Investidas em ninhos petistas
Brasília. Embora seja discreta as campanhas do PSDB de Minas e São Paulo para conquistar novos prefeitos, casos curiosos vêm à tona sem nenhum constrangimento. Como o do prefeito de Itapeva, cidade do Sul de São Paulo, onde o prefeito Luiz Antonio Hussne Cavani, 51 anos, desfiliou-se semana passada do PT e aterrissou todo feliz no PSDB, na quinta-feira. Um caso raro envolvendo rivais, mas que pode tornar-se comum nos dois Estados com o assédio das tropas dos governadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP).
Para o deputado federal Mendes Thame, presidente do PSDB paulista, a estratégia não tem erro. O partido quer candidatos com potencial em todas as cidades do Estado. A começar pela capital.
- Geraldo Alckmin é um candidato natural, nem precisa falar - assegura Mendes Thame.
O tucano lembra, porém, que qualquer tipo de vôo solo neste momento é perigoso. E abre o jogo, num possível acordo que envolve o atual prefeito Gilberto Kassab, sucessor de Serra, embora o Democratas resista.
- Nosso trabalho é manter aliança com DEM na capital - assegura.
Com a prudência dos paulistas, Mendes Thame já organizou 24 encontros com prefeitos no interior. O PSDB hoje tem diretórios em 645 cidades do Estado e 211 prefeitos. Quer alcançar a marca de 300 até o congresso nacional do partido.
As negociações estão avançadas em ambos os Estados. Com a discrição dos mineiros, o secretário de Governo de Aécio, Danilo de Castro, deixa o governador a par das adesões todos os dias, mas nega que o chefe comente a disputa presidencial.
- Há possibilidade de vir mais alguns prefeitos, de cidades-pólo. Até o fim do ano chegamos a 200 - contabiliza Danilo.
Em Belo Horizonte, o nome mais forte do PSDB, no momento, é o do ex-governador e hoje senador Eduardo Azeredo. Um aliado próximo diz que ele já tem "todo o projeto de eleição pronto". Um obstáculo, no entanto, pode abater o vôo do tucano antes mesmo da decolagem. Azeredo, no entanto, está apreensivo com a possibilidade de ser denunciado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, ao Supremo Tribunal Federal, por suspeita de caixa 2 na campanha à reeleição pelo governo do Estado em 1998. (L.M.)
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