erros; porem não me consta que ele seja de cometer canalhices. Seu artigo de hoje contra a Ministra Marta é um insulto à sua própria historia.

Será que ele, assim como a Folha no episódio das palmeiras da Faria Lima ou como Marta em sua frase infeliz, saberá pedir desculpas?

Luis Favre

Turismo e franquia na pauta dos Estados Unidos

Representante do governo americano se reúne com ministros brasileiros e participa da feira da ABF. O governo dos Estados Unidos quer elevar a posição do Brasil no ranking de países que mais enviam turistas a seu território. O objetivo é fazer com que o País volte aos níveis de 1997, quando era o quinto colocado, com cerca de 940 mil turistas. Quando? "Amanhã", brinca a sub-secretária de Comércio dos Estados Unidos para serviços e turismo, Ana Guevara. "Estamos trabalhando para isso".

No ano passado, o número de brasileiros que desembarcaram nos EUA cresceu 8%, para cerca de 500 mil, deixando o País na décima colocação. A queda no fluxo de turistas - não só brasileiros - foi motivada, segundo Ana, pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, que levaram o país a adotar medidas mais rigorosas de segurança e para emissão de vistos. "O governo dos Estados Unidos tem plena consciência disso e tem trabalhado com os Departamentos de Estado, de Comércio e de Segurança para melhorar a situação."

Os EUA fizeram uma relação dos países com maior dificuldade em obter vistos. Escolheu o Brasil para adotar procedimentos que tornam mais ágeis as emissões de vistos. Desde 2006, foi reduzido de 100 para 60 dias o tempo de espera para a entrevista com a autoridade norte-americana, que faz parte do procedimento. "Para a renovação o tempo é de apenas dois dias. Conseguimos elevar o número de procedimentos de 100 para 300 por dia."

O consulado norte-americano em São Paulo quase dobrou o número de vistos emitidos diariamente. "De 800 vistos por dia chegamos em alguns casos a 1.400", diz Ana. Alguns programas especiais foram adotados para facilitar e agilizar a emissão do visto. Um deles foi uma parceria com a Câmara Americana de Comércio (Amcham) que, em caso de vistos corporativos, ajuda o interessado na parte administrativa, como no preenchimento de formulários, e na checagem de dados, por exemplo.

Em visita ao Brasil até 5 de julho, Ana discutirá temas que dizem respeito a áreas do Diálogo Comercial Brasil-EUA, iniciado em junho de 2006 pelo então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e o secretário de Comércio dos EUA, Carlos Gutierrez.

Ontem, a portas fechadas, reuniu-se com representantes de companhias aéreas dos Estados Unidos que já operam ou têm interesse em operar no País - cujos nomes não foram divulgados - e com a ministra do Turismo, Marta Suplicy.

Segundo Ana, o objetivo da reunião foi verificar se há interesse das empresas em aumentar o número de vôos para o Brasil (principalmente Nordeste e Brasília). O único empecilho jurídico existente hoje para o aumento é, segundo Ana, o acordo bilateral entre Brasil e EUA, que, entre outras coisas, estabelece que para cada vôo que entra no País tendo como origem os Estados Unidos, um deve fazer o caminho inverso. "São necessárias outras considerações por parte das empresas aéreas para saber se essas rotas fazem sentido em termos de negócio".

Segundo Ana, nova reunião será realizada nos Estados Unidos entre as empresas e os departamentos de Estado e de Turismo do país para discutir se existe interesse de conversar com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre uma flexibilização no acordo ou mesmo a adoção de novo pacto.

Hoje, operam no Brasil quatro companhias: American Air Lines, Delta, United e Continental, em um total de 105 freqüências semanais ao Brasil.

Franquias

Ana veio ao Brasil chefiando delegação de nove franquias norte-americanas, para participar da ABF Franchising Expo 2007, que acontece até sábado, em São Paulo. "No Diálogo Comercial estamos procurando meios de facilitar a entrada de franquias brasileiras nos Estados Unidos e de franquias americanas no Brasil", diz.

Durante a feira, juntamente com o ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Ana participará da cerimônia de assinatura de um memorando de entendimento entre as entidades representativas dos dois países.

Fundos de investimentos

Segundo Ana, em setembro ela volta ao Brasil junto com 30 representantes dos maiores fundos de pensão dos Estados Unidos. "Eles passarão uma semana aprendendo sobre oportunidades de investimento em capital de risco e private equity." kicker: Ana Guevara tem expectativa de ampliar número de operadoras e de vôos entre os dois países e de atrair mais turistas brasileiros (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 8)(Valéria Serpa Leite)

Aberto Festival de Turismo de Foz do Iguaçu

Com 1.200 inscritos contra 800 no ano passado, foi aberto na noite desta quarta-feira (27/06) o 2o Festival de Turismo de Foz do Iguaçu. A expectativa dos organizadores é que 1.500 pessoas visitem os estandes nos três dias de realização da feira. Durante a festa de lançamento, realizada no Hotel Bourbon Cataratas, a ministra do Turismo, Marta Suplicy, anunciou que ainda este ano está prevista a liberação de R$43 milhões para o Paraná: "De 2003 a 2007 foram investidos R$55 milhões", comparou ela. Segundo Marta, dessa verba anterior, 90% foi destinado a Foz do Iguaçu.

A ministra informou que, por ano, de 800 mil a 1 milhão de pessoas visitam as cataratas: "Passa por Foz o equivalente à população de Guarulhos. Digo Guarulhos porque é a segunda cidade paulista mais populosa", exclamou Marta, que sobrevôou o Parque Nacional do Iguaçu por uma hora na tarde de hoje. "Dá orglho de ser brasileira quando vemos belezas naturais como esta. O turismo do século 21 é o ecológico e nós mal começamos a trabalhá-lo", comentou.
Marta Suplicy destacou que está sendo estudada junto com a Japan Airlines e a Korean Airlines a operação de vôos da Ásia direto para Foz do Iguaçu: "Queremos aproveitar as comemorações pelos 100 anos de imigração japonesa, em Maringá e Rolândia, e trazer ainda mais asiáticos para cá". De acordo com a ministra, houve um aumento de 75% de turistas japoneses no Brasil nos últimos anos e, por isso, deverá ser mantido o Escritório de Promoção Turística do Mercosul no Japão. "Com base em pesquisas realizadas pelo MTur, no imaginário do japonês quando se fala em turismo estão belezas naturais, pássaros, música e futebol, tudo isso nós temos", complementou.

