Assis Moreira para Valor
O UBS, o maior banco da Europa, viu seu Fundo de Ações Brasil, lançado há cinco meses, perder 18,7% do valor em um mês. O Fundo de Ações América Latina, que investe mais da metade do dinheiro em empresas brasileiras, afundou 19,65% no mesmo período, dos quais 11% nas últimas duas semanas.
Mas em Zurique o ambiente é de calma helvética. O banco considera que a América Latina, que é em grande parte o Brasil, é ''refém'' da atual turbulência no mercado de créditos e ''não há nada que possamos fazer sobre isso''. |
A instituição vai manter a sua estratégia de investimentos na região. O que significa que tampouco seguirá outros atores do mercado, que recomendam reforçar a posição no Brasil, comprando ativos agora mais baratos. |
O Fundo América Latina do UBS tinha um volume de US$ 286 milhões na última sexta-feira, de acordo com dados do mercado. O banco não entra em detalhes. Indagado sobre o tamanho das perdas, limita-se a responder que "não teve saídas significativas". |
"O Brasil já tem o maior peso no fundo e não estamos planejando reduzir esse peso no momento, gostamos dos fundamentos do mercado", indica o banco UBS. |
O UBS tem preferência por empresas de commodities e de setores expostos a demanda doméstica, como bancos. Após a correção atual, vê "bons valores" em toda a América Latina. |
O fundo investe principalmente nas ações da Cia. Vale do Rio Doce (16%), na Petrobras (15%), além de América Movil, Cemig, Cemex, Investimentos Itaú, Fomentos do México e Unibanco. |
O Crédit Suisse registrou quedas na mesma linha, com seu Fundo de Ações América Latina declinando 17,8% em um mês e 10,4% nas últimas duas semanas. Ontem, havia uma ligeira recuperação nos fundos dos dois bancos suíços na região. |
Por sua vez, o holandês
ABN AMRO, com perdas parecidas em seus fundos de ações na região, mantém igualmente expectativa positiva de revalorização argumentando que os ganhos das companhias brasileiras continuarão crescendo solidamente. O banco holandês acha que ações de setores mais vinculados à demanda doméstica vão se beneficiar da expansão econômica, queda dos juros, da inflação sob controle e da expectativa de que o Brasil possa alcançar o grau de investimentos em 2008 ou 2009.
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