Capitanias hereditárias?
Carlos Brickmann para o Observatório da Imprensa
Bola dentro
Os repórter Eduardo Reina e Emilio Sant’Anna, do Estadão, foram fundo na história do incêndio do Hospital das Clínicas, em São Paulo: dos 16,9 milhões reservados para manutenção e reequipamento do HC, só três milhões tinham sido empenhados até 18 de dezembro. O secretário da Saúde garante que, no finzinho do ano, aplicaria o resto. Exato: aquilo que não foi aplicado em 352 dias seria gasto nos 13 dias restantes. O secretário disse isso!
A reportagem é impecável: não faz juízos de valor, não usa adjetivos, só narra fatos. E deixa absolutamente clara a causa do incêndio no Hospital das Clínicas.
Quem é quem
Para o Governo estadual paulista, o pior de tudo é não poder jogar a culpa nos antecessores. A imprensa tem esquecido esse tema, mas o fato é que Serra entrou no lugar de Alckmin, que entrou no lugar de Covas, todos companheiros de PSDB. E, em certo sentido, não se pode sequer falar em apenas 13 anos de Governo tucano: desde a gestão de Franco Montoro, iniciada em 1983, é o mesmo grupo político que ocupa o Palácio Bandeirantes. Alguns romperam com outros, mas em certo momento estiveram todos juntos. Serra foi secretário de Montoro, e Quércia, o vice, foi o governador seguinte; Fleury era secretário de Quércia e seu vice, Aloysio Nunes Ferreira, é o homem-forte do Secretariado de Serra. No total, são 25 anos. Ninguém pode falar de herança maldita.
Já os meios de comunicação preferem nem tocar nesse assunto.
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