quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Petistas criticam retomada de privatizações em SP


Deputados do PT criticaram ontem a decisão do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), de retomar a privatização de empresas públicas do estado. Na semana passada, o tucano abriu processo de licitação para verificar o valor de mercado de 18 empresas do patrimônio de São Paulo. Entre elas, o Metrô, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) e a Nossa Caixa.

O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) disse que a medida "é a proposta pronta e acabada do PSDB". "O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso iniciou as privatizações em âmbito nacional. Acho isso ruim. Eles defendem o Estado mínimo e nós, o Estado com responsabilidade com seu povo. Não queremos um país inchado, mas não concordamos em se pegar tudo o que foi construído com o dinheiro público e vender para a iniciativa privada. Agora só faltar vender o Palácio dos Bandeirantes", disse, em referência à sede do governo paulista.

Também fazem parte da lista de privatizações a Companhia Energética de São Paulo (Cesp), a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), a Desenvolvimento Rodoviário (Dersa) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Cálculos divulgados pelo jornal Valor Econômico indicam que as empresas poderiam valer mais de R$ 30 bilhões.

A deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP) classificou a medida como "um absurdo". "É lógico que o governador José Serra continua a política privatizadora da era FHC. Porém, acho que ele não entendeu o recado que o povo deu nas urnas. Na eleição do presidente Lula, ficou claro que a questão das privatizações polarizou o eleitorado. O voto em Lula reflete a defesa da população ao fortalecimento do Estado, que deve ter sempre o papel de desenvolvimento da Nação. Nós, deputados, temos que pressionar. Mas a população, também. Para paralisar essa retomada privatizante", afirmou.

Para o deputado Carlos Zaratini (PT-SP), a intenção do PSDB "é enxugar e liqüidar com a capacidade do Estado de intervir nos serviços públicos". "Isso prova que tínhamos total razão quando afirmávamos que essa era a intenção de Geraldo Alckmin (candidato tucano à Presidência da República em 2006). Se ele estivesse ganho, estaríamos vendo a privatização do Banco do Brasil e da Petrobras", disse.

De 1996 a 2006, o tucanato vendeu cerca de R$ 37,7 bilhões em termos nominais. Em valores reais (pelo IGP-DI), isso equivale a mais de R$ 77,5 bilhões. Em 1997, os tucanos iniciaram o processo de privatização com a transferência para a União da Estações Ferroviárias do Estado de São Paulo (Fepasa) e da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), a alienação de participação da Sabesp e Eletropaulo.

Segundo o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), "o PSDB aprofundou o processo de liqüidação do setor público". "Eles fizeram um ciclo de privatização muito negativo. Privatizaram o setor de energia, as estradas e o Banespa. Comparativamente com outros estados, São Paulo perdeu muita capacidade e instrumentos de desenvolvimento em relação a Minas Gerais e Paraná, por exemplo. A proposta de voltar com esse processo é infeliz", afirmou.

Fonte Boletim da liderança do PT na Câmara dos deputados

Nenhum comentário: