terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Transformações de Mercadão impediram prédio de se tornar elefante branco


Apu Gomes/Folha Imagem
De acordo com a administração, a Lei Cidade Limpa será implantada dentro do mercadão, adaptada para seus boxes


De acordo com a administração, a Lei Cidade Limpa
será implantada dentro do mercadão, adaptada para seus boxes


Um leitor deste blog chamou minha atenção para a cobertura feita pela
Folha de São Paulo sobre o aniversário do Mercado Municipal de São Paulo.

Como todos sabem, mas a Folha oculta, o
mercadão foi recuperado por Marta Suplicy para o 450 aniversário da cidade. Junto com a renovação introduziu espaços de gastronomia no primeiro andar. Como fazia Stalin que apagava das fotos os líderes revolucionários, a Folha ignora que foi Marta Suplicy a responsável do renascer do mercadão.

Ela ignora também as obras realizadas no Parque Dom Pedro e o projeto de transformar o Palácio das Indústrias em Museu da Cidade.

A Folha sabe o que faz, ela teria que dizer que o Mercado Municipal não virou um elefante branco graças a ação de Marta e que o Palácio das Indústrias está abandonado porque a administração Serra-Kassab pararam o projeto do museu, como interromperam o projeto de construção do estacionamento e a recuperação do São Vito.

Como a Folha tem lado, a legenda da foto fala do programa Cidade Limpa, nada diz sobre a responsabilidade de Kassab-Matarazzo no abandono e sujeira no entorno do mercadão, e só fala de Marta Suplicy para insinuar que o abandono do Palácio das Indústrias é devido a mudança da Prefeitura feita por ela e não ao abandono do projeto do museu pelos demos-tucanos.


Leiam as matérias, uma verdadeira aula sobre a Folha de São Paulo, sua memória seletiva e suas inclinações políticas.

Luis Favre

Turismo




Mercado Municipal sofre com degradação do centro de SP

Mercado Municipal é ponto turístico obrigatório em São Paulo, mas nem a tradição e a beleza arquitetônica salvam o cartão-postal da degradação do centro de São Paulo.

já comeu pitaya?

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do Mercadão de São Paulo

Passagem pelo mezanino, que abriga oito restaurantes,
é obrigatória. Renovação é a cara do Mercadão de SP.


CAROLINA FARIAS
da Folha Online

Mesmo com as mudanças de tempo e de comportamento dos habitantes de São Paulo, o Mercado Municipal Paulistano resistiu e não se tornou um elefante branco, como seu vizinho, o Palácio das Indústrias, no Parque Dom Pedro (centro). Acompanhando as mudanças da cidade, o Mercadão, atualmente, consegue ser um centro de gastronomia e ainda um ponto de distribuição de hortifrutigranjeiros, como na época de sua inauguração em 1933.

Veja o especial dos 75 anos do Mercadão

Projetado pelo escritório de arquitetos de Ramos de Azevedo, o prédio do Mercadão foi construído para substituir os mercados de rua da região da 25 de Março, no centro da cidade. Foi um marco para a época, tanto na elegância de sua construção como de condições sanitárias para os comerciantes --com câmaras frigoríficas, por exemplo.

"O prédio é um marco histórico e está em um lugar onde sempre esteve o mercado desde o século 19. Não desvirtuou da função original, preservou o edifício e se tornou um grande sucesso, porque encontrou uma grande saída", disse a professora de história de arquitetura Maria Lucia Bressan Pinheiro, da faculdade de arquitetura da USP (Universidade de São Paulo), sobre a nova "cara" gastronômica do Mercadão.

Para Pinheiro, a transformação do Mercadão em um espaço gourmet foi a melhor saída para o prédio, já que assim conseguiu se manter preservado. "É um bom uso porque é uma relação com o uso histórico dele. As mudanças foram adequadas porque contribuíram para esse uso", afirmou a professora.

Segundo ela, outros lugares do mundo também aproveitaram prédios antigos e à beira da decadência e transformaram em "mercados gourmet". "Em Boston [Estados Unidos] há um bom exemplo disso. Dois edifícios que eram mercados antigos e nos anos 70 houve essa proposta. Hoje eles são dois mercados gourmet. É uma tendência", afirma Pinheiro.

As transformações do Mercadão o salvaram, para a professora, de se tornar uma construção como o Palácio das Indústrias: um elefante branco em desuso.

Vizinho

O Palácio das Indústrias também foi projetado por um dos arquitetos do escritório de Ramos de Azevedo na década de 1920.

Já foi sede da Assembléia Legislativa de São Paulo, da Secretaria da Segurança Pública e por último abrigou a Prefeitura de São Paulo de 1992 até 2004, quando a então prefeita Marta Suplicy (PT) mudou o gabinete para o edifício Matarazzo, na praça do Patriarca. Atualmente, o prédio está vazio, em desuso.

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