O que aqui escrevi sobre o acidente da TAM
Quarta-feira, 18 de Julho de 2007
O Brasil e nosso coração estão de luto
A tragédia do avião da TAM e dos 200 seres humanos falecidos exige um grande recolhimento em respeito as vítimas e seus familiares. Não deveria ser hora de neófitos e palpiteiros ficarem especulando sobre o que ignoram: as causas do acidente.
O momento exige mais que nunca solidariedade com o luto e a dor dos parentes e amigos envolvidos diretamente na tragédia. Da mídia e dos formadores de opinião esperasse sobriedade e equilíbrio.
Seria lamentável que os mortos e a dor sejam instrumentalizados para alavancar uma campanha nojenta de divisão e rancor, quando o momento requer união e respeito.
O drama que entristece o Brasil deve encontrar as respostas a todas as interrogações. Para isto a pericia técnica e científica é uma condição previa a qualquer opinião, com alguma sustentação, sobre as causas do acidente.
O Brasil esta de luto e esse luto merece respeito.
Luis Favre
Terça-feira, 24 de Julho de 2007
Comentários de Luis FavreNão foi só a oposição ou os governistas que "tratam de capitalizar politicamente a tragédia", a menos de considerar como parte da oposição a maioria dos veículos da mídia que rapidamente escolheram uma explicação para o acidente, a pista, para indicar um culpado, o governo.
Horas depois do acidente tenho postado aqui o artigo que reproduzo novamente embaixo.
Vale a pena sublinhar que neófitos e palpiteiros especularam e especulam sobre as causas do acidente; que faltou sobriedade e equilíbrio na mídia e formadores de opinião; que existe uma campanha nojenta de divisão e rancor e que o luto do Brasil é insultado diariamente pela vontade de usar a tragédia e o sofrimento dos familiares e amigos das vitimas, de forma revoltante e inescrupulosa.
Sábado, 28 de Julho de 2007
Sobre a matéria da Veja
A confirmação desta matéria da Veja não pode levar a nenhum recuo nas decisões políticas tomadas pelo governo e o CONAC para reestruturar o sistema aéreo. As propostas de reduzir os vôos em Congonhas, construir a terceira pista de Cumbica e as reformas de Viracopos continuam sendo uma prioridade urgente. Igualmente a construção do trem São Paulo - Guarulhos - Campinas.O governador Serra e o prefeito Kassab tem que receber todo o apoio financeiro do governo federal para que estas obras iniciem logo. A longo prazo a questão de um terceiro aeroporto não deve ser descartada e desde já deveria ser incluída esta perspectiva nas questões de planejamento para o futuro.
O presidente Lula tem que agir em São Paulo como tem feito no Rio de Janeiro junto com o governador Sérgio Cabral e o prefeito da cidade, para garantir o PAN e investir pesado em segurança. O indiscutível êxito deste trabalho no Rio deve servir de inspiração para São Paulo e não deve ser objeto de politicagem oposicionista ou cálculos mesquinhos de quem quer que seja. Luis Favre
Segunda-feira, 30 de Julho de 2007
Reflexões pessoais que visam ao entendimento
O horror da tragédia da TAM foi objeto da mais detestável campanha de ódio da qual se tenha notícias. Amigos e familiares das pessoas mortas no acidente, chocadas pela dor e as perdas irreparáveis, foram usados para uma manifestação e campanha oposicionista inescrupulosa.
Cavalgando no desespero alheio, oportunistas e aproveitadores tentam angariar apoios para conseguir algum usufruto político e futuramente eleitoral, do acidente da TAM, jogando nas costas de Lula, Marta e do PT o sangue de vítimas inocentes.
Mas é bom lembrar que este movimento foi insuflado por setores da mídia intensamente engajados na oposição ao governo federal e que procuram, a todo custo, impor uma desmoralização ao governo e às forças políticas e sociais que o sustentam, para abrir o caminho a um retorno da oposição ao poder.
Uma sadia reação democrática jogaria luz sobre a manobra ignóbil e exporia os artífices do movimento "Cansei", identificados como expoentes da elite paulista, respaldados em organizações de empresários e de classe média sem maior apoio popular.
Porém, seria um grave erro de julgamento e politicamente um desastre para o país se a resposta a este caminho de ódio levasse a uma exacerbação da luta de classes, de radicalismos infantis e de pregações ofensivas para aqueles setores que podem se identificar no palavrório vazio e reacionário dos "cansados".
Não devemos esconder nossas próprias carências e erros, na denuncia fácil da "elite branca”, da insensibilidade social da burguesia e do apartheid social em que sustenta seus exorbitantes privilégios.
Os desafios presentes, a começar por medidas urgentes para resolver a crise aérea e também os gargalos na infra-estrutura, enfrentar as terríveis carências na educação, na segurança pública e na saúde, além de manter o curso positivo da economia do país, exigem a união e o diálogo entre todos os setores sociais e uma postura construtiva dos atores políticos, tanto da oposição como da situação.
Convém registrar que a reação do presidente Lula à crise aérea, com a nomeação do novo ministro Nelson Jobim, foi acompanhada positivamente pelas forças da oposição responsáveis e por vários veículos de comunicação.
Retomar a agenda positiva para o Brasil passa hoje pela adoção imediata de medidas para reduzir o tráfico em Congonhas, ampliar Guarulhos e Viracopos, assim como a construção do trem São Paulo-Guarulhos-Campinas com o concurso financeiro do governo estadual e das prefeituras, e com a intervenção decisiva do governo federal.
O mesmo esforço financeiro e de agenda prioritária que o governo federal implementou no Rio de Janeiro, permitindo que além do PAN, tenhamos hoje um começo de resposta às questões de segurança, deve ser feito conjuntamente pelo presidente Lula, o governador José Serra e o prefeito Gilberto Kassab, para São Paulo.
Aos pregadores do ódio nossa rejeição, com argumentos.
Nossa prioridade deve ser corrigir e aprender com nossos erros. O Brasil requer a mão estendida para construir consensos que, rejeitando os populismos demagógicos e os elitismos revanchistas, consolide a democracia. Esta sim será a melhor demonstração de força de um governo respaldado pelo povo.
Luis Favre
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