Aprendiz é vítima de vandalismo em Vila Madalena - São Paulo Na semana em que completa 10 anos, a Associação Cidade Escola Aprendiz é vitima de um ato de vandalismo, de conotação anti-semita. Hoje, 28 de agosto, computadores, impressora, comida e até rolos de papel higiênico, utilizados por crianças e jovens de baixa renda atendidos pela instituição, foram roubados. No lugar, suásticas (símbolo do regime nazista) e a frase "morte a juda" foram pichadas. Para a educadora e coordenadora da Escola na Praça, Andréa Bivar, resta apenas lamentar a impotência da instituição frente ao mundo do crime. "Não é porque trabalhamos com a comunidade que estamos livres desse tipo de ação. É muito romântico acreditar que os envolvidos no crime nos respeitam a ponto de não nos roubar", diz. Os computadores e os monitores roubados eram utilizados pelas crianças, de quatro a 14 anos, que freqüentam a associação e, no momento, aprendiam sobre o funcionamento da Internet. "Hoje eles iriam conversar via msn com o Curupira, figura do folclore que estamos discutindo", observa. Na Escola da Rua, espaço que recebe jovens diariamente, sumiram bens de consumo como comida, papel higiênico, uma cafeteira e um rádio. "A gaveta que continha o dinheiro foi arrombada, mas logo hoje não tinha dinheiro lá", pontuou a educadora e assistente de coordenação Ariane Leal Montoro. O ato que aconteceu durante a madrugada é visto com pesar por todos os colaboradores da instituição e os símbolos anti-semitas pichados são, segundo as vítimas, carregados de um valor simbólico muito forte. Na manhã de hoje, as crianças da Escola na Praça aprendiam uma lição: as educadoras explicavam o que significava a suástica e o ódio que ela contém. "Isso é um ato com endereço. Tem gente com ódio do que fazemos", pontua o educador Silvio Ayala. Para Bivar, há muita informação truncada. "A suástica está ao contrário, não dá para entender exatamente o que a pessoa quis dizer com 'morte a juda'. Mas, é fato que sabem que a ONG foi fundada por um judeu e que vários judeus trabalham aqui", pondera. O alarme de uma das casas localizada no bairro paulistano da Vila Madalena tocou, mas a empresa de segurança não pôde fazer nada e só comunicou o incidente. "Não se tem idéia ainda do prejuízo pois duas unidades da ONG foram roubadas. As medidas administrativas provavelmente serão fechar mais a instituição com colocação de grades e troca de sistema de alarmes", aponta a gerente administrativa e financeira da associação Lili Sandberg. "É fato que não tocamos todos. O bairro em que estamos é enorme. E no fim é uma escolha individual. Existem aqueles que trabalham com educação, que buscam alternativas como nós e aqueles que estão inseridos no mundo do crime. Mas, a escolha é do indivíduo", conclui a educadora e coordenadora Lia Roitburd. |
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