Cúpula do DEM vai a SP para ‘prestigiar’ Kassab
Blog de Josias
Alto comando da legenda quer candidatura 'irreversível'
Num instante em que parte do PSDB hesita em apoiar o tucano Geraldo Alckmin, o DEM decidiu avançar uma casa no xadrez em que se converteu a pré-campanha para a prefeitura de São Paulo. O alto comando do DEM irá à capital paulista, na próxima terça-feira (22), para prestigiar o prefeito Gilberto Kassab (foto), candidato à reeleição.
Será um encontro do Conselho Político da legenda, integrado por suas principais lideranças –dirigentes, ex-dirigentes, líderes no Congresso e executivos –estaduais e municipais. O pretexto da reunião é a necessidade de fazer uma análise da conjuntura política. Serão discutidos: o cenário nacional pós-extinção da CPMF e a as eleições municipais de 2008.
Quanto ao caso de São Paulo, o partido pretende fixar uma posição terminativa. O conselho endossará a candidatura de Kassab e delegará ao próprio prefeito a tarefa de costurar os acordos políticos em torno do nome dele. Uma delegação apenas formal. Na prática, toda a ex-pefelândia está empenhada em pôr de pé a candidatura própria na maior capital do país.
Além de Kassab, o ‘demo’ mais envolvido na costura paulistana é Jorge Bornhausen (SC), ex-presidente do DEM. Ele esteve com o governador José Serra, na semana passada, para informar que pretende procurar Geraldo Alckmin. Recebeu sinal verde. Verdíssimo.
Bornhausen planeja avistar-se com Alckmin nos próximos dias. Tentará demovê-lo da idéia de disputar a prefeitura. Vai aconselhá-lo a concorrer o governo de São Paulo, em 2010. Uma equação que interessa a Serra, empenhado em costurar uma aliança tucano-democrata para a sucessão de Lula.
Além de Serra, o DEM conta com o apoio de um outro grão-tucano para tirar o ex-governador do caminho: FHC. O problema é que, por ora, Alckmin não emite o menor sinal de que pretenda abrir mão da disputa. Longe disso. Já deflagrou os contatos para erigir uma aliança em torno de si. Conforme noticiado aqui, reuniu-se duas vezes com Orestes Quércia (PMDB).
O PT observa a divisão entre ‘demos’ e tucanos com vivo interesse. Torce para que a desavença tenha vida longa. Idealiza um cédula com os nomes de Kassab e de Alckmin. Situação em que sua candidata, a ministra Marta Suplicy, teria a vida simplificada.
Na última pesquisa Datafolha, divulgada em 9 de dezembro, Alckmin obteve 26% das intenções de voto, quatro pontos a menos que os 30% que amealhara na pesquisa anterior, feita quatro meses antes. O ex-governador tucano estava tecnicamente empatado com Marta (25%, um ponto acima dos 24% que alcançara em agosto de 2007). Kassab subiu, em dezembro, de 10% para 13%.
Num cenário sem Alckmin, Marta subiria, segundo o Datafolha, de 25% para 28%, tornando-se líder isolada. Mas passaria a ser acossada por Kassab, que, nessa hipótese, subiria de 13% para 20%. Daí a macumba do petismo para que PSDB e DEM se apresentem aos eleitores paulistanos cada um com o seu candidato.
Escrito por Josias de Souza
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