quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Investimento chega a 17,7%, maior taxa desde 2000

O desempenho do investimento foi mais uma vez o grande destaque do resultado do Produto Interno Bruto (PIB). No segundo trimestre, a formação bruta de capital fixo (FCBF, medida do que se investe na construção civil e em máquinas e equipamentos) cresceu 13,8% em relação ao mesmo período do ano passado, confirmando que está em curso uma importante ampliação da capacidade produtiva das empresas. No acumulado do ano, a FCBF acumula alta de 10,6%.

O grande destaque foi o consumo aparente de máquinas e equipamentos (a soma de produção mais importação, excluindo a exportação), com crescimento de 19,6% na comparação com o primeiro semestre de 2006, segundo cálculos da Rosenberg & Associados. O investimento atingiu o equivalente a 17,7% do PIB no período de abril a junho, a taxa mais alta para um segundo trimestre desde o começo da nova série do PIB, em 2000.


O consultor de análise econômica do Itaú, Joel Bogdanski, diz que os números do PIB mostraram uma composição saudável da atividade econômica, principalmente devido à expansão firme do investimento. Para ele, o crescimento da FCBF assegura o aumento da capacidade de produção na economia brasileira, o que é fundamental para evitar desequilíbrios entre a oferta e a demanda. Bogdanksi ressalta que o investimento continua a crescer a taxas elevadas mesmo depois de vários trimestres de avanço a um ritmo forte. Em 2006, a FCBF teve alta de 8,7%.




O economista Juan Jensen, da Tendências Consultoria Integrada, destaca a aceleração do investimento no segundo trimestre, quando houve expansão de 3,2% em relação ao primeiro, na série livre de influências sazonais. "Isso equivale a uma taxa anualizada de 13,4%, um número mais alto que os já expressivos 11,8% registrados no trimestre anterior", afirma ele.


O economista Paulo Miguel, da Quest Investimentos, também ficou satisfeito com o desempenho da formação bruta de capital fixo. Ele acredita que o investimento pode crescer 12% em 2007. Segundo estimativas da Quest, se os juros reais continuarem na casa de 7% a 7,5%, há espaço para a FCBF avançar a taxas acima de dois dígitos por mais dois ou três trimestres.


Os três analistas avaliam que o cenário para o investimento continua favorável, devido à expectativa de continuidade do quadro formado por juros menores, demanda firme, confiança de empresários e consumidores e câmbio razoavelmente estável e valorizado. A aposta é que tanto a produção quanto a importação de máquinas e equipamentos siga em alta.


Além disso, as perspectiva para a construção civil são bastante positivas, como ressalta Jensen. O crédito imobiliário cresce velozmente e há perspectiva de aumento das obras públicas de infra-estrutura. No primeiro semestre, a construção cresceu 4,3% em relação ao mesmo período de 2006, mas houve uma forte aceleração no segundo trimestre - houve crescimento de 6,3% na comparação com abril a junho de 2006. (SL) Valor (para assinantes)

Nenhum comentário: