quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Líder do PT na Câmara de vereadores de São Paulo critica gestão PSDB/DEM pela situação do transporte

O líder da Bancada do PT, Francisco Chagas, distribuiu nota ontem comentando pesquisa do instituto Datafolha que aponta crescimento da insatisfação da população com o serviço de transporte da cidade.

Segundo o levantamento, alcançou sua pior avaliação: 51%. O índice supera com folga a pior avaliação do serviço que havia sido registrada anteriormente pelo Datafolha, de 44%, na gestão Celso Pitta (em fevereiro de 2000).

Leia a íntegra da nota de Chagas:

Transporte público: Um dever do município, um direito do cidadão

A reprovação do transporte público no município de São Paulo, constatada pela grande maioria dos paulistanos segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda (13/08), reforça que o sistema chegou lamentavelmente a esse ponto devido ao abandono e inoperância dos investimentos da gestão Serra/Kassab (PSDB/DEM) nos últimos três anos.

Os dados orçamentários da Secretaria Municipal de Transportes confirmam: dos R$ 76,6 milhões destinados para implantação e manutenção de corredores e terminais de ônibus para este ano, foram gastos R$ 8,6 milhões, ou apenas 11%!!

Outro dado que chama a atenção refere-se à implantação e adequações da infra-estrutura do sistema viário: do total de R$ 15 milhões não foi gasto nada até agora. O mesmo aconteceu com a implantação de veículos não poluentes: o valor destinado é de R$ 3,9 milhões, mas a prefeitura também não gastou nada.

A pergunta que não cala: Por que tais recursos que são fundamentais para otimizar e melhorar o transporte na cidade ainda não foram viabilizados? Esta é uma resposta que a prefeitura de São Paulo deve esclarecer aos paulistanos – que são os principais usuários do sistema.

Uma coisa é certa, nos últimos três anos, a gestão PSDB/DEM tem sido um desastre na administração do transporte público coletivo. O aumento nas tarifas do ônibus, metrô e trem – que aconteceu em 30 de novembro de 2006 – é um exemplo.

Além do reajuste ter sido acima da inflação do período – só o ônibus foi de 15% - as justificativas da prefeitura na época foram contraditórias. A gestão tucana aumentou, em menos de três anos de mandato, duas vezes o preço da passagem do ônibus. No início do mandato de José Serra, a passagem subiu de R$ 1,70 para R$ 2,00; e hoje está em R$ 2,30.
Com o aumento na tarifa a prefeitura diminuiu a sua contribuição no subsídio (repasse de recursos) no transporte público. Segundo levantamentos, o paulistano arca “sozinho” em média com 86% do custo total da tarifa. Os 14% restantes são subsidiados pela prefeitura. Além de injusto, é um absurdo. A título de comparação na cidade de Frankfurt, na Alemanha, apenas 45% do custo total da passagem são pagos diretamente pelo usuário.

Não são com medidas paliativas, como estender o rodízio ou cobrar pedágio, que o transporte público em São Paulo vai melhorar, mas com a implementação de políticas permanentes que garantam a construção de corredores de ônibus (São Paulo tem atualmente 300 Km e necessita de mais 100 Km ) e terminais, bem como a ampliação do sistema metro-ferroviário. Tais propostas foram apresentadas na gestão da então prefeita Marta Suplicy (PT) (2002), e não saíram do papel no mandato Serra/Kassab.

A nossa Constituição é clara ao enfatizar que é dever do Estado e do município “assegurar transporte público e de qualidade à população”. Compromisso que, infelizmente, a prefeitura de São Paulo não tem realizado no dia a dia.

Vereador Francisco Chagas
Líder da Bancada do PT

Fonte Boletim da bancada de vereadores do PT São Paulo

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