sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Déficit comercial de têxteis cresce 1.864%


Importação da China é o principal motivo do resultado ruim em 2007
Clarissa Thomé, RIO O Estado de São Paulo

A indústria têxtil registrou déficit na balança comercial de US$ 648 milhões em 2007 - um crescimento de 1.864% em relação ao ano anterior, quando o saldo negativo ficou em US$ 33 milhões. As exportações cresceram de US$ 2,1 bilhões para US$ 2,4 bilhões, mas foram em muito superadas pelas importações, que passaram de US$$ 2,1 bilhões para US$ 3 bilhões. Os dados foram divulgados ontem pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), na semana de moda outono/inverno carioca, o Fashion Rio, que começou na segunda-feira e amanhã.

Para o presidente da Abit, Aguinaldo Diniz, o crescimento do déficit comercial se deu basicamente por causa das importações, principalmente, da China. “Esse crescimento nos preocupa, é um número relevante, mas temos um setor sólido e vamos reverter essa curva.”

O acordo bilateral Brasil-China vigora desde 2006 e se encerra este ano. O setor têxtil quer garantias, como a desoneração fiscal da cadeia produtiva e o aumento da fiscalização alfandegária, para que o produto brasileiro possa competir em condições de igualdade. “Precisamos ter tratativas e métodos de controle para evitar subfaturamento, falsas classificações e triangulações na importação, que fazem o produto brasileiro ficar em desvantagem”, ressaltou o diretor-superintendente da Abit, Fernando Pimentel.

Gestor do Programa Estratégico da Cadeia Têxtil Brasileira (TexBrasil), Rafael Cervone, afirmou que a indústria têxtil brasileira não quer “competir com a China com produtos de massa”. “Eles fazem isso bem. Queremos é negociar lotes menores, praticamente exclusivos, uma moda mais rápida, mais curta, e com a criatividade brasileira que eles não têm.”

O setor têxtil brasileiro é formado por 30 mil empresas, gera 1,65 milhão de empregos no País e é responsável por 17,5% do Produto Interno Bruto (PIB) da Indústria de Transformação.

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