sábado, 1 de setembro de 2007

Turismo elege 65 destinos "internacionais"

Cidades serão avaliadas pela FGV, que indicará mudanças necessárias para se tornarem de padrão turístico internacional

Em 2006, ministério definiu 87 roteiros com o mesmo fim; afetado pelo câmbio, setor terá desonerações fiscais para equipamentos

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
FOLHA DE SÃO PAULO (para assinantes)

O Ministério do Turismo divulgou ontem uma lista de 65 destinos que foram escolhidos para atingir padrão de qualidade internacional. O objetivo do ministério é desenvolver a regionalização do setor e evitar que o país receba visitantes apenas no litoral.

Para fazer a avaliação da infra-estrutura turística dessas cidades e apontar mudanças necessárias, o ministério firmou convênio de R$ 1 milhão com a FGV (Fundação Getulio Vargas), que deverá elaborar uma metodologia para medir a competitividade dos destinos.

A iniciativa remonta à elaboração de 87 roteiros de padrão internacional -envolvendo 483 cidades- anunciada no ano passado pelo Ministério do Turismo. Os roteiros foram apresentados como principal ação, à época, para regionalizar o turismo. O trabalho de identificação dos roteiros, avaliação e levantamento de dados envolveu mais de um ano e R$ 25 milhões só nessas ações.

Na ocasião, o ministério já reduzira sua ambição: passara a lista de 116 roteiros definidos inicialmente para 87, após a constatação de que nem todas as regiões poderiam tornar-se do padrão turístico almejado.

A lista anunciada ontem inclui cidades de todos os Estados, mas alguns são mais contemplados do que outros. No Nordeste, por exemplo, a Bahia tem cinco cidades incluídas, mas em Sergipe apenas a capital, Aracaju, consta da lista.

Para a ministra Marta Suplicy, a escolha dos 65 destinos terá efeitos benéficos para 737 municípios porque o turista não se limita hoje a visitar uma cidade, mas parte em busca de roteiros turísticos integrados. A seleção das cidades levou em conta o estágio de organização e eles serão considerados prioritários para o recebimento de investimentos.

O convênio com a FGV inclui avaliação em aspectos como acessibilidade, preservação do ambiente, propaganda do destino e cultura local.

Segundo Carlos Simonsen, presidente da FGV, a idéia é medir como está a situação atual, analisar, apresentar o planejamento da solução, a implementação e verificar novamente o patamar dos serviços.

Competitividade

Marta destacou que o Brasil perdeu competitividade como destino turístico em razão da valorização do real e que precisa compensar o preço com qualidade do serviço. "O turista quer bons hotéis, boa gastronomia e artesanato local para comprar", disse.

Para minimizar os efeitos do câmbio sobre o setor, Marta afirmou que o ministro Guido Mantega, da Fazenda, anunciará no próximo dia 4 a desoneração fiscal para investimentos na compra de equipamentos do setor, como ar-condicionado, camas, entre outros.

A ministra destacou que o setor também depende de melhorias na infra-estrutura, especialmente em rodovias e aeroportos e destacou o papel da aviação regional no desenvolvimento do setor. "A aviação regional é imprescindível porque não se faz turismo sem aviação regional em um país que é quase um continente", disse.

Segundo Marta, após reunião com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ficou decidido que o Ministério do Turismo deverá participar da avaliação dos aeroportos necessários para o país sob o ângulo do setor.

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