quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Será?

Dora kramer é uma jornalista séria. Eu não compartilho das suas opiniões, porém ela é bem informada e sabe do que fala. Na sua coluna de hoje ela esbanja uma certeza: quem decide o candidato à Prefeitura é Serra. Como Serra quer Kassab, Alckmin estaria fora do jogo e ponto final.

Tenho minhas dúvidas. Concordo com a afirmação da jornalista que o PSDB é um partido sem corpo. Mas talvez o que a nota queira estabelecer é que se Alckmin se impor e Kassab cair fora, terá sido vontade de Serra e o contrário também. Resumindo: a escolha é do rei e sempre será sua vontade.

Será?

A coisa não me parece bem assim. Alckmin tem o apoio de Aécio Neves, que também tem máquina e não parece disposto a considerar que Serra seja o rei da cocada preta. A movimentação de Alckmin mostra que não esta disposto a acreditar em Papai Noel para 2010 e prefere correr o risco agora a sumir sem deixar rastro.

O medo dele é a chamada "guerra suja", pois sabe que seus "colegas" de São Paulo não hesitarão em alimentar a campanha com os podres e os esqueletos no armário da administração Alckmin no Estado: Nossa Caixa, Chalita, Pedágios, Tietê, Rodoanel, Metrô etc.

Mas devo confesar, eu não conheço os meandros do PSDB tão bem como Dora Kramer, por isso é bom registrar o alerta.


Mundo real

DORA KRAMER

Sejamos realistas: se não tivesse o aval do governador José Serra, o DEM não fecharia questão na candidatura de Gilberto Kassab. Não tem cacife político em São Paulo para isso.

Da mesma forma, Geraldo Alckmin sem a concordância de Serra não sairá candidato a prefeito: não tem mandato, não tem influência na prefeitura nem no governo do Estado e, se perder tendo batido de frente com o governador, só por um milagre ganha a legenda em 2010.

Alckmin pôs seu destino nas mãos do partido, que prefere candidatura própria, mas não tem voz ativa, não dispõe de músculos suficientes para lutar por coisa alguma nem massa crítica para se movimentar. Partido sem corpo, o PSDB caminha para onde a cúpula mandar.

Em 2006, quando Alckmin venceu a parada da candidatura presidencial, ele era governador, o que levou a cúpula a contabilizar: se já estava difícil ganhar de Lula com São Paulo a favor, se fosse Serra o candidato com Alckmin contra, seria impossível.

Leia a integra da coluna de Dora Kramer no jornal O Estado de São Paulo

Um comentário:

Sylvia disse...

Serra como todo mundo sabe, pisa no pescoço da mãe pra conseguir o que quer, mas desta vez, encontrou um inimigo a sua altura, afinal, quem é que saiu candidato à Presidência da República contra o Lula? Quem acabou se contentando em ser governador? O bom mocinho Alckmin é osso mais duro de roer do que ele, o todo poderoso, Serra. A ver.