Prevenção de acidentes nas férias
Ricardo Wagner Martins*
O Estado de São Paulo
Verão, férias, fugir do estresse e da violência. É hora de relaxar em um hotel maravilhoso, longe dos problemas. Porém, antes de arrumar as malas, você conferiu se o item segurança não foi deixado de lado?
São muitos os atores envolvidos nessa peça chamada férias com segurança: agências de viagem, operadoras, meios de hospedagem, prestadores de serviços, organizações públicas e o próprio turista, principalmente quando o programa inclui aventura e esportes radicais. Com precaução e apoio de profissionais qualificados, eles renderão histórias de adrenalina, lazer e muita alegria. Caso contrário, a recordação poderá ser de dor e tristeza.
O mais importante é saber que acidentes podem acontecer caso você não dedique um tempo para se planejar antes das férias, buscar informações e eleger empresas capazes de proporcionar lazer seguro.
Um marco importante nessa busca foi o projeto de Normalização e Certificação em Turismo de Aventura criado pelo Ministério do Turismo em parceria com o Instituto de Hospitalidade, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a ONG Férias Vivas e outros.
É fundamental não ter vergonha de se informar e perguntar. Seguem algumas dicas de aspectos a analisar para não deixar a segurança de lado:
No local de hospedagem existe um plano de emergência em caso de acidentes?
Há hospital próximo?
Existem equipamentos e brigadistas treinados para combater incêndios no hotel?
Como está a infra-estrutura predial? Os equipamentos passam por manutenção preventiva ou pode ser que a hélice de um ventilador saia voando a qualquer momento?
Os playgrounds estão de acordo com as normas da ABNT? Há indicação de uso conforme a idade da criança? Existe acompanhamento de monitores?
Na piscina, existem salva-vidas? A profundidade está sinalizada? Os funcionários fazem limpeza e filtragem da água com hóspedes dentro?
O cicloturismo é uma delícia, mas é preciso fazer uma avaliação prévia da dificuldade do percurso e se ele está adequado às suas condições físicas. As bicicletas devem passar por manutenção constante e o turista precisa receber capacete e luvas.
No passeio a cavalo, exija capacete e equipamentos que evitem lesões graves em caso de queda. Confira se o animal é dócil e se os arreios e a cela estão em boas condições.
No arvorismo, os equipamentos - capacete, mosquetões, cadeirinha, cabos - estão em perfeito estado? Você se informou sobre a procedência e experiência da empresa e dos profissionais que coordenam a brincadeira?
Caminhada parece uma atividade simples, mas está longe de ser um passeio no shopping. É preciso preparo físico, calçados, roupas e mochila apropriados e informação prévia do percurso. O guia é realmente experiente na trilha ou você vai retornar no helicóptero dos bombeiros?
São muitas as perguntas. Nossas ações no presente refletem no futuro. Portanto, trate de semear segurança e planejamento para colher férias com alegrias.
* Ricardo Wagner Martins - Professor de Turismo, Hotelaria, Gastronomia e Educação Ambiental do Centro Universitário Senac
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