sábado, 5 de janeiro de 2008

Ministros franceses passarão por avaliação

a esq. Sarkozy sem nota, a dir. a sua namorada, Carla Bruni, nota 10

Oposição critica processo a ser executado por consultores privados. Governo nega rumores de reforma no Gabinete

O Globo

PARIS. Pela primeira vez, os ministros franceses passarão por avaliações de desempenho no trabalho semelhantes às feitas em empresas privadas, numa medida que está despertando críticas da oposição. Nas próximas semanas, o primeiro-ministro François Fillon receberá os membros de sua equipe individualmente para uma avaliação e, apesar de uma reformulação do Gabinete ser esperada após as eleições municipais de março, o governo de Nicolas Sarkozy nega rumores de mudança.

Eleito em maio, Sarkozy angariou popularidade ao nomear “um Gabinete de abertura”, incluindo membros da oposição, mulheres e minorias. Mas ao mesmo tempo se mostrou um presidente hiperativo, deixando freqüentemente seus ministros nos bastidores, gerando rumores de descontentamento. Segundo a imprensa, uma reforma ministerial estaria a caminho.

— Por que a política seria a única área não sujeita a avaliação? — perguntou o porta-voz do governo, Laurent Wauquiez, confirmando a reportagem do “Le Monde” de que ministros seriam avaliados por consultores privados, mas negando rumores de mudanças. — O presidente tem renovado sua total e completa confiança no governo.

Segundo o jornal, a consultoria Mars & Co. usará uma série de indicadores, como número de imigrantes ilegais expulsos ou o número de universidades que aceitaram a nova forma de administração, de acordo com o Ministério.

— Isso permitirá avaliar o progresso em todas as áreas de atividade — disse Wauquiez.

Objetivo é ajudar ministros a cumprirem metas, diz Fillon A oposição, no entanto, acha que o sistema de avaliação pode ser perigoso.

— Trata-se de algo insignificante, mas também perigoso, porque afeta a responsabilidade do governo perante o Parlamento, o único habilitado a controlálo — declarou o deputado socialista Pierre Moscovici. — De que adianta ser presidente, de que adianta ser premier, se precisamos de um escritório de auditores para julgar os ministros? Já o deputado socialista Benoît Hamon ressaltou que “ao contrário dos diretores de empresas, os políticos são avaliados nas eleições”.

Fillon negou que o objetivo seja “dar notas aos ministros”.

— Não estamos na escola. O objetivo é avaliar os políticos para, se necessário, resolver uma situação quando um compromisso não é cumprido, e dar aos ministros instrumentos para ajudá-los a atingirem suas metas.

O presidente é avaliado todos os dias pela imprensa e pelos franceses — disse Fillon.

Leia meu comentário aqui Um perigoso factóide francês e seu entusiasta tupiniquim

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