Jurista vê "coação" ao STF e defende Lewandowski
Daniel Bramatti | |||||||||
Primeiro, uma troca de mensagens por computador com uma colega é fotografada e exposta pela imprensa a todo o país. Agora, uma conversa por celular é parcialmente ouvida por uma repórter e chega à manchete de um jornal. No centro dos dois episódios, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal. Segundo a Folha de S.Paulo, o ministro disse a um interlocutor que seus colegas estavam "com a faca no pescoço" ao julgar a abertura de processo criminal contra os acusados de envolvimento com o esquema do mensalão. "A imprensa acuou o Supremo", afirmou Levandowski ao celular, ainda de acordo com o jornal, em um restaurante de Brasília, na noite de quarta-feira. O jurista Dalmo de Abreu Dallari, que foi professor de Lewandowski, concorda com a tese de que houve pressão da imprensa -usa até o termo "coação"-, mas não acredita que ela possa ter sido formulada por seu ex-aluno. "Que houve uma pressão da imprensa é mais do que óbvio. Grande parte da imprensa não queria um julgamento, queria uma condenação", disse Dallari. Ele afirma, porém, que a reportagem da Folha é uma "invencionice" e que seu ex-aluno teve agredido o direito à intimidade e à privacidade. Avisada das críticas, a Folha não se manifestou até este momento. Leia a seguir a íntegra da entrevista concedida pelo jurista, por telefone, a Terra Magazine. Terra Magazine - Eu gostaria de ouvi-lo sobre a reportagem da Folha na qual o ministro Lewandowski afirma que votou acuado pela imprensa. Como o senhor vê essa questão? O senhor vê esse episódio como uma violação de sigilo... E o fato em si o sr. acha que não é verdadeiro? Os ministros não... Nessa conversa o ministro se declara independente, mas faz uma análise sobre o Supremo em geral, diz que o Supremo votou pressionado pela imprensa... E dessa análise o senhor discorda também? E essa eventual pressão não pode ter afetado o comportamento de alguns ministros? | |||||||||
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