A ministra, que estava ao lado de representantes dos setores público e privado, além de autoridades do trade turístico, falou ainda sobre a importância do mercado chinês para o Brasil: "Haverá 50 milhões de turistas chineses em 2020 e 100 milhões em 2050, precisamos urgentemente de um escritório de turismo nesse país", lembrou Marta, que disse já estar negociando com a Argentina uma parceria nesse sentido.

Os Estados Unidos também não ficaram de fora do discurso da ministra sobre as oportunidades para o mercado turístico brasileiro: "Depois da Argentina e antes de Portugal, os EUA são o segundo país que mais enviam turistas para o Brasil. Quarenta e três milhões de americanos falam espanhol. Caribe e México são os destinos preferidos, mas a partir do ano que vem para um americano entrar nas ilhas caribenhas será preciso passaporte, antes bastava a identidade. Ele já vai estar documentado. Basta vir."

Dos 65 roteiros prioritários anunciados no Plano Nacional de Turismo 2007-2010, seis cidades do Paraná serão contempladas: Curitiba, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Paranaguá, Morretes e Guaraqueçaba.

Após o lançamento do Festival, foram realizadas palestras com Paulo Gaudenzi, ex-secretário de Turismo da Bahia, sobre o processo de regionalização do turismo integrado, e com Raimundo Peres, diretor de Marketing da Secretaria de Turismo de Foz do Iguaçu, sobre estratégias de marketing para o processo de regionalização do turismo da região sul. A abertura oficial da exposição acontece amanhã (28/06) às 14h.

Fonte Mercado & Eventos

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Vereador José Americo responde a Clovis Rossi

Ao Painel do leitor da Folha de São Paulo

O artigo de Fernando de Barros e Silva, publicado no dia 25 de junho, na Folha, em defesa da Ministra Marta Suplicy, diante do verdadeiro linchamento a que ela está sendo submetida em decorrência de uma frase infeliz, teve um duplo mérito.

Por um lado, o de ter destacado a história de Marta e mostrar o absurdo que é tentar jogar esta história no lixo, simplesmente devido a uma frase impensada que, por sinal, foi imediatamente seguida de reiterados pedidos de desculpa.

O artigo de Fernando de Barros e Silva tem, entretanto, um outro mérito. Que é o de mostrar a verdadeira intenção daqueles que, como o colunista Clovis Rossi, na edição da Folha do dia 27 de junho, ou Alexandre Garcia, em seus comentários na TV Globo, utilizam o espaço jornalístico que possuem como instrumento de perseguição política, através do surrado método da manipulação.

O ditador soviético Stalin agia assim para caluniar, linchar moralmente e justificar o assassinato de seus oponentes. Um erro, uma frase infeliz, um desvio na juventude ou uma posição divergente no passado -- tudo servia como pretexto. As vitimas deviam fazer autocrítica e autoflagelar-se publicamente, o que não garantia nenhum perdão. Nos processos, fazia-se a mistura de fatos e pessoas que não tinham nada em comum - comunistas e fascistas, espiões e mafiosos – com a finalidade de manchar e destruir reputações e pessoas.

Em sua coluna, Clovis Rossi se vale do mesmo método, sem o poder que tinha Stalin, graças a Deus.

Da mesma forma que Alexandre Garcia fez a absurda comparação entre o nazista Adolf Hitler e Marta Suplicy, Rossi compara Marta com o pai de um daqueles fascínoras que espancou uma empregada doméstica no Rio e que agora tenta justificar a atitude do filho.

O artigo de Fernando de Barros, que também é editor da Folha, foi uma resposta antecipada aos comentários absurdos e irresponsáveis de seu colega de jornal.

José Américo Dias
Vereador de São Paulo

Gabinete na Câmara Municipal: Viaduto Jacareí, 100 – 4° andar – sala 404 Fones: 3396-4851 / 4409

Jornal do Turismo entrevista Marta Suplicy

As últimas declarações da ministra do Turismo, Marta Suplicy, que ganharam grande repercussão são provas irrefutáveis de que a imprensa peca ao tentar cristalizar uma frase, isolando-a de um contexto mais abrangente. Ou seja, em nome de interesses políticos, ofuscou-se a grandiosidade do trabalho do Ministério do Turismo junto ao trade e, principalmente, ao povo brasileiro.

O Plano Nacional de Turismo (PNT) está dando continuidade à gestão anterior de Walfrido dos Mares Guia e aponta para um futuro de desenvolvimento econômico no País, através do turismo. Nesta entrevista ao jornalista Cláudio Magnavita, Marta disse ao que veio, como ministra, estrategista, ex-prefeita de São Paulo e mulher.

Cláudio Magnavita - Ministra, a sua gestão tem recebido o apoio das principais entidades representativas do setor turístico brasileiro. Como foi descobrir esse mundo mágico do turismo? Como tem sido sua experiência como ministra?

Marta Suplicy - O apoio de todo o trade turístico ao PNT foi uma descoberta. Revelou a força que o turismo tem - apesar de não termos a mesma pujança de outros países. Afinal, já competimos com a indústria automobilística.

CM - O lançamento do PNT contou com oito governadores de Estado, de deputados, senadores e do próprio presidente da República. Isso é um grande ato, para uma atividade que até então era praticamente desconhecida do grande público...

MS - Aos poucos, tenho percebido que o turismo é a área que mais gera emprego rapidamente. E isso vai desde as pessoas mais qualificadas até as mais humildes. Para o jovem, por exemplo, há muito campo, e com mobilidade social: ele começa a trabalhar num restaurante e, depois de 20 anos atuando nesse segmento, pode, qualificado, abrir um empreendimento próprio. A idéia do Plano Nacional de Turismo 2007-2010 é a da inclusão social. Por isso chamamos de uma “Viagem de inclusão”. Há 40 meses consecutivos o consumo aumenta no Brasil. Temos hoje uma venda espetacular de celulares. Três milhões de pessoas já tem o aparelho. Isso tudo sem contar o aumento de brasileiros que estão comprando automóveis. Nosso povo está consumindo, sim. Quem nunca teve acesso a um avião está se locomovendo nele. Esse mercado é novo para o turismo: muitas dessas pessoas nunca pensaram que poderiam usufruir do turismo com a sua família; conhecer uma bela praia do Nordeste; Ouro Preto; Brasília; mergulhar em Bonito; conhecer a Chapada dos Veadeiros ou o Pantanal. É uma coisa que ainda não deslanchou, porque o pessoal está ainda partindo para os bens de consumo. Mas na hora que o brasileiro perceber que vamos ter pacotes de R$ 500 a R$ 600, com pagamentos mensais de R$50, é pé na estrada e no avião.

