quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Kassab é teste

Nem incompetência, nem factóide, nem chilique. A palavra mágica quando se trata da administração Kassab é teste.

Kassab anuncia o fim do rodízio e perante os engarrafamentos monstruosos, volta a trás. Era um teste.


Kassab anuncia faixa exclusiva para motos na 23 de maio e novamente engarrafamento e foi teste, pode voltar para trás.


Kassab anuncia inspeção veicular e depois disse que fica para a próxima administração, recuando de novo.

Kassab disse que vai construir cinco corredores de ônibus, depois disse que serão dois, depois um e até agora... nenhum.


Kassab proíbe garupa nas motos, mas pensando melhor, decide que é urgente voltar para trás.

De aqui a pouco vem o Serra é disse: deixei Kassab como prefeito para fazer um teste. Os paulistanos são cobaias e não sabiam. Os caras estão testando a paciência de todo mundo.

Et pourtant, porém, não tem um único artigo na mídia falando de improvisação, falta de planejamento, incompetência, factóides ou chiliques.

Chega a ser comico, como esta manchete da Folha Online:

Número de acidentes diminui com engarrafamento

Será que pensam que leitor é burro? ou que ninguém presta atenção ao partidarismo de uma certa mídia?

Porque será? ou serra? nunca sei como se escreve.


FOTO: VAGNER MAGALHÃES/TERRA

Kassab já admite desistir de faixa para motos

Prefeito disse ontem que os resultados parciais do teste realizado desde segunda na avenida 23 de Maio "não são favoráveis"

Secretário dos Transportes reconheceu "desconforto" causado aos motoristas e disse que a experiência vai continuar até amanhã

RICARDO SANGIOVANNI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após dois dias de trânsito carregado na avenida 23 de Maio, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) já admite desistir do corredor exclusivo para motos, em teste desde segunda.
Kassab disse ontem que os dados parciais sobre o teste "não são favoráveis" e que a experiência "muito possivelmente não terá seqüência". "As simulações e os dados analisados pela CET não favorecem a manutenção dessa exclusividade para as motos na 23 de maio."
A média de congestionamento na avenida, que durante todo o ano de 2006 ficou entre 2,5 e 3 km, foi mais que o dobro do normal nos dois dias em que uma das cinco pistas ficou reservada às motos: 5,1 km na segunda-feira e 7 km ontem. Isso em plenas férias.
O secretário municipal dos Transportes, Alexandre de Moraes, esteve ontem à tarde com Kassab. Em nota, Moraes reconheceu o "desconforto" causado aos motoristas. Ele disse que a experiência deve continuar por mais dois dias -anteriormente previsto até o dia 25, o teste acabará amanhã, em razão do feriado na sexta.
"Queremos terminar os dias de experiência para verificar se há essa compensação da piora da fluidez com a melhora da segurança dos motoqueiros", disse Moraes ontem. Segundo ele, no trecho de 2,9 km onde funciona o teste, não há registro de acidentes desde segunda-feira.
Ontem, dois acidentes sem gravidade envolvendo motos ocorreram fora do trecho.
Embora a prefeitura justifique a faixa exclusiva como uma medida de segurança, a 23 de Maio não está entre as vias mais perigosas para os motoqueiros. Em todo o ano de 2006, segundo a prefeitura, um motoqueiro morreu ali. Na avenida Aricanduva, na zona leste, houve 11 mortes. A prefeitura diz não ter dados sobre 2007.

