quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Economia se acelera e cresce 5,4% no 2º trimestre


Daniel Bramatti
Reprodução

Com aumento das importações, comércio exterior teve efeito negativo para o PIB



A economia brasileira se acelerou no segundo trimestre de 2007 e cresceu 5,4% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo divulgou há pouco o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No primeiro trimestre, o PIB havia crescido 4,3%.

Os números reforçam as chances de fechar 2007 com um crescimento do Produto Interno Bruto superior a 4,5%, índice projetado pelo governo, no início do ano, ao lançar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Na época, a previsão foi recebida com descrença e considerada ousada demais. De lá para cá, o panorama mudou, com queda de juros, expansão do crédito e elevação do poder de compra. Além disso, uma revisão da metodologia do PIB, anunciada em março, mostrou uma economia maior e mais dinâmica do que a até então conhecida.

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Outra novidade foi o próprio PAC, mas é praticamente consensual a avaliação de que os efeitos do programa ainda não foram sentidos na economia real: o ritmo de liberação de verbas tem sido lento, assim como a execução das prometidas obras de infra-estrutura.

Os dados divulgados pelo IBGE mostram que todos os setores da economia se expandiram, com destaque para a indústria - justamente o setor mais afetado negativamente pela valorização do real. As dificuldades no mercado externo parecem ter sido compensadas pela forte expansão no consumo interno.

O destaque positivo é o forte aumento de 13,8% nos investimentos, a chamada formação bruta de capital fixo, que mede o desempenho da construção civil e a aquisição de máquinas e equipamentos. Esse dado indica que as empresas apostam num crescimento ainda maior da economia, e permite que esse crescimento ocorra sem pressões inflacionárias decorrentes de uma eventual oferta insuficiente de produtos no mercado.

O PIB é a soma de todas as riquezas geradas em um país. Uma fábrica que venda R$ 1 milhão por ano após gastar R$ 800 mil na produção, por exemplo, contribui para o PIB com R$ 200 mil. O trabalho do IBGE é coletar e organizar estatísticas dos mais variados setores econômicos para tentar somar todas essas contribuições e, com isso, traçar um quadro o mais fiel possível do tamanho da economia do país.

Esse dado estatístico ganhou importância recentemente graças ao plano do governo de atrelar o salário mínimo à variação do PIB mais a inflação anual. Ou seja, o PIB é que vai determinar o aumento real do salário mínimo.

Terra Magazine

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