terça-feira, 29 de janeiro de 2008

São Paulo: Linha 2 do metrô é a mais lotada do planeta

Estação Sé do Metrô lotada nesta manhã em São Paulo

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COM 12,8 MILHÕES DE USUÁRIOS, A LIGAÇÃO ENTRE LESTE E OESTE DA CAPITAL SUPERA LINHAS DE CIDADES COMO HONG KONG

A linha 3-vermelha do Metrô, que no ano passado transportou 283 milhões de pessoas, tem o maior número de passageiros por quilômetro entre os principais representantes desse tipo de transporte do mundo. Isso traduz para números os empurrões e apertos enfrentados pelo usuário dos horários de pico.
Os dados e a afirmativa são da própria companhia. No ano passado, foram 12,8 milhões de passageiros/km por ano. A linha 3 tem 22 km de extensão e liga Itaquera (zona leste) à Barra Funda (oeste).
"É a linha mais densa do mundo", diz Milton Gioia, chefe de operações do Metrô. A companhia alegou acordo de confidencialidade entre os integrantes da CoMET (Community of Metros) -que reúne empresas de outros países-, para não revelar números de outra cidades. A CoMET também foi procurada, mas se negou a passar os dados.
Na medição da malha inteira, o Metrô de São Paulo é o terceiro mais denso, com 10 milhões de passageiros/km. Tóquio tem 11,5 milhões e Hong Kong,10,4 milhões.
"Espero 30 minutos, uma hora para o trem esvaziar", diz a ajudante de cozinha Nádia Nascimento Brandão, 20 anos, sentada na plataforma da estação Barra Funda.
A integração com a Companhia de Trens Metropolitanos na Barra Funda e no Brás, em 2000, foi o que alçou a linha 3 à condição atual, avalia Gioia. Em dois anos (1999 a 2001) o número de passageiros/ano cresceu 27,5 milhões.
O sentimento de superlotação também se deve ao "movimento pendular" na linha: a maioria dos usuários viaja em um único sentido no mesmo horário -leste-oeste de manhã e o inverso à tarde. " De manhã são 74,5 mil passageiros por hora que saem do leste para o oeste", diz Gioia. Na linha 1-azul, "mais equilibrada", a concentração é em dois sentidos: norte-centro/sul-centro de manhã e centro-norte/ centro-sul à tarde. Para aliviar a situação, o Metrô aposta na redução do intervalo entre trens, de 101 segundos para 85 segundos, prevista para ocorrer em dois anos e meio. (Vitor Sorano)

Um comentário:

Sylvia disse...

Finalmente uma foto do Metrô Sé. Na época da invenção da crise aérea, eu sempre me perguntava porque a mídia nunca colocou uma foto da Rodoviária Tietê em vésperas de feriado ou nenhuma foto do Metrô Sé, todos os dias, todos os dias, todos os dias, ali não tem feriado. Já que a população toda, inclusive quem nunca andou de aviao, estava tão sensibilizada com as esperas nos aeroportos do país, quem sabe não se sensibilizaria também com a situação de humilhação diária que sofre o usuário de metrô na cidade de São Paulo. Quem mora na zona leste e cruza a cidade todo dia pra vir trabalhar na zona oeste, sabe o que é acordar todo dia às cinco da manhã, vir em pé de metrô, porque da segunda estação em diante, já vem todo mundo de pé e enfrentar aquela filial do inferno que é o metrô Sé. Isso nunca saiu em jornal nacional nenhum, já a inventada crise do apagão aéreo aparecia toda noite e a todos sensibilizava, mesmo quem nunca subiu num avião ou só foi no aeroporto para dar tchauzinho para um amigo que viajasse. A onda de solidariedade instalada no país naquela época me fazia pensar que estávamos em copa do mundo...