CM - O crédito consignado pode beneficiar o público da terceira idade, que é fundamental para o desenvolvimento do turismo?

MS - Estamos falando de um público que pode consumir um pouco mais. O estudante, a classe média e o aposentado são públicos potenciais. Começamos pelo aposentado, porque ele construiu este País. Deve ter mais direitos entre todos nós. Através do crédito consignado, a agência de viagem faz o pacote que não onera em nada para o cidadão: o dinheiro do crédito vai direto para a operadora. Conseguimos isso através de uma portaria rápida do ministro da Previdência, o (Luis) Marinho. Ou seja, o dinheiro sai direto do INSS para a conta da operadora. Então, não há problemas de não recebimento por parte da operadora. A Caixa Econômica e Banco do Brasil, com juros abaixo de 1%, também permitiram a baixa do valor do pacote. Agora, as agências estão todas muito envolvidas em fazer um negócio diferenciado para o aposentado de 60, 70 e 80 anos.

CM -As pessoas podem viajar inclusive nos períodos de baixa estação?

MS - Com o projeto, ajuda-se o aposentado a viajar em pacotes mais acessíveis. O hotel do empreendedor permanece em atividade, e cheio, durante todo o ano. Isso alguns países já fazem de forma mais contundente que nós. Na Espanha, por exemplo, há quatro meses de grande estação. Depois, quando os hotéis ficavam vazios, as pessoas eram despedidas porque não tinham como manter toda a estrutura. O governo espanhol fez a conta, no sentido de avaliar se era mais proveitoso pagar seguros-desemprego para essas pessoas ou avalizar pacotes subsidiados para que o povo pudesse viajar em época de baixa estação, e manter os empregos. Eles resolveram que era mais barato. No Brasil, acreditamos no crédito consignado para aposentados na baixa estação, de sete a oito dias, em roteiros rodoviários ou aéreos - baratos ou um pouco mais caros, (respectivamente). Isso gerará um impacto muito bom para a economia. Num outro dia você me perguntou “onde começa essa história com os aposentados”? O Ministério quer participar da capacitação e do treinamento junto às agências, que também estarão recebendo pessoas que nunca entraram lá, e que podem ficar desconfiadas por serem agências muito elegantes. Mas é para entrar mesmo, porque ali estarão profissionais treinados que os atenderão com todo o carinho e respeito, mostrando os melhores pacotes para o idoso. Para treinar e organizar os pacotes, começamos com o Estado de São Paulo, que mais envia viajantes no Brasil e tem o maior número de aposentados. Brasília será o nosso segundo foco porque queremos que a região Centro-Oeste se torne um centro de viagens, que o Brasil se expanda também naquela direção. Todos irão viajar, prioritariamente, para o Nordeste: lugar onde mais se precisa de renda e emprego. Distribuição de renda, diminuição de desigualdades regionais e empregabilidade são as principais orientações do presidente Lula para o turismo - principalmente para o Nordeste. Estive em Cabrália e Porto Seguro – no evento da tocha olímpica dos Jogos Pan-Americanos -, e o pessoal estava preocupado com a baixa freqüência. Isso é muito ruim para um lugar tão bonito, em que o idoso poderia ir. É um privilégio desfrutar daquela praia agradável e da nossa gastronomia. Isso tudo agora será mais acessível.

CM - Gostaria de falar da responsabilidade de estar num ministério criado por iniciativa pessoal do presidente Lula, e de a senhora ter sucedido o Walfrido dos Mares Guia. O sucesso de uma gestão está na equipe, parcialmente preservada, somada ao que a senhora trouxe de novos talentos para o Ministério?

MS - O ministro Walfrido foi uma sorte. Entrou num Ministério novo, chamando, com muita sensibilidade, as pessoas que trabalhavam na área. Foi através dos secretários de turismo dos governos, dos municípios e de todo trade, que se criou o Conselho Nacional de Turismo (CNT), com mais de 60 cadeiras representativas: todos pensando num plano para 2003-2007. Esse plano resultou num planejamento de marketing muito importante para o turismo. Agora, que estou entrando nesse setor, vejo como os países que têm o turismo desenvolvido trabalham. Eles não brincam em serviço: gastam fortunas em marketing. Dubai, que há quatro anos recebia menos de dois milhões de visitantes, hoje passou o Brasil. Tem uma propaganda gigantesca, linhas aéreas. O retorno do investimento em turismo é muito lucrativo e fabuloso. É uma atividade muito rápida: se o Produto Interno Bruto cresce a 3%, o turismo vai a 5, 6%. Se tem 4%, o turismo chega a 7, 8%. É uma área que requer investimento. Essa pesquisa encomendada pelo Mares Guia, possibilitando criar um novo Plano para 2007-2010, tornará o Ministério ainda mais profissional. Não temos 'achômetro', mas, sim, pesquisas. Por exemplo, no exterior, temos o Plano Aquarela, que revela os países em que mais devemos investir em propaganda. Argentinos, americanos, portugueses, italianos e alemães são os que mais visitam o Brasil. Vamos investir nosso plano de marketing na Argentina, nos Estados Unidos, em Portugal (com menos força) – já que de lá vêm 400 mil turistas. Temos um teto. Vamos manter nossas relações: agora, a TAP está realizando cinco vôos novos entre Lisboa e Brasília. Cinco para o Galeão, e outros três para São Paulo – totalizando quase 60 vôos de freqüência. É um ótimo mercado. Vamos agora para os ingleses e alemães, onde nunca investimos.

CM - A então prefeita de São Paulo, que introduziu o Eduardo Sanovicz na administração do Anhembi Eventos, agora o vê, com seu trabalho refletido em âmbito nacional, no Ministério. Conte-me um pouco dessa história.

MS - O Eduardo Sanovicz foi muito bom para o Anhembi. Colocou-o de pé, reformou-o em grande parte, e o fez sair do vermelho, gerando lucro. Ele foi convidado pelo Mares Guia para assumir a Embratur. Reorganizou toda a empresa de uma forma muito experiente. A Jeanine (Pires, atual presidente da Embratur) é um dos tesouros que ficaram. Tem muita experiência, é jovem e dinâmica. Fiquei contente de o Mares Guia não a ter levado, já que ela é de turismo, e ficou no Ministério. Nossa atual equipe não pode se esquecer do mercado interno. Se temos cinco milhões de pessoas que vêm visitar o Brasil - queremos aumentar -, temos também 50 milhões de brasileiros que viajam por aqui. Essa é a força da hotelaria e do turismo interno, que gera empregos e divisas. Isso atrai também pessoas de fora, que podem usufruir de uma rede hoteleira consolidada.

