terça-feira, 11 de setembro de 2007

Brasil pode deixar de ser 'molenga das Bric', diz 'FT'

Portal O Globo


O Brasil pode ter uma oportunidade de se livrar de sua "imagem de molenga" dentro das economias em desenvolvimento das chamadas Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) esta semana, quando "o dado de crescimento no segundo trimestre deve chegar a 5,5% - mais do dobro da média dos últimos 15 anos", diz artigo na edição desta terça-feira do jornal britânico Financial Times. (ver No Bric bats expected by Brazil)

"Enquanto Rússia, Índia e China há tempos vêem suas economias crescer mais rápido do que seus pares no mundo desenvolvido, o Brasil tem sido mais lento, apesar da promessa de 'espetáculo de crescimento' feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de sua eleição em 2002", afirma o jornal.

"Algumas estimativas feitas antes da divulgação dos números, amanhã, vêem o crescimento atingindo até 6,9%, comparado com 3,7% no ano passado."

Segundo o Financial Times, "agricultura, serviços e indústria vêm crescendo rapidamente este ano".

"O investimento foi forte, especialmente entre empresas exportadoras que avançaram com investimentos iniciados no ano passado. A demanda por parte dos consumidores também tem sido robusta, puxada por um alto índice de criação de empregos e a rápida expansão e redução do custo do crédito ao consumidor", diz o jornal britânico.

Mas o artigo ressalva que "há uma crescente procupação sobre um retorno das pressões inflacionárias, e muitos economistas dizem que o governo parece ter abandonado os planos de atacar os gastos há vários anos, sugerindo que o ritmo de crescimento poderá desacelerar de novo no médio prazo".

"A inflação dos preços no atacado em agosto ficou em quase 1%, muito mais alta do que o esperado e uma advertência da crescente inflação do preço ao consumidor. Dados do governo mostraram a inflação no varejo em 3,99%."

Segundo o Financial Times, "em conseqüência disso, muitos economistas esperam que o Banco Central interrompa dois anos de redução nas taxas de juros".

O artigo cita ainda como exemplo de seus gastos contratações no setor público. "No mês passado, o governo anunciou planos de criar 29 mil novos empregos no setor público em 2008 e contratar mais 27 mil pessoas para preencher postos vagos".

"Não há sinal nenhum de uma redução nos gastos", disse um economista de Brasília, Raul Velloso, citado no artigo do Financial Times.

BBC

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