O terrorismo do apagão
Blog de Luiz Nassif
Enviado por Ronaldo Bicalho
Grupo de Economia da Energia - IE/UFRJ
Prezado Nassif,
O anúncio da liberação do licenciamento prévio das duas usinas hidrelétrica do rio Madeira tem uma série de conseqüências relevantes que devem ser analisadas. Contudo, uma, em particular, me parece relevante, face à sua importância para o debate transparente e democrático das opções estratégicas do país no campo energético. Trata-se da maneira irresponsável, que beira a leviandade, com que é tratada a ameaça de um novo apagão no país. O dia de ontem começou com o anúncio, em um diário de grande circulação, de um apagão ameaçador, e terminou com o anúncio da liberação das usinas. Assim, os mesmos que diziam pela manhã que a vaca ia para o brejo, à noite afirmavam que agora não ia mais. E o pobre do cidadão que se vire no meio desse imbróglio.
(...) A possibilidade de ocorrência de uma situação de desequilíbrio entre oferta e demanda de eletricidade depende de um conjunto nada trivial de eventos, que vai de quanto a economia brasileira vai crescer nos próximos anos até as possibilidades reais de entrada em operação das plantas geradoras movidas a energias renováveis do PROINFA, passando pelo regime de chuvas, pela disponibilidade de gás, pelo licenciamento ambiental, etc. Para ficar apenas nos mais óbvios.
(...) O importante é discutir o que as sustenta, de forma a aclarar o debate, tornando-o mais honesto e transparente. Trocando em miúdos, são feitas previsões bombásticas pela imprensa que não se realizam, e nada é dito depois sobre as razões pelas quais elas não se realizaram. Por outro lado, configurações bastante favoráveis, que contribuem inesperadamente para evitar situações mais graves, são apresentadas como corriqueiras e naturais, de forma a sancionar determinadas políticas. Leia mais aqui
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