CM - O Márcio Favilla, que era o secretário Executivo do Ministério, pediu para lhe falar sobre a Secretaria Executiva e a própria estrutura do Ministério. Ele teve uma conversa de quase três horas com a senhora, e saiu do seu gabinete encantado com a sensação de que o trabalho teria continuidade. Essa é uma marca da Marta Suplicy, da época em que era apresentadora de TV - de não pré-conceitualizar, antes de tomar uma decisão correta?

MS - Temos de ter a humildade de saber que estamos entrando numa área que não entendemos. O Mares Guia escolheu as pessoas mais indicadas: o Sanovicz, que estava no Anhembi, o (Milton) Zuanazzi, que também é um homem do turismo. Chamou todo o trade e disse: “vamos trabalhar juntos”. Eu também chamei as pessoas corretas para conversar. O próprio ex-ministro também me pôs muito a par dos acontecimentos. A partir disso, você começa a ler, estudar e ouvir mais atentamente. Como ex-prefeita de São Paulo, tive a sensação de como o turismo teve um impacto. Tivemos aqui a Octad, maior evento da ONU. Foi difícil conseguir: a ONU tem exigências de segurança e espaço para realizar o seu evento, que são o “top do top”. Conseguir trazer esse tipo de evento para São Paulo e realizá-lo de forma exitosa foi importante para nós.

CM - É interessante o apartidarismo do setor turístico. A senhora esteve agora há pouco reunida com o prefeito de SP, o Gilberto Kassab...

MS - Como ministra, não tenho problemas com os organismos que tenho de trabalhar. A cidade de São Paulo tem mais números de eventos e recebe e emite mais turistas no Brasil. Na área de lazer, o Rio é mais significativo. Mas, se somarmos lazer e bussines em SP, essa cidade realmente 'chama' mais visitantes. A prefeitura é o coração disso tudo. Propomos a ele transformar o Campo de Marte num novo Anhembi, em comparação à Feira de Milão. Vamos investir no Anhembi também. Ele ficou encantado com a idéia de uma rodoviária na Zona Leste. O turismo que essa região tem simpatia é o de um dia, como o de visitações à Aparecida do Norte, por exemplo.

CM - A cidade de São Paulo é metropolitana. Tem uma dimensão geográfica estrondosa. Só que a política pau-istana se manifesta de maneira muito pequena. O que falta para mudar a cabeça dessas pessoas, no sentido de se pensar a cidade como ela realmente merece?

MS - As pessoas que moram em São Paulo têm consciência da importância da cidade. Quem está aqui pensa sempre a partir de uma perspectiva de metrópole cosmopolita. Nada aqui é pequeno. Conseguimos exercer impacto quando fizemos um bilhete único ou um CEU. Governar São Paulo é um desafio gigantesco. Voltar para cá é uma emoção boa. Agora o palácio do Anhangabaú é um orgulho. Vieram um pouco as lembranças difíceis de se lembrar: as decisões difíceis da prefeitura.

CM - Gostaria de mergulhar agora na sua experiência de mãe, mulher, gestora, no momento em que o turismo está sob gestão feminina no Senado, na Câmara, na Embratur, no Ministério e agora, que a Organização Mundial do Turismo terá a mulher no centro do debate de sua reunião.

MS - É uma coincidência feliz. O século 21 é o das mulheres. Podemos ter uma presidente na Argentina. No Chile, temos a Michele Bachellet. A Angela Merkel está fazendo um trabalho extraordinário na Alemanha. As mulheres aos poucos estão chegando lá. O Brasil é um país com muitos paradoxos nesse sentido, e eu estou feliz com o Ministério do Turismo.

CM - O seu nome poderia ser o escolhido para comandar o Brasil?

MS- Ainda é muito cedo para falar sobre isso e e eu estou feliz com o Ministério do Turismo.

CM - Recentemente, a imprensa congelou uma frase da senhora, utilizando-se politicamente de um tema, ofuscando o teor do próprio PNT. As entidades do setor se solidarizaram, pedindo que os jornais voltassem seus holofotes para o Plano. Como a senhora avalia esse episódio?

MS - A frase foi no sentido de que as pessoas não desistissem de viajar. É realmente como um parto: todos sofrem no aeroporto, mas depois tem a alegria imensa de viajar. Infelizmente a frase se transformou em tudo o que não quis dizer. Fiquei triste porque foi um dia de muita importância para o Ministério do Turismo. Mas o Plano para 2007-2010 acabou sendo pouco falado. É uma “Viagem de Inclusão”, para criar mais de 1 milhão e 700 mil empregos, com metas de divisas para o Brasil. Serão 65 regiões a serem consideradas como modelos de nosso desenvolvimento turístico. Temos muito mais que 65 - mas não temos recursos para investir em mais que isso, num primeiro momento. Depois, vêm os planos de agregar os estudantes, o trabalhador e o aposentado, para que possam conhecer o Brasil. O estudante só vê o País pelos livros ou pela TV. O presidente falou que Villa-Lobos ganhou de seu pai uma biblioteca grandiosa, mas ele preferiu vendê-la para percorrer o Brasil. Estendeu a viagem, influenciando enormemente a sua vida e composição musical. O estudante que viaja tem a janela aberta para o mundo. É um vivenciamento que muda a cabeça das pessoas.

CM - Alguns jornais foram refratários a uma agenda positiva. O trade se mobilizou para divulgar seu apoio a senhora, através de um comunicado público. O que a senhora sentiu ao perceber essa manifestação pública de apoio, em diferentes entidades do turismo?

MS - Senti que sou do mesmo time. Foi uma união, com uma solidariedade muito grande, de pessoas que estão na mesma equipe, dispostas a fazer com que o Ministério do Turismo cresça junto com o Brasil, levando o nome do nosso País a um patamar tão belo quanto sua beleza.

Cláudio Magnavita / JT

Palocci, depois da tempestade


Por Anselmo Massad [27/6/2007] Revista Fórum

Durante todo o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o principal e mais constante tema de críticas por parte da Fórum foi a política econômica adotada pelo governo federal durante o primeiro mandato do petista. Longe de estar isolada na análise, a defesa de ações voltadas a um crescimento econômico mais intenso era o centro das cobranças direcionadas ao então ministro da Fazenda Antonio Palocci.

