Como frear a queda?
Joseph E. Stiglitz
Prêmio Nobel de Economia em 2001
A economia americana caminha para uma grande desaceleração. Se há recessão (dois trimestres de crescimento negativo) ou não, isso é menos importante que o fato de que a economia vai operar bem abaixo de seu potencial e o desemprego vai crescer. O país precisa de estímulo, mas qualquer ação vai contribuir para nosso crescente déficit. Logo, é importante obter o melhor retorno possível das medidas tomadas. Deveríamos começar fortalecendo o sistema de seguro-desemprego, porque o dinheiro recebido pelos desempregados seria gasto imediatamente. O governo federal também deveria oferecer ajuda a estados e cidades que começam a sentir o aperto. Geralmente, eles respondem a problemas financeiros com cortes de gastos, o que funciona como um desestabilizador automático.
A ajuda federal deveria vir na forma de apoio à reconstrução da infra-estrutura essencial.
Mais apoio federal à educação também contribuiria para fortalecer a economia a curto prazo e promover o crescimento a longo prazo, bem como recursos para conservação de energia e redução das emissões de CO2. Talvez demore para que programas assim sejam implantados, mas essa desaceleração deve durar mais tempo que os declínios recentes. Os preços dos imóveis residenciais devem cair por algum tempo até retomarem níveis normais. E, se os americanos pouparem mais, o consumo pode permanecer baixo por mais tempo.
A administração Bush há tempos acredita que cortes de impostos — especialmente os que incidem sobre os ricos — são solução para todos os problemas.
Isso é errado. Cortes de impostos, em geral, perpetuam o consumo excessivo, que tem sido a marca da economia americana. As classes média e baixa americanas, no entanto, têm sofrido nos últimos sete anos — a renda média familiar está mais baixa que em 2000. Um alívio fiscal para as classes média e baixa faria sentido, sobretudo porque seria de rápida resposta.
Algo deveria ser feito em relação às execuções de hipotecas, e uma legislação que desse às vítimas de empréstimos predatórios o direito de ficarem com suas casas estimularia a economia. Mas não deveríamos gastar muito com isso. Se o fizermos, estaremos beneficiando os investidores, e eles não precisam de ajuda dos contribuintes.
Em 2001, a administração Bush usou o pretexto da recessão iminente para cortar impostos para os americanos de alta renda — que se deram tão bem nos últimos 25 anos.
Os cortes não visavam a estimular a economia, o incentivo foi só até certo ponto.
Para manter a atividade econômica, o Fed foi forçado a baixar os juros a um nível sem precedentes e fechar os olhos enquanto os EUA se engajavam despreocupadamente em empréstimos temerários. A economia passou a ser sustentada por dinheiro emprestado e tempo emprestado.
O dia do Juízo Final chegou.
Precisamos de um estímulo que realmente estimule.
A questão é: o presidente e o Congresso deixarão a politica de lado para fazer o que deve ser feito?
Prêmio Nobel de Economia em 2001
A economia americana caminha para uma grande desaceleração. Se há recessão (dois trimestres de crescimento negativo) ou não, isso é menos importante que o fato de que a economia vai operar bem abaixo de seu potencial e o desemprego vai crescer. O país precisa de estímulo, mas qualquer ação vai contribuir para nosso crescente déficit. Logo, é importante obter o melhor retorno possível das medidas tomadas. Deveríamos começar fortalecendo o sistema de seguro-desemprego, porque o dinheiro recebido pelos desempregados seria gasto imediatamente. O governo federal também deveria oferecer ajuda a estados e cidades que começam a sentir o aperto. Geralmente, eles respondem a problemas financeiros com cortes de gastos, o que funciona como um desestabilizador automático.
A ajuda federal deveria vir na forma de apoio à reconstrução da infra-estrutura essencial.
Mais apoio federal à educação também contribuiria para fortalecer a economia a curto prazo e promover o crescimento a longo prazo, bem como recursos para conservação de energia e redução das emissões de CO2. Talvez demore para que programas assim sejam implantados, mas essa desaceleração deve durar mais tempo que os declínios recentes. Os preços dos imóveis residenciais devem cair por algum tempo até retomarem níveis normais. E, se os americanos pouparem mais, o consumo pode permanecer baixo por mais tempo.
A administração Bush há tempos acredita que cortes de impostos — especialmente os que incidem sobre os ricos — são solução para todos os problemas.
Isso é errado. Cortes de impostos, em geral, perpetuam o consumo excessivo, que tem sido a marca da economia americana. As classes média e baixa americanas, no entanto, têm sofrido nos últimos sete anos — a renda média familiar está mais baixa que em 2000. Um alívio fiscal para as classes média e baixa faria sentido, sobretudo porque seria de rápida resposta.
Algo deveria ser feito em relação às execuções de hipotecas, e uma legislação que desse às vítimas de empréstimos predatórios o direito de ficarem com suas casas estimularia a economia. Mas não deveríamos gastar muito com isso. Se o fizermos, estaremos beneficiando os investidores, e eles não precisam de ajuda dos contribuintes.
Em 2001, a administração Bush usou o pretexto da recessão iminente para cortar impostos para os americanos de alta renda — que se deram tão bem nos últimos 25 anos.
Os cortes não visavam a estimular a economia, o incentivo foi só até certo ponto.
Para manter a atividade econômica, o Fed foi forçado a baixar os juros a um nível sem precedentes e fechar os olhos enquanto os EUA se engajavam despreocupadamente em empréstimos temerários. A economia passou a ser sustentada por dinheiro emprestado e tempo emprestado.
O dia do Juízo Final chegou.
Precisamos de um estímulo que realmente estimule.
A questão é: o presidente e o Congresso deixarão a politica de lado para fazer o que deve ser feito?
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