terça-feira, 18 de setembro de 2007

Possível saída de senadora do PSB muda eleição no CE

Patrícia Saboya está negociando filiação ao PDT

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

A pouco mais de um ano das eleições, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), que vai tentar a reeleição, está prestes a ter sua base de apoio dividida. O motivo é a possível saída da senadora Patrícia Saboya (PSB), que negocia se filiar ao PDT para viabilizar sua candidatura à prefeitura.
Patrícia tem dito que gostaria de disputar a prefeitura, mesmo contra Luizianne, porém tem encontrado resistências no PSB, único partido que apoiou a petista na eleição passada. Entre as resistências está a do governador Cid Gomes (PSB), que tem afirmado apoiar Luizianne, apesar da amizade que tem com Patrícia (a senadora foi casada por muitos anos com Ciro Gomes, irmão de Cid).
A senadora já recebeu um convite do PSDB também (ela é a candidata preferida do senador tucano Tasso Jereissati), mas descartou, pois representaria um distanciamento político muito grande com Ciro e seu projeto presidencial para 2010.
O PDT, por sua vez, não seria uma ruptura, já que o partido integra um bloco no Congresso junto ao PSB e ao PC do B. E o próprio Ciro, ainda que fique no PSB, dificilmente deixaria de apoiá-la, o que demonstra ao fazer críticas constantes à administração de Luizianne.
A decisão de Patrícia, se fica ou sai do PSB, deve ser tomada ainda neste mês, pois pela legislação eleitoral o candidato precisa estar pelo menos há um ano no partido para disputar um mandato.
Outra novidade no cenário da disputa pela prefeitura de Fortaleza é a situação de Luizianne, que em 2004 se candidatou contra a vontade do partido e agora é apoiada por toda a cúpula que antes a rejeitou. Em 2004, Luizianne, detentora de maioria simples do comando do PT na capital cearense, conseguiu alavancar sua candidatura contra a cúpula nacional, que queria abrir mão da candidatura para apoiar Inácio Arruda (PC do B). A situação agora é a oposta, em que há o apoio e dinheiro federal para uma série de obras que ficaram para o final da administração.
Além de Patrícia, entre os adversários mais certos está o ex-deputado federal Moroni Torgan (DEM), que, após três derrotas seguidas (duas à prefeitura e a última ao Senado), precisa do apoio do PSDB para ampliar seus espaços. Em caso de candidatura própria, o PSDB não tem lideranças de peso para concorrer -Tasso já disse que não entra na disputa. Uma das opções poderá ser o atual secretário de Justiça do Estado, Marcos Cals, filho de um ex-governador, mas pouco conhecido do eleitorado, ou o ex-prefeito Antônio Cambraia, que foi o candidato do partido na eleição passada, mas não chegou ao segundo turno.

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