terça-feira, 10 de julho de 2007

Jornal do Brasil: Uma maravilha de esperança

Editorial: Uma maravilha de esperança

Os perdedores tentam desmerecer uma escolha que mobilizou 100 milhões de votantes em todo o planeta. Os sete vencedores finalizam a contagem dos ganhos, em dinheiro e em auto-estima nacional. A inclusão do Cristo Redentor entre as sete maravilhas do mundo moderno é uma vitória do Brasil, do Rio e de cada habitante do país. É um orgulho para a nação e, especialmente, para quem vive na cidade que se orgulha de um monumento que fortalece sua imagem em cada recanto brasileiro e em escala global.

O Jornal do Brasil se soma aos que transformaram a estátua do filho de Deus em patrimônio mundial. O JB foi um dos primeiros meios de comunicação a se engajarem, em outubro de 2006, de corpo e alma, na campanha para tornar o Cristo uma maravilha. A paixão dos cariocas conquistou a adesão dos brasileiros espalhados por todos os Estados e por vários países. E mobilizou eleitores daqui e de fora. Em Nova York, a campanha desembarcou na sede da Organização das Nações Unidas pelas mãos do JB e da Bradesco Seguros e Previdência, empresa que abraçou a causa desde o início.

Os cariocas festejam o Cristo ainda mais agora. A eleição elevou a auto-estima de cada um dos habitantes da cidade que também é maravilhosa. Os confrontos entre policiais e traficantes, as balas perdidas, a insegurança e a violência por algum tempo ficam em segundo plano. O Rio não esqueceu seus problemas, mas celebra a volta da esperança. O governador Sérgio Cabral calcula a geração de 250 mil empregos no setor de serviços.

É um alento para o município que vinha perdendo a guerra contra o desemprego e o abandono do setor industrial. Agora revê o futuro e os investimentos. Donos de bares, hotéis, restaurantes, quiosques e casas de show refazem a contabilidade com um sorriso mal disfarçado.

Imagina-se um crescimento de pelo menos 30% no fluxo de turistas, nacionais e estrangeiros, ao Corcovado, que, no ano passado, atraiu 1,8 milhão de visitantes.

Não à toa, o governo federal e o presidente Lula reforçaram a campanha e aplaudem o resultado anunciado em Lisboa. A escolha reforça a luta pela realização da Olimpíada e da Copa do Mundo de 2014 no país, além de chegar num momento estratégico, às vésperas do início dos Jogos Pan-Americanos que abrem as portas do país para as grandes competições esportivas internacionais. Aliado ao governo do Rio, o Planalto pretende ancorar a divulgação do país e da cidade lá fora na imagem do Cristo Maravilha do Mundo Moderno.

É claro, ainda há desafios a vencer, como pôr fim aos guias não autorizados na entrada do monumento, no Cosme Velho, acabar com a intimidação dos turistas para que não usem o trem e sim o transporte alternativo, com a cobrança extorsiva dos flanelinhas nas ruas laterais da estação.

A administração do local pelo Ibama, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente, recebe críticas, a tal ponto que agora o Estado e o município se dispõem a adotar o endereço e, de quebra, explorar o ponto turístico de forma mais organizada.

De qualquer forma, o Cristo está livre pelo menos da quadrilha que desviou, em dois anos, cerca de R$ 10 milhões da bilheteria, desbaratada em maio deste ano durante a Operação Iscariotes, da Polícia Federal. As dificuldades não atrapalham, contudo, a festa nacional. O Cristo é dez, ou melhor, sete. Uma maravilha.

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