Depois de sua queda da pasta econômica do governo federal em meio à crise política de 2005/2006 e da eleição, Palocci compilou sua versão da passagem pelo poder no livro Sobre formigas e cigarras (editora Objetiva), nas livrarias desde março.

Por alegação de dificuldades de agenda, a entrevista solicitada foi sendo adiada a partir de então, até que o agora deputado federal propôs respostas por e-mail. Fórum aceitou condicionando a publicação à consistência das respostas às 14 perguntas, o que de fato ocorreu. Confira a íntegra.

FÓRUM – No livro, o senhor usa a expressão “tiro de canhão” de dentro do governo para definir as declarações da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, em entrevista a O Estado de S.Paulo na qual ela qualificou como “rudimentar” a proposta de déficit nominal zero. A impressão, na leitura do livro, é de que se trata da única demonstração de ressentimento com a postura de algum membro do primeiro escalão do governo. Essa impressão é correta?

ANTONIO PALOCCI – Não, definitivamente. A ministra Dilma utilizou a palavra “rudimentar” naquela oportunidade porque o ministro Paulo Bernardo havia apresentado um estudo muito preliminar sobre perspectivas fiscais. Quando usou a palavra “rudimentar” a entrevista pareceu agressiva. Mas para quem conhece a ministra Dilma sabe que ela, muitas vezes, utiliza palavras fortes como instrumento de debate e não como agressão. De minha parte a polêmica nunca foi motivo de ressentimento. Nem nesse caso, nem em tantos outros. Seria ingenuidade pensar que faríamos uma política econômica de duro ajuste sem debates. Isso nunca me passou pela cabeça. Por isso sempre lidei com compreensão nas polêmicas com o PT ou no caso do debate com a ministra Dilma. Mas o fato é que naquele momento a entrevista provocou uma grande polêmica, na medida em que vivíamos uma crise política de grandes proporções. Foi isso que procurei caracterizar no livro. Mas ressentimento não, de nenhuma forma.

FÓRUM – Além desse caso, o senhor se ressente de outras personalidades do governo ou do partido em algum momento de sua passagem pela Esplanada dos Ministérios?

PALOCCI – No livro eu procurei demonstrar – e não sei se consegui – que considerava natural a reação do PT à política econômica. Afinal, um partido criado no movimento social e sindical, chegar ao governo e ter que, como obrigação primeira, debelar uma grave crise econômica é, de fato, uma tarefa ingrata. Por isso sempre compreendi as razões do PT ou de membros do governo. Mas ao mesmo tempo tinha absoluta convicção de que, se não enfrentássemos a crise econômica com rigor, o primeiro governo do presidente Lula iria desandar com a certeza da volta da inflação. O que ajudou foi o fato de que Lula tinha total clareza disso. Nossa aposta, mesmo nos momentos de maior pressão, que não foram poucos, era que os resultados iriam compensar o esforço e o capital político empreendido naquele momento. Ou seja, se após o esforço, viesse crescimento, geração de empregos, recursos para os programas sociais e inflação baixa, com melhora da renda, então as duras medidas se justificariam no tempo. E felizmente os resultados estão aí, mostrando que o governo acertou ao apostar num ajuste do tamanho que era necessário. As eleições de 2006 mostraram que o povo compreendeu isso perfeitamente, mais do que muitos imaginavam. Agora é hora de colher os frutos, pois o Brasil está diante de uma oportunidade econômica e social extraordinária.

FÓRUM – Setores do PT acusaram-no de encampar teses neoliberais. Como o senhor reagiu a essas acusações? Em outras palavras, sua atuação na Fazenda foi contraditória com seu histórico de militância?

PALOCCI – Desde aquele período e até hoje tenho conversado pacientemente com esses colegas do PT. Principalmente porque acredito que suas críticas são fruto de boa-fé e não de agressões gratuitas. Um aspecto fundamental que diferenciou nossa gestão econômica das chamadas práticas neoliberais foi que, desde o início, trabalhamos na construção de um processo de recuperação econômica inclusivo. Já em 2003, no meio da crise, começamos a elaborar os instrumentos iniciais de inclusão, como a facilitação da bancarização das pessoas pobres, eliminando taxas nas contas simplificadas, com o crédito consignado, que permitiu aos trabalhadores acesso a taxas de juros menores que a metade do que pagavam antes e a construção da unificação dos programas de transferência de renda no Bolsa Família. Quem quiser chamar isso de neoliberal que o faça. Mas o tempo tem mostrado uma profunda transformação social do Brasil a partir da combinação da estabilidade econômica e das políticas de inclusão. Considero que a política econômica socialmente justa é aquela que chega à mesa do trabalhador. No passado o Brasil já cresceu a taxas elevadas piorando a distribuição de renda. Para ser mais claro, no passado o Brasil cresceu financiado pela concentração de renda dada pela inflação. O processo de crescimento atual é qualitativamente diferente. Ele ocorre com inflação baixa, com aumento da renda e com melhor distribuição da renda na sociedade.
Leia a entrevista na integra aqui

PREFEITURA DE SÃO PAULO FAZ CONTRATO DE EMERGÊNCIA POR VALOR MAIOR

por vereador Donato (PT)

Em Março deste ano, as empresas que forneciam leite em pó para o Programa Leve Leite, pediram para a Prefeitura reajuste nos contratos firmados em 2006 de R$ 5,88 o quilo para R$ 7,67 devido o aumento do produto. A Prefeitura julgou abusivo o pedido das empresas e por não chegar a nenhum acordo, os contratos foram suspensos após o prazo legal de negociação.

Hoje, para correr atrás do prejuízo, a Prefeitura está elaborando um contrato emergencial com a empresa Nestlé para fornecer leite em pó para as crianças a R$ 8,52. Valor esse, mais caro do que se tivesse negociado com as Empresas contratadas por licitação há quatro meses atrás, o que teria deixado de prejudicar mais de 1 milhão crianças e por tanto tempo.

O Prefeito Kassab têm divulgado informações imprecisas e contraditórias quanto ao fornecimento do leite. O impasse caracteriza a grande quantidade de improvisos na tentativa de manobrar o problema de distribuição do Leve Leite.

Young Americans Are Leaning Left, New Poll Finds

Published: June 27, 2007


Young Americans are more likely than the general public to favor a government-run universal health care insurance system, an open-door policy on immigration and the legalization of gay marriage, according to a New York Times/CBS News/MTV poll. The poll also found that they are more likely to say the war in Iraq is heading to a successful conclusion.


