terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Madrugar não faz amanhecer mais cedo

As eleições municipais acontecerão em Outubro deste ano. Em maio e Junho as convenções partidárias escolherão seus candidatos. Esse é o calendário politico-eleitoral em 2008.

A mídia escrita está interessada em adiantar o calendário e a disputa é grande para vender jornal e para furar o concorrente.

A prefeitura de São Paulo é governada pelo PSDB, junto com o DEM de Kassab. Ambos partidos governam a cidade juntos, porém estão divididos em relação as candidaturas.

Eles tem que resolver está disputa entre as ambições de Alckmin e a vontade do Serra e Kassab e quanto antes melhor para eles.

A guerra entre eles está acirrada e ela pode comprometer a aliança, levando ao lançamento de dois candidatos igualmente ambiciosos e substancialmente da mesma cor política.

As consequências disto pode levar a uma ruptura com efeitos na própria composição política para 2010.

Tudo indica que uma candidatura Alckmin, mais ainda se conseguir ser vitoriosa, servirá para um desfecho, da escolha em 2010, desfavorável ao governador José Serra. Em todo caso este parece ser o ponto de vista de Serra, não sem razão.

A máquina da prefeitura e a representatividade da cidade de São Paulo faria de Alckmin um "presidenciável" ou um poderoso apoiador do tucano Aécio, rival de Serra para 2010. O DEM, por sua vez, não teria maior motivo para alavancar a candidatura de Serra, pois se sentirá alijado do que considerá um direito legítimo. Preservou os interesses do governador, suas escolhas na prefeitura, o apoio para o governo estadual e Kassab atua como um sub-prefeito do governador. Em troca será jogado fora pelo PSDB, nos braços de Alckmin? Usado e jogado fora, o DEM nada ganharia aceitando o hara-kiri.

Por sua vez, para Alckmin o dilema também é grande. Seus partidários foram postos para fora do governo estadual e não contam com grande participação na prefeitura. Serra mostrou que não hesita em abrir os porões e jogar na mídia as mazelas do que foi a administração Alckmin no Estado. Desde o " mensalinho" na Nossa Caixa, até as generosidades com os pedágios ou os pífios resultados em questões como segurança e educação. Como confiar que Serra cumprirá em 2010, as promessas de hoje? Alckmin quer garantias, mais ainda sabendo que no caso de ter que enfrentar Marta Suplicy o resultado pode por um ponto final a suas ambições políticas. Sem garantias, pensa ele, é melhor arriscar. Com garantias o papo pode ser outro...

O PT não tem nenhum interesse em se meter nessa briga, nem precipitar seu desfecho. Nada ganha em fazer campanha antes da hora, pois a população está longe de manifestar qualquer interesse pela eleição agora. Mas pode aproveitar os próximos meses para definir e estruturar sua tática eleitoral e sua política de alianças, começar a elaborar suas propostas para a cidade e construir junto com seus aliados o caminho da escolha da candidatura mais adequada as necessidades da implementação das suas propostas.

Deste processo e do consenso unitário, construído com os outros partidos da base do governo Lula, é que o nome do candidato ou da candidata poderá ser escolhido com mais correspondência com a conjuntura de Outubro. A força eleitoral da candidatura ganhará a se projetar no menor tempo, mas maior espaço, proporcionado pela campanha e pelo impacto das propostas e convergências que a sustentarão.

Ansiedade e precipitação podem dar sensação de importância e utilidade, mas os afoitos quase sempre morrem na praia... ou como parece indicar o estudo publicado neste blog sobre doenças cardiovasculares, de enfartes.
Luis Favre

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