Atividade industrial tem 7ª alta consecutiva em SP
Paula Puliti para O Estado de São Paulo (para assinantes)
O Indicador do Nível de Atividade (INA) da indústria paulista, elaborado pelo sistema Fiesp/Ciesp, teve alta pelo sétimo mês consecutivo em julho, confirmando que o nível de crescimento industrial no Estado avançou. De janeiro a julho, o INA subiu 5% sobre o mesmo período do ano passado. Para comparação, o indicador fechou 2006 com aumento de apenas 2,9%. Mas, ao mesmo tempo em que comemoram o dado, os empresários temem uma mudança no comportamento do Comitê de Política Monetária (Copom). 'Uma interrupção no corte de juros poderia minar o ânimo dos empresários', disse Paulo Francini, diretor da Fiesp.
Para Boris Tabacof, do Ciesp, o resultado do INA em julho (1% na margem) confirma que o aumento da atividade apresenta sinais de sustentabilidade. Por isso, já é possível pensar em um PIB industrial em 2007 na casa dos 5%, 'muito acima do que imaginávamos no início do ano (entre 2% e 2,5%)', disse o empresário. Tabacof demonstrou preocupação com o fato de esses números virem a ser interpretados pela autoridade monetária como sinal de aquecimento da economia e provocarem a interrupção na queda da taxa de juros.
Os empresários destacaram que investimentos em produção crescem de forma a evitar uma redução na oferta e conseqüente inflação. Isso é comprovado pelo comportamento do nível de utilização da capacidade instalada, estável em relação a junho (82,9%), e do setor de máquinas e equipamentos. No ano até julho, o INA setorial cresceu 11,7% sobre o mesmo período do ano passado.
Em relação à crise dos créditos subprime nos Estados Unidos, Fiesp e Ciesp acreditam que o sistema financeiro brasileiro mostra resiliência significativa, o que também não justifica mudança no ritmo do Copom. O fator preocupante é a possibilidade de esfriamento global do consumo, reduzindo os preços das commodities exportadas.
A Fiesp divulgou ontem, junto com o INA, o Sensor Fiesp, um indicador coincidente que antecipa o desempenho do atual mês. O indicador mostrou que a indústria segue positiva, com a percepção dos empresários subindo de 50,4 pontos em julho para 52,4 pontos em agosto, numa escala de zero a cem.
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