"Larga demais"
Após a reunião com Kassab, o secretário recebeu entidades de motoboys e motociclistas para discutir a faixa na 23 de Maio, a proibição da circulação de motos nas vias expressas das marginais a partir do dia 11 e a regulamentação da lei do motofrete (que prevê novas taxas).
O Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, que anteontem elogiara a faixa exclusiva, ontem a criticou. "Ficou muito larga e deixou os motoristas chateados com os motoboys. Deveria ser mais estreita, como na Sumaré", disse Gilberto dos Santos, presidente da entidade.
Mesma opinião tinham motoristas e usuários de ônibus. "Não tem espaço para criar um corredor para ônibus, imagina para motos", disse a agente de companhia aérea Estela de Lima, 25, que levou cerca de 50 minutos -30 a mais que o normal- de Congonhas (zona sul) para a Mooca (zona leste).
"Gosto da idéia, mas tem de ser mais estreita", diz o empresário Antonio Espínola, 53.
Segundo a gestora de segurança da CET Heloísa Martins, não é possível criar um corredor mais estreito, pois as faixas da 23 de Maio já sofreram redução em 2006, quando a via ganhou uma faixa (são cinco).
Ontem a CET registrou o maior percentual de congestionamento de janeiro -95 km em toda a cidade, às 11h30. Nesse horário, a Folha mediu o tempo de viagem no corredor norte-sul. O congestionamento estava pior no sentido centro.

Um comentário:

Sylvia disse...

Kassab não tem plano, não tem projeto, não tem programa de governo. Tem dia que deve ficar enfastiado e inventa lá um factóide, não dá certo, cria outro e nem a mídia, nem a população percebem sua total incompetência para ser o prefeito da maior cidade do Brasil. No tempo da Marta, já disse e repetirei mil vezes se for preciso, a gente olhava o mapa da cidade de cima e via o desenho dos projetos lá delineados: os corredores de ônibus, os CEUS em toda a periferia, a Galeria Olido, pra fazer a união entre centro e periferia, o Projeto Boracéa com sua capelinha azul e canil para os cachorrinhos dos "mendigos", o asfalto feito e recapeado na cidade inteira, que mais parecia um tapete, como me disse certa vez um motorista de ônibus da zona leste, as praças, todas remodeladas. Um parêntesis, morava perto da praça Benedito Calixto, que ficou anos sendo reformada por Serra/Kassab e ficou bem pior do que estava antes da reforma. Lá existia um bom muro em torno dos canteiros que segurava a água da chuva e não sei porque me dá cá esta palha, os muros todos foram derrubados e agora tudo vira uma lama só, quando chove em São Paulo e todo mundo sabe muito bem como chove em SP. Alguém se lembra como era a coleta de lixo da feira livre da referida praça, no tempo da Marta? Não, já perguntei para muitos feirantes, ninguém se lembra e parece que também ninguém percebe o cheiro de peixe, que voltou a reinar por aqueles lados. O silêncio é de pedra. Nas enchentes que acontecem nesta época do ano, não vejo nenhum SPTV, fazendo questionamentos para o prefeito, como faziam com a Marta, quando era prefeita e os moradores chegaram a jogar barro nela e ela disse que não era barro que estavam jogando nela, mas sim, o desespero que sentiam de sentir que perderam suas casas e todos os seus pertences. São dois pesos e duas medidas e o povo parece entorpecido em tempos de Serra/Kassab. Só se for alguma mágica, algum gás paralizante ou coisa parecida, ninguém reclama, todos aceitam todas as barbaridades que Serra/Kassab fazem sem titubear. Eu me lembro que ficava fascinada no horário eleitoral, vendo o programa que a Marta tinha para a sua reeleição, os CEUS Saúde, o plano de desenvolvimento para a zona leste, os CEUS para a educação que seriam construídos, tudo perfeitamente desenhado no mapa, pra quem olhasse de cima, eu me lembro até da música CARINHOSO, que foi colocada num dos programas, eu me lembro das crianças dando cambalhotas na grama lá no CEU, das crianças mergulhando nas piscinas azul-turquesa e parecia que nada disso emocionava as pessoas, que preferiam continuar votando no Serra, com aquele programa dos idosos chorando porque tinham sido curados da catarata. Bem, democracia é isso, fazer o quê? O jeito é esperar que eles sintam que também têm direito a usufruir dos bens de consumo que a televisão tanto bombardeia em suas cabeças. O jeito é esperar que eles aceitem minimamente a idéia de que podem ser felizes, um pouco que seja. Até hoje não entendo e creio que nunca entenderei como o Serra/Kassab conseguiu ganhar aquela eleição.