The poll offers a snapshot of a group whose energy and idealism have always been as alluring to politicians as its scattered focus and shifting interests have been frustrating. It found that substantially more Americans ages 17 to 29 than four years ago are paying attention to the presidential race. But they appeared to be really familiar with only two of the candidates, Senators Barack Obama and Hillary Rodham Clinton, both Democrats.

They have continued a long-term drift away from the Republican Party. And although they are just as worried as the general population about the outlook for the country and think their generation is likely to be worse off than that of their parents, they retain a belief that their votes can make a difference, the poll found.

More than half of Americans ages 17 to 29 — 54 percent — say they intend to vote for a Democrat for president in 2008. They share with the public at large a negative view of President Bush, who has a 28 percent approval rating with this group, and of the Republican Party. They hold a markedly more positive view of Democrats than they do of Republicans. More...

Plan to Send Immigrants Home Is Defeated

By JULIE HIRSCHFELD DAVIS, Associated Press Writer
12:52 PM PDT, June 27, 2007

WASHINGTON -- The Senate on Wednesday killed a Republican proposal to require all adult illegal immigrants to return home temporarily in order to qualify for permanent lawful status in this country.

Also defeated was a Democratic bid to restrict legal status to those who have been in the United States for four years.

The vote was 53-45 to table an amendment by Sen. Kay Bailey Hutchison, R-Texas, to require that illegal immigrants go home within two years in order to qualify for a renewable Z visa to live and work lawfully in the United States.

The bill, which could grant lawful status to as many as 12 million illegal immigrants, requires only heads of household seeking permanent legal residency to return home to apply for green cards. More...

Sempre Há Um Outro Lado

A Voz do Vale
Quarta-feira, 27 de junho de 2007

José Carlos Santos Peres

Tão logo a dona Marta viajou com o seu “relaxa e goza” busquei ligar a frase infeliz por ela proferida à do Maluf no seu “estupra, mas não mata”.

Passada a turbulência, fiquei com a impressão de que exagerei na comparação. Na edição de ontem, página 2 da Folha de São Paulo, o articulista Fernando de Barros e Silva jogou a pá-de-cal em meus argumentos.

Reconsidero, pois. E fico com a opinião daquele jornalista – bem mais lúcida e lógica (o que não é novidade). Renego a minha e assino a que se segue: ” Não resta nenhuma dúvida sobre a infelicidade da frase de Marta Suplicy. A própria ministra logo percebeu a bobagem e tentou corrigir-se, pedindo desculpas. Não funcionou. A “dica de viagem” está incorporada à sua biografia política e certamente ainda irá lhe render vários constrangimentos. De imediato, serviu para conecta-la ao apagão aéreo, problema sobre o qual a titular do Turismo tem tanta responsabilidade quanto a sua colega do Meio Ambiente, Marina Silva, - isto é, nenhuma.

“Relaxa e goza!” Marta foi vítima da sua autoconfiança, acabou traída pela espontaneidade. Ofendeu quem já estava sendo desrespeitado em seus direitos e/ou humilhado nos aeroportos. Deveria ficar por aí.

Impressionam, no entanto, a insistência e a violência dos ataques à ministra, as facilidades e os exageros comparativos, os estupros do bom senso cometidos nos últimos dias. Não é preciso ir muito longe para constatar a fúria machista recalcada na fala dos marmanjos.

Marta não é Maluf. Muita gente quis comparar a frase da primeira ao célebre “estupra, mas não mata”. Não faz nenhum sentido. Maluf se referia a um caso concreto de estupro seguido de morte quando formulou sua sentença singela. Alegar que “relaxa e goza” tem como premissa a frase “se o estupro é inevitável” equivale a usar uma verdade fora de contexto para produzir uma mentira como resultado. É má-fé.

Goste-se ou não, boa parte da vida pública de Marta está ligada a posições avançadas sobre comportamento e sexualidade, ao esclarecimento e à emancipação da mulher à defesa de minorias.

O auge do obscurantismo, o supra-sumo da boçalidade pertence a Alexandre Garcia, que no “Bom Dia, Brasil” comparou o ‘relaxa e goza” da ministra à inscrição “o trabalho vos libertará”, dos pórticos dos campos de concentração do nazismo. O deboche é o mesmo, disse.

Ainda somos um país de sorte. Seria bem pior se o jornalista Garcia fosse ministro da Propaganda”.

Jornalista Carlos Brickman critica Alexandre Garcia

Uma coisa é uma coisa...

Tanto Marta Suplicy quanto Guido Mantega falaram besteira sobre o apagão aéreo. Foram duramente – e merecidamente – criticados pela imprensa. As críticas se referiram não apenas às bobagens que disseram, mas à ligeireza com que analisaram um problema da maior seriedade. Até aí, tudo bem.

...outra coisa é outra coisa

Mas o comentário de Alexandre Garcia, na Globo, sobre a frase de Marta Suplicy, tem os mesmos defeitos das palavras da ministra: analisa os fatos com ligeireza e trata sem cuidado um problema da maior gravidade. Garcia comparou o drama dos passageiros retidos nos aeroportos aos campos de concentração nazistas, e a frase da ministra à “O Trabalho Liberta”, estampada na entrada de Auschwitz. Marta deve ter muitos defeitos, mas não é nazista - e, na luta pelos direitos humanos e contra o fascismo, é uma aliada confiável do campo democrático. Tentar de qualquer maneira ligá-la ao nazismo é uma baixaria inaceitável. Leia a integra da coluna do jornalista Carlos Brickman aqui

Idosos sonham em navegar na internet

Coluna Gilberto Dimenstein

O maior sonho dos idosos é saber acessar a internet.
Segundo pesquisa do Datafolha, 41% demonstram vontade de estudar. Quando indagados sobre o que desejam aprender, a resposta vencedora é informática para poder navegar pela web. Apesar disso, apenas 12% dos idosos fazem algum curso e aprendem coisas novas. A maior parte deles é excluída digitalmente.

Quarenta e cinco por cento têm computador em casa, mas só uma parcela de 19% utiliza a máquina.Apesar disso, a maioria acha positivo aprender a usar o computador na terceira idade, e associa os benefícios desse aprendizado à internet, vista e utilizada principalmente como fonte de informações e conhecimento e meio de comunicação com amigos e familiares.

A pesquisa será divulgada hoje durante a apresentação do manual do Projeto que oferece inclusão digital a terceira idade.

O Datafolha ouviu 309 moradores da cidade de São Paulo, a partir dos 60 anos de idade, para conhecer seus hábitos e saber suas opiniões em relação ao uso de computadores e da internet. Leia mais aqui

A pegadinha dos pedágios desmascarada

do Jornal da Tarde, hoje:

Pedágios ficarão até 26% mais caros

As praças nas rodovias do Estado tiveram aumento anunciado de 4,39%, mas por conta da fórmula de reajuste, os preços ficarão bem mais salgados em vários casos

"O motorista que trafega pelas estradas do Estado de São Paulo terá de desembolsar até 26,31% a mais nos preços dos pedágios a partir de 1º de julho. Esse é o porcentual de aumento da praça de São Roque, na Rodovia Raposo Tavares, que passará dos atuais R$ 3,80 para R$ 4,80. O pedágio mais caro do Estado, o do complexo Anchieta-Imigrantes no sentido São Paulo-Litoral, subirá de 14,60 para 15,40, uma alta de 5,5%".

Leia a matéria completa do JT clicando aqui.

Comentário: além de caros e de se multiplicarem sem parar, os pedágios agora embutem essa "pegadinha", que nada mais é do que um truque das concessionárias de "incorporar" trechos novos construídos - e que não passam de obrigações contratuais. Ou seja, quanto mais eles cumprirem determinados itens desses contratos "fabulosos", mais o bolso dos motoristas será chamado a pagar a conta. Leia o Blog de João Antonio aqui

Pedágio nas alturas

PERFIL

Maria Inês Dolci Maria Inês Dolci, 50, coordenadora institucional da Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) e colunista da Folha.

Não é possível que tudo continue aumentando acima da inflação exceto o salário. Agora é a tarifa do pedágio nas rodovias administradas por concessionárias em São Paulo.

Numa das praças de pedágio o reajuste será de 26,31%, com a desculpa de que houve duplicação num trecho de 12 quilômetros da Rodovia Raposo Tavares.

Pedágio não é só para quem usa a estrada. Esse custo será repassado para os produtos com reflexo no custo de vida, afinal o escoamento da produção industrial e agrícola tem que passar por alguns dos 77 pedágios do Estado.

Para uma inflação média de 3 a 4% (dependendo do índice), os pedágios aumentarão em média 5%. Também quem não quiser arriscar viagem aérea nas férias e optar em ir de carro tem que preparar o bolso.

Escrito por Maria Inês Dolci

TV Digital: Emissoras insistem em bloquear gravação de programas, filmes e jogos

Terra Magazine
Quarta, 27 de junho de 2007, 08h07

Felipe Corazza Barreto

Marcello Casal Jr. /Agência Brasil

Hélio Costa, ministro das Comunicações,
é contra o bloqueio às gravações



A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão volta a cobrar que o governo torne obrigatório um bloqueio à reprodução do conteúdo exibido na TV Digital e alega que, sem isso, contratos com produtores podem ficar inviáveis. O ministro Hélio Costa, das Comunicações, se declara contra a restrição.

Esse é um dos argumentos em que a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) se baseia para cobrar a obrigatoriedade de um sistema de trava à reprodução de programas no projeto de lançamento da TV Digital no país.

Um dos argumentos da Abert é que TV Digital sem bloqueio à gravação de programas pode inviabilizar contratos com produtores de conteúdo. "Às vezes tem pessoas que querem entregar um programa para você, mas querem algum pré-requisito de segurança", diz Ronald Barbosa, assessor técnico da Associação.

O bloqueio proposto é por meio do sistema DRM (Digital Right Management). O dispositivo, a ser instalado nos aparelhos receptores, pode até permitir uma gravação de determinados programas, mas impede que a cópia seja feita em série. Segundo a Abert, é um duro e necessário golpe na pirataria dos sinais da TV Digital.

A idéia do bloqueio já foi descartada pelo governo na reunião mais recente do Comitê de Desenvolvimento da TV Digital, no dia 28 de maio. As emissoras recorreram e esperam reverter a decisão no próximo encontro de deliberação do Comitê, marcado para essa semana, mas ainda sem dia certo, segundo o próprio Ministério.

A assessoria de comunicação do Ministério informou que o ministro é totalmente contra o bloqueio. Ainda de acordo com o MC, qualquer recurso apresentado deve ser levado em conta, mas Hélio Costa mantém sua posição de que as leis anti-pirataria do país são suficientes para coibir a prática em relação aos programas da TV Digital, sem a necessidade de bloqueio. Leia a entrevista de Ronald Barbosa da Abert aqui

Carta enviada a Folha de São Paulo em resposta a Clovis Rossi

Um dos grandes fatos da história da Folha aconteceu durante a administração Marta Suplicy em São Paulo.

O jornal publicou em sua primeira página que Marta tinha superfaturado a compra de palmeiras para a revitalização da Av. Faria Lima e, dois dias depois, no mesmo espaço e com igual destaque, reconheceu e se desculpou por ter errado.

O erro, grave, que atingiu eticamente a figura da então prefeita da cidade, havia escapado dos diferentes controles que o jornal possui. Tanto o autor, como seu editor, assim como o responsável do jornal, não tinham visto nada.

Mas a Folha teve a coragem e a honestidade de pedir desculpas pela falha, saindo engrandecida deste triste episódio.

Clovis Rossi era, na época, e ainda é hoje, membro do Conselho Editorial da Folha. Ele sabe, portanto, que esse tipo de erro pode destruir a reputação de um jornal, mas sabe também que ao reconhecê-lo a publicação ganha enorme credibilidade. Ele sabe, igualmente, que, na vida de um jornal, falhas desse tipo são inevitáveis.

Ninguém, em seu juízo perfeito, admitiria que a Folha, por esse erro, pudesse ser comparada ao Ministro de Hitler, Göering, para quem uma mentira repetida varias vezes se transformava em verdade; ainda mais depois de a Folha ter reconhecido o erro publicamente. Ninguém igualmente aceitaria que se acusasse a Folha de nefasta e estupradora da verdade.

Clovis Rossi tem um passado respeitado como jornalista, e este passado evidentemente admite erros; porem não me consta que ele seja de cometer canalhices. Seu artigo de hoje contra a Ministra Marta é um insulto à sua própria historia.

Será que ele, assim como a Folha no episódio das palmeiras da Faria Lima ou como Marta em sua frase infeliz, saberá pedir desculpas?

Luis Favre

terça-feira, 26 de junho de 2007

Lula e Serra assinam acordo para investimentos de R$ 7,3 bi em SP

Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, José Serra, assinaram nesta terça-feira um acordo de cooperação para investimentos de R$ 7,39 bilhões em obras de saneamento e urbanização em São Paulo, previstos no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) para o período de 2007 a 2010. Ontem, o governo federal informou erroneamente que o total seria de R$ 7,8 bilhões.

Segundo o combinado, o governo federal irá desembolsar R$ 4,92 bilhões, enquanto a contrapartida do governo estadual ficará em R$ 1,82 bilhão e a dos municípios, em R$ 605 milhões.

As obras de saneamento básico e urbanização inclui favelas na região metropolitana de São Paulo e na Baixada Santista. De acordo com o governo federal, três milhões de famílias de 58 municípios (27 das regiões metropolitanas da capital, 14 da região de Campinas e oito da Baixada Santista, além de nove cidades com população superior a 150 mil habitantes) serão beneficiadas.

Entre as favelas que serão urbanizados estão Paraisópolis, Pantanal e Heliópolis, na zona sul de São Paulo. Também será feita a recuperação de mananciais no entorno das represas Bilings e Guarapiranga; a despoluição da Baía de Santos e da bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí; a extinção de palafitas (Baixada Santista); obras de saneamento básico no entorno do Aeroporto Internacional de Viracopos (Campinas); obras de abastecimento de água e esgoto sanitário na região de Diadema.

O acordo foi assinado no Palácio dos Bandeirantes. Também estão presentes a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, e o ministro das Cidades, Marcio Fortes.

Além das contrapartidas de Estados e municípios, nos próximos quatro anos o governo federal prevê investir R$ 40 bilhões em projetos voltados prioritariamente para o abastecimento e tratamento de água e esgoto, recuperação de mananciais, remoção de áreas de risco e erradicação de palafitas em todo o país.

Os recursos federais são provenientes do Orçamento Geral da União, do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Pesquisa mostra Lula melhor no povo e Internet iguala radio no sudeste

Entrelinhas

Blog de Luiz Antonio Magalhães


A pedidos, o craque Jorge Rodini, diretor do instituto de pesquisas Engrácia Garcia, analisa para este blog o resultado do levantamento feito pelo instituto Sensus para a Confederação Nacional dos Transportes sobre o cenário político nacional. Confira a seguir a interpretação de Rodini para os números do Sensus:

Uma análise objetiva nas entrelinhas da mais recente pesquisa CNT/Sensus revela:

O governo Lula é melhor avaliado pelos homens, pelos nordestinos, pelos menos escolarizados, dentro de uma certa homogeneidade nas diversas faixas etárias. Para quem recebe mais de 20 salários mínimos, Lula tem uma avalição negativa. Os eleitores da região Sudeste são os que pior avaliam o presidente.

Do total, 64,0% dos brasileiros aprovam o governo Lula, porém no Sul este percentual é de apenas 52,7%. Entre os de renda acima de 20 SM, Lula é reprovado – obtém 65,9% de desaprovação. Os eleitores do Sul e Sudeste consideram a política econômica inadequada, com percentuais parecidos.
Mesmo entre os nordestinos, a violência é considerada fora do controle do governo ( 82,1%).

Internet em alta


Finalmente, para os blogueiros de plantão, uma excelente notícia. No Sudeste, a Internet já tem força como mídia quase equivalente ao rádio (11,6% dos residentes no Sudeste consideram-na como mídia preferida contra 14% do rádio).

Esta pesquisa mostra, no final das contas, um presidente muito sólido, respaldado por dados econômicos positivos, programas sociais abrangentes e com os inimigos de dentro de casa vigiados com vara curta. No presidente Lulaflon, por enquanto, nada cola.


(Para conhecer mais sobre o Engrácia Garcia, visite o site do instituto)

PROJETO PREVÊ BANDA LARGA EM TODAS AS ESCOLAS PÚBLICAS

O ex-coordenador do NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos) e membro da comissão interministerial de inclusão digital, Oswaldo Oliva Neto, disse em entrevista ao Conversa Afiada nesta terça-feira, dia 26, que em cinco anos todas as escolas públicas devem ter internet banda larga (aguarde o áudio).

Oliva Neto disse os investimentos virão por meio de empresas público-privadas. “Hoje, mais de três mil municípios não têm acesso à internet e menos de 300 municípios possuem banda larga superior a dois megas”, disse Oliva Neta.

Para Oliva Neto, é preciso aumentar o acesso à banda larga no Brasil. “Há três, quatro anos atrás, se nós estivéssemos falando de 128 k, nós estaríamos satisfeitos. Hoje, dois megas já é insuficiente”, disse Oliva Neto.

Oliva Neto não está mais no NAE e não pode mais responder por projetos desse Núcleo. Mas foi ele quem ajudou a elaborar esse projeto de expansão da banda larga. O Presidente Lula o convidou para, mesmo fora do NAE, integrar o grupo interministerial de inclusão digital como pessoa física.

Leia os principais pontos da entrevista com Oswaldo Oliva Neto:

Para Oliva Neto, o Brasil caminha para a sociedade do século 21, que é a sociedade do conhecimento. Para isso, diz ele, o país precisa da internet.

No entanto, a internet não foi contemplada no conceito de universalização quando foi feita a privatização das telecomunicações. Oliva Neto disse que, por erro do Ministério das Comunicações na época da privatização, foi definido uma única tecnologia para o acesso a internet, o telefone fixo.

Esse problema tem que ser resolvido, senão a sociedade ficará fora da sociedade do conhecimento por dificuldade de comunicação. E as empresas privadas não levam essa infra-estrutura para todo o território nacional porque não há retorno econômico.

O projeto do Núcleo de Assuntos Estratégicos, na época em que Oliva Neto comandava o órgão, era formar uma empresa público-privada para assumir a responsabilidade. Essa empresa público-privada instalaria na sede de cada município uma entrada de wimax.

Mas ainda não há uma decisão do Governo Federal sobre isso. A Casa Civil coordena estudos para isso.

A Brasil vai usar banda larga em programas de educação desenvolvidos pelo Ministério de Educação.

Um desses projetos de educação é a Universidade Aberta do Brasil, de reciclagem dos professores, que oferece graduação ou pós-graduação à distância. Esse projeto de estudo à distância necessita da internet de banda larga.

A inclusão digital das escolas públicas deve ser uma “prestação de serviços”. Ou seja, o Estado faria, por meio da Anatel, licitações para que o prestador de serviço disponibilize laboratórios e conexões de internet para as cerca de 150 mil escolas públicas.

Fonte Conversa Afiada de Paulo Henrique Amorim