sábado, 7 de julho de 2007

Reflexões pessoais sobre o Ibope e o momento político

Como era de se esperar nenhum jornal comparou a pesquisa de ontem da CNI-Ibope sobre avaliação do governo Lula, seis meses após iniciado seu segundo mandato, com as pesquisas do mesmo período do segundo mandato de FHC.

A comparação (veja aqui) põe em evidencia um fato: Os que avaliam como ruim ou péssimo o governo Lula hoje, são os mesmos 16% que consideravam ótimo e bom o governo FHC. Já os 50% de ótimos e bom de Lula são superiores aos 46% que achavam FHC ruim ou péssimo. Conclusão: o governo atual mantém o apoio de sua base e dos que rejeitavam o governo tucano e Lula acrescentou 6 pontos de aqueles que consideravam FHC mais ou menos.

Tudo isto apesar do noticiário negativo que marcou quase tudo o primeiro mandato e continua neste momento. Noticiário negativo que é percebido crescentemente pela população, a qual porem manifesta, ao mesmo tempo, sua confiança e apoio a Lula e ao governo.

Para os que consideram que isto é produto exclusivo do carisma de Lula é bom lembrar que, além do carisma pessoal, tem aumentado a avaliação positiva em quase todos os setores de atividade governamental, desde os programas sociais até a política econômica no que concerne combate a inflação, geração de emprego e renda.

Mas nem tudo é rosa no resultado da pesquisa. Se os resultados no sudeste são equivalentes a media nacional, no sul o descontentamento com o governo é maior.

Por outro lado é bom assimilar de uma vez por todas que o noticiário negativo não é só produto da vontade oposicionista de muitos colunistas e donos de jornal. As taras históricas do estado brasileiro, com seu sistema clientelista e sua penetração por grupos de interesse e máfias diversas, configura uma realidade que exige iniciativas políticas do governo federal, além evidentemente da ação da PF e dos tribunais. Só assim as hipócritas campanhas da oposição, travestidas de noticiário informativo, poderá ser posta mais a nú aos olhos da população.

Para isto é fundamental, além da ação do governo, a iniciativa política e a ação do PT e dos partidos aliados. E fica evidente que estes partidos, e especialmente o PT, estão completamente ausentes e sem qualquer capacidade de ação. Esta é a discussão que deveria interessar todos os petistas que preparam para o mês próximo o congresso partidário. Não me parece que esta seja a preocupação de muitos de seus atuais dirigentes, a todos os níveis.

Luis Favre

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