quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Abertura de vagas com carteira é recorde no ano

Geralda Doca - O Globo (para assinantes)

BRASÍLIA. A geração de empregos com carteira assinada nos sete primeiros meses do ano bateu recorde e já alcançou o saldo registrado em todo 2006.Entre janeiro e julho, o mercado formal de trabalho teve resultado positivo de 1,222 milhão de vagas, sendo 126.992 em julho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho. Sobre o mesmo mês do ano passado, porém, houve desaceleração no ritmo de abertura de postos. O recuo foi de 17,73%.

— Diante do resultado, acredito que vamos fechar (2007) com geração de 1,6 milhão de empregos — disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

A estimativa supera o desempenho de 2004 (1,5 milhão de vagas), o melhor ano do governo Lula em geração de empregos.

Segundo o Caged, o setor de serviços respondeu pela geração de 365.717 vagas de janeiro a julho, o terceiro maior saldo da série, iniciada em 1992. Em seguida, estão a indústria da transformação (328.505) e a agropecuária (246.423). No comércio, foram criados 124.972 empregos e na construção, 116.467.

Em julho, houve elevação no nível do emprego com carteira em todas as regiões, com destaque para o Sudeste (70.510 vagas). Entre as unidades da Federação, São Paulo liderou, com 59.407 vagas, seguido por Paraná (10.068) e Rio (8.737).

O Caged mostrou, ainda, que as maiores oportunidades foram abertas nas regiões metropolitanas: Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Essas áreas apresentaram saldo de 53.602 postos — o maior da série para o mês. No interior, a expansão foi de 45.184 vagas.

Para Lupi, o mercado de trabalho não será afetado pela crise financeira, mesmo que o Banco Central seja obrigado a frear o corte dos juros. A demanda interna, disse ele, está aquecida, o que minimizaria eventual retração internacional. Mas ele admitiu que o país poderia gerar mais empregos se o governo investisse mais na qualificação do trabalhador. Segundo Lupi, só metade das vagas oferecidas no Sine (Sistema Nacional de Emprego) é preenchida, por faltar mão-de-obra qualificada.

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