quarta-feira, 27 de junho de 2007

Carta enviada a Folha de São Paulo em resposta a Clovis Rossi

Um dos grandes fatos da história da Folha aconteceu durante a administração Marta Suplicy em São Paulo.

O jornal publicou em sua primeira página que Marta tinha superfaturado a compra de palmeiras para a revitalização da Av. Faria Lima e, dois dias depois, no mesmo espaço e com igual destaque, reconheceu e se desculpou por ter errado.

O erro, grave, que atingiu eticamente a figura da então prefeita da cidade, havia escapado dos diferentes controles que o jornal possui. Tanto o autor, como seu editor, assim como o responsável do jornal, não tinham visto nada.

Mas a Folha teve a coragem e a honestidade de pedir desculpas pela falha, saindo engrandecida deste triste episódio.

Clovis Rossi era, na época, e ainda é hoje, membro do Conselho Editorial da Folha. Ele sabe, portanto, que esse tipo de erro pode destruir a reputação de um jornal, mas sabe também que ao reconhecê-lo a publicação ganha enorme credibilidade. Ele sabe, igualmente, que, na vida de um jornal, falhas desse tipo são inevitáveis.

Ninguém, em seu juízo perfeito, admitiria que a Folha, por esse erro, pudesse ser comparada ao Ministro de Hitler, Göering, para quem uma mentira repetida varias vezes se transformava em verdade; ainda mais depois de a Folha ter reconhecido o erro publicamente. Ninguém igualmente aceitaria que se acusasse a Folha de nefasta e estupradora da verdade.

Clovis Rossi tem um passado respeitado como jornalista, e este passado evidentemente admite erros; porem não me consta que ele seja de cometer canalhices. Seu artigo de hoje contra a Ministra Marta é um insulto à sua própria historia.

Será que ele, assim como a Folha no episódio das palmeiras da Faria Lima ou como Marta em sua frase infeliz, saberá pedir desculpas?

Luis Favre

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