Renda agrícola americana cresce nada menos que 30%
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Sonia Racy, sonia.racy@grupoestado.com.br
Se alguém tem alguma dúvida quanto à manutenção dos subsídios agrícolas nos EUA, é só olhar para dados do Departamento de Agricultura americano para que ela se desfaça. Ontem, o departamento estimou, em relatório, que a renda agrícola americana vai crescer quase 30% em 2007 na comparação com 2006, pulando de US$ 59 bilhões para o nível recorde de US$ 87 bilhões. Motivo? O veloz crescimento da produção de etanol a partir do milho. 'A alta nos preços de grãos e oleaginosas, em virtude da rápida expansão da produção de etanol, pode resultar em uma safra e um faturamento recordes no milho', explicita o relatório.
No Brasil, onde o subsídio é zero, a renda bruta também cresce: a estimativa é de 10% este ano, na comparação com o ano passado. Mas, segundo João Sampaio, secretário de Agricultura de São Paulo, sem perspectiva de lucro. 'No Estado, a renda bruta deve ser de R$ 33 bilhões e a renda líquida, quase negativa', explica. O que significa para o Brasil esta renda nos EUA? 'Significa que, subsidiados, eles vão aplicar um maior volume de recursos e vão crescer ainda mais, enquanto aqui não conseguimos competir lá fora por conta desses mesmos subsídios e das barreiras internacionais.'
Não que o governo brasileiro não esteja atento. No fim de agosto, o Itamaraty deu a partida, em Genebra, ao maior questionamento já realizado contra os subsídios americanos: nada menos que 75 programas de apoio aos agricultores foram atacados. Vai andar? Sampaio tem poucas esperanças. 'Ganhamos a guerra do algodão, obtivemos o direito de retaliar contra os EUA, que não cumpriram a sentença, mas não o fizemos. De que adianta ganhar outros processos', pergunta o ex-SRB.
Também na União Européia os subsídios garantem a renda a seus agricultores. Dados de dezembro de 2006 mostravam que os produtores rurais holandeses tiveram um aumento de renda de 17,6%, seguidos dos franceses - os mais beneficiados pelos subsídios -, que viram sua renda aumentar 8,6%. Outros produtores importantes, como alemães, poloneses e checos, tiveram taxas de crescimento que variaram entre 4% e 6,4%.
IMPRESSÃO DIGITAL
Para o especialista em contas públicas Fabio Giambiagi, o Brasil tem plenas condições de fazer um superávit primário entre 4,0% e 4,1% do PIB em 2007.
E justifica: 'Na estatística de 12 meses, o dado não muda muito entre um mês e outro, uma vez que cada informação nova que é acrescentada à soma pesa apenas 1/12 no total. Por isso, o fato de o superávit primário acumulado em 12 meses até julho ter sido de 4,37% do PIB gera uma folga importante para que, mesmo com o gasto crescendo fortemente nos últimos meses do ano, o setor público fique acima da meta de 3,8% do PIB', destaca o economista.
NA FRENTE
MENOS IMPOSTOS
A ministra Marta Suplicy comemora.
Seu colega Guido Mantega anuncia oficialmente terça-feira, durante reunião do Conselho Nacional de Turismo, desonerações fiscais para o setor hoteleiro que possam compensar perdas com a desvalorização do dólar.
ALGUÉM SE HABILITA?
Steve Forbes, presidente da Forbes, venceu longo processo que corria na Justiça dos EUA.
A Suprema Corte americana determinou que a CBM, empresa de Nelson Tanure, deixe de publicar a revista Forbes no Brasil. A última edição circulará com data de 4 de setembro.
CANA VERSUS MILHO
Em outubro, o presidente Lula vai dividir a mesa de abertura da Enerbio 2007, no Hotel Blue Tree, com o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger.
Foco: futuro dos biocombustíveis.
COMUNHÃO
David Feffer, Salim Schahim e Alexandre Chade promovem jantar no dia 17, na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, para apresentar o projeto Caminho de Abraão.
A ONG tem por objetivo contribuir para o processo de paz no Oriente Médio e dinamizar atividades turísticas na região, com a revitalização do percurso feito, no início da era cristã, pelo profeta Abraão, o último comum às três religiões monoteístas.
VISÃO EXECUTIVA
Questionados por uma pesquisa da Fundação Dom Cabral sobre como o mercado mundial deve se comportar nos próximos oito anos, executivos de 88 das 150 maiores empresas brasileiras acreditam na consolidação da Ásia como o maior continente econômico, puxada pelos emergentes.
O descrédito fica por conta das barreiras tarifárias: praticamente 60% dos que responderam à entrevista acreditam que serão mantidas as formatações atuais.
A CASA TORNA
O ex-ministro Antonio Palocci voltou, depois de um ano e meio de ausência, ao Ministério da Fazenda. Mais precisamente, ao prédio da Fazenda em Brasília, para conversar com o seu sucessor Guido Mantega, na terça-feira à noite.
Acompanhado do deputado peemedebista Pedro Novais, foi debater a estratégia para aprovação da emenda que prorroga a cobrança da CPMF e da DRU, da qual Palocci é relator.
ISOLAMENTO BRASILEIRO
Mais um país na América Latina escolhe o sistema europeu de TV digital: o Paraguai.
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