O fantasma do patriotismo financeiro ronda a globalização
Rui Falcão
A retórica liberal, que já fazia água - vítima da teimosia da Política em perturbar a suposta racionalidade do mercado -, ameaça soçobrar de vez oficialmente, quando da reunião de cúpula informal, em outubro, dos chefes de Estado e de Governo da União Européia.
Sob a liderança da primeira-ministra conservadora, Ângela Merkel, da Alemanha, e do presidente francês conservador, Nicolas Sarkozy, as autoridades européias irão debater a necessidade de conter a liberdade de movimento de capitais financeiros, em especial os oriundos de fundos soberanos (sovereign-wealth funds), detidos pelos bancos centrais como parte de suas reservas e utilizados como investimento de risco em países estrangeiros. Os líderes europeus atendem à proposta de Bush de também se envolver no debate o FMI e o Banco Mundial.O fantasma das desnacionalizações, que ronda as economias nacionais, encarnado nos fundos soberanos e põe em risco a segurança e a soberania nacionais, levou os países ricos a deixar de lado a conversa liberal e retirar do baú de suas “velharias” o “patriotismo financeiro”. Desta vez, por iniciativa não individual mas coletiva, depois de a China ter anunciado recentemente o lançamento de seu fundo soberano de US$ 300 bilhões, destinados a investimentos de risco no exterior.
Pelos cálculos da França, esse montante – sem regulamentação alguma, como adverte a Casa Branca – é três vezes maior do que o Plano Marshall, lançado pelos EUA para reconstruir a Europa após a Segunda Guerra Mundial em 1945, que atingiu cerca de US$ 100 bilhões, em valores corrigidos.Leia mais aqui
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