Turismo elege 65 destinos "internacionais"
Cidades serão avaliadas pela FGV, que indicará mudanças necessárias para se tornarem de padrão turístico internacional
Em 2006, ministério definiu 87 roteiros com o mesmo fim; afetado pelo câmbio, setor terá desonerações fiscais para equipamentos
JANAINA LAGEDA SUCURSAL DO RIO
FOLHA DE SÃO PAULO (para assinantes)
O Ministério do Turismo divulgou ontem uma lista de 65 destinos que foram escolhidos para atingir padrão de qualidade internacional. O objetivo do ministério é desenvolver a regionalização do setor e evitar que o país receba visitantes apenas no litoral.
Para fazer a avaliação da infra-estrutura turística dessas cidades e apontar mudanças necessárias, o ministério firmou convênio de R$ 1 milhão com a FGV (Fundação Getulio Vargas), que deverá elaborar uma metodologia para medir a competitividade dos destinos.
A iniciativa remonta à elaboração de 87 roteiros de padrão internacional -envolvendo 483 cidades- anunciada no ano passado pelo Ministério do Turismo. Os roteiros foram apresentados como principal ação, à época, para regionalizar o turismo. O trabalho de identificação dos roteiros, avaliação e levantamento de dados envolveu mais de um ano e R$ 25 milhões só nessas ações.
Na ocasião, o ministério já reduzira sua ambição: passara a lista de 116 roteiros definidos inicialmente para 87, após a constatação de que nem todas as regiões poderiam tornar-se do padrão turístico almejado.
A lista anunciada ontem inclui cidades de todos os Estados, mas alguns são mais contemplados do que outros. No Nordeste, por exemplo, a Bahia tem cinco cidades incluídas, mas em Sergipe apenas a capital, Aracaju, consta da lista.
Para a ministra Marta Suplicy, a escolha dos 65 destinos terá efeitos benéficos para 737 municípios porque o turista não se limita hoje a visitar uma cidade, mas parte em busca de roteiros turísticos integrados. A seleção das cidades levou em conta o estágio de organização e eles serão considerados prioritários para o recebimento de investimentos.
O convênio com a FGV inclui avaliação em aspectos como acessibilidade, preservação do ambiente, propaganda do destino e cultura local.
Segundo Carlos Simonsen, presidente da FGV, a idéia é medir como está a situação atual, analisar, apresentar o planejamento da solução, a implementação e verificar novamente o patamar dos serviços.
Competitividade
Marta destacou que o Brasil perdeu competitividade como destino turístico em razão da valorização do real e que precisa compensar o preço com qualidade do serviço. "O turista quer bons hotéis, boa gastronomia e artesanato local para comprar", disse.
Para minimizar os efeitos do câmbio sobre o setor, Marta afirmou que o ministro Guido Mantega, da Fazenda, anunciará no próximo dia 4 a desoneração fiscal para investimentos na compra de equipamentos do setor, como ar-condicionado, camas, entre outros.
A ministra destacou que o setor também depende de melhorias na infra-estrutura, especialmente em rodovias e aeroportos e destacou o papel da aviação regional no desenvolvimento do setor. "A aviação regional é imprescindível porque não se faz turismo sem aviação regional em um país que é quase um continente", disse.
Segundo Marta, após reunião com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ficou decidido que o Ministério do Turismo deverá participar da avaliação dos aeroportos necessários para o país sob o ângulo